ENTREVISTAS
Stereoboy
M de muitas coisas
· 08 Jan 2012 · 19:28 ·
© Marta Pois
Stereoboy já andava a ser cozinhado há algum tempo mas só agora chegou o EP com edição física. Porquê?
Este já é o segundo EP de Stereoboy. O primeiro saiu pela Optimus Discos, mas este EP é o primeiro com formato físico. Demorou algum tempo porque esteve a apurar e a ganhar sabor. Tem a ver com a ideal mistura de temperos. Mas penso que não me consigo bater com as amêijoas à Bulhão Pato.
Como foi chegar a este EP? O que descobriste acerca de Stereoboy com este trabalho?
Foi um processo um bocado longo porque estava dependente da disponibilidade dos convidados, mas não havia grande pressão em lançá-lo. Descobri um lado mais acústico que nunca tinha explorado e fiz uma data de amigos novos.
Agora vou escalpelizar o teu press release. Falas da “atitude disto parecer fazer sentido em qualquer sítio, como por exemplo em Portugal”. Achas que começa a fazer?
Acho que parece fazer sentido. Continuo a pensar que Stereoboy é um projecto pertinente e que tem o seu espaço no contexto musical português. Se não fizesse sentido, não me estavas a fazer perguntas.
Dizes também que “Stereoboy é o Luís Salgado”. E que “quando ouvimos, também nos parece sermos nós”. Ficavas contente se soubesses que isto acontece, sobretudo com miúdas giras?
Este disco é muito feminino de facto. Não é por acaso que as maioria das participações, quer musicais quer gráficas ou de vídeo, são de miúdas, todas elas extremamente giras e mais importante, com muito para dizer. E acredito piamente que se identificam muito com o disco.
Também dizes que “Stereoboy começa no Luis Salgado e é aí que eventualmente acaba”. Mas isto acaba por ser um bocado mentira. Fala-me dos teus colaboradores e de como é que eles chegaram até ti…
As canções e o conceito partem de mim, mas ninguém faz nada sozinho. Os convidados do disco, são vozes ou músicos de quem eu gosto muito, e que já eram meus amigos ou ficaram depois disto. A Helena Veludo, é uma das vozes mais bonitas de Portugal e já tinha participado no primeiro EP. A Sofia Arriscado é um caldeirão de sensualidade na voz, já a conhecia há algum tempo e fez-me o enorme favor de participar num tema e ainda por cima realizar um vídeo magnífico para esse tema. Os Birds are Indie, são um casal que conheci num concerto organizado por mim e pelo João Santos onde que me apaixonei pela sua simplicidade quer musical quer pessoal e achei que tinham de participar. O JP Coimbra, gosto muito do timbre, ligeiramente à David Bowie que ele tem, para além de ser um óptimo compositor. O Rui Maia, frequentava a minha casa em Castelo Branco e naturalmente com a nossa paixão comum pela síntese analógica acabou por participar com uma linha de synth. O João Santos (Daily Misconceptions) é um músico excepcional e grande amigo e fiz questão que ele participasse de alguma maneira. Graficamente a Cãoceito foi a escolha natural para o artwork já que trabalham de uma maneira e com um cuidado nas coisas que fazem, que correspondia ao que eu queria para o formato físico do disco. E finalmente a (M)arta Pois, que fez as ilustrações do CD, é uma brilhante designer gráfica que também trabalha em ilustração e vídeo e tem um bom gosto com que me identifico muito, e felizmente tem aceitado fazer muitas coisas para mim e que espero continue a aceitar no futuro. Ao vivo, tive a sorte de encontrar a Iris Rebelo que tem uma versatilidade na voz enorme e incorporou todos os temas como se fossem dela, permitindo-me transportar os temas para um formato ao vivo, acompanhada pelo João Santos que me ajudou a fazer novos arranjos para este formato e me tem aturado nisto tudo.
O que tens a dizer acerca da Cãoceito?
São um grupo de três designers que trabalham de uma maneira muito próxima com os clientes, e este disco pela componente de intimismo e proximidade que tem, só desta maneira poderia ser concretizado. Foram sempre muito prestáveis e trabalhámos muito bem, discutindo conceitos e possibilidades de transformar este disco numa peça única. E eles conseguiram.
E das editoras, as que mandas foder no teu Facebook? Queres fazer isto sozinho, sem ajuda delas?
Isso ainda existe? Não faço ideia, eu faço música para pessoas, não para uma indústria cega, velha e acabada que vende musica como quem vende pasta de dentes, e em que os próprios A&R nem ouvem musica. Se me aparecer uma editora que se interesse realmente pela musica e pela componente artística e não só pelo entretenimento, estamos cá para ir beber um fino e conversar, até lá, boa sorte com isso, que eu cá me arranjo.
Stereoboy é agora um projecto com base no Porto. Que te levou a mudar para a cidade, para além das miúdas giras?
u(M)a (M)iuda gira e o a(M)or pela cidade.
Fala-me da ideia de levar este projecto à casa das pessoas. Porquê essa escolha? Como pode alguém candidatar-se a receber-te em casa e cozinhar para ti?
Fizeste bem em referir a parte de cozinhar porque isso é muito importante. A ideia surgiu depois de eu pensar como é que poderia levar esta componente intimista e próxima para os espectáculos ao vivo e tive a brilhante ideia de me convencer que o mais próximo que posso estar das pessoas é ir a casa delas. Então, quem nos quiser a tocar só precisa de ter uma sala/atelier/estúdio/casa de banho com um tamanho confortável, convidar um número simpático de amigos e mandar um e-mail para stereoboy1@gmail.com e vamos com a tralha toda tocar a casa dessa pessoa... E tem de cozinhar para nós.
Existe mais alguma coisa importante no mundo para além de miúdas giras?
Sim, finos, francesinhas e (M)úsica.
André GomesEste já é o segundo EP de Stereoboy. O primeiro saiu pela Optimus Discos, mas este EP é o primeiro com formato físico. Demorou algum tempo porque esteve a apurar e a ganhar sabor. Tem a ver com a ideal mistura de temperos. Mas penso que não me consigo bater com as amêijoas à Bulhão Pato.
Como foi chegar a este EP? O que descobriste acerca de Stereoboy com este trabalho?
Foi um processo um bocado longo porque estava dependente da disponibilidade dos convidados, mas não havia grande pressão em lançá-lo. Descobri um lado mais acústico que nunca tinha explorado e fiz uma data de amigos novos.
Agora vou escalpelizar o teu press release. Falas da “atitude disto parecer fazer sentido em qualquer sítio, como por exemplo em Portugal”. Achas que começa a fazer?
Acho que parece fazer sentido. Continuo a pensar que Stereoboy é um projecto pertinente e que tem o seu espaço no contexto musical português. Se não fizesse sentido, não me estavas a fazer perguntas.
Dizes também que “Stereoboy é o Luís Salgado”. E que “quando ouvimos, também nos parece sermos nós”. Ficavas contente se soubesses que isto acontece, sobretudo com miúdas giras?
Este disco é muito feminino de facto. Não é por acaso que as maioria das participações, quer musicais quer gráficas ou de vídeo, são de miúdas, todas elas extremamente giras e mais importante, com muito para dizer. E acredito piamente que se identificam muito com o disco.
© Marta Pois |
Também dizes que “Stereoboy começa no Luis Salgado e é aí que eventualmente acaba”. Mas isto acaba por ser um bocado mentira. Fala-me dos teus colaboradores e de como é que eles chegaram até ti…
As canções e o conceito partem de mim, mas ninguém faz nada sozinho. Os convidados do disco, são vozes ou músicos de quem eu gosto muito, e que já eram meus amigos ou ficaram depois disto. A Helena Veludo, é uma das vozes mais bonitas de Portugal e já tinha participado no primeiro EP. A Sofia Arriscado é um caldeirão de sensualidade na voz, já a conhecia há algum tempo e fez-me o enorme favor de participar num tema e ainda por cima realizar um vídeo magnífico para esse tema. Os Birds are Indie, são um casal que conheci num concerto organizado por mim e pelo João Santos onde que me apaixonei pela sua simplicidade quer musical quer pessoal e achei que tinham de participar. O JP Coimbra, gosto muito do timbre, ligeiramente à David Bowie que ele tem, para além de ser um óptimo compositor. O Rui Maia, frequentava a minha casa em Castelo Branco e naturalmente com a nossa paixão comum pela síntese analógica acabou por participar com uma linha de synth. O João Santos (Daily Misconceptions) é um músico excepcional e grande amigo e fiz questão que ele participasse de alguma maneira. Graficamente a Cãoceito foi a escolha natural para o artwork já que trabalham de uma maneira e com um cuidado nas coisas que fazem, que correspondia ao que eu queria para o formato físico do disco. E finalmente a (M)arta Pois, que fez as ilustrações do CD, é uma brilhante designer gráfica que também trabalha em ilustração e vídeo e tem um bom gosto com que me identifico muito, e felizmente tem aceitado fazer muitas coisas para mim e que espero continue a aceitar no futuro. Ao vivo, tive a sorte de encontrar a Iris Rebelo que tem uma versatilidade na voz enorme e incorporou todos os temas como se fossem dela, permitindo-me transportar os temas para um formato ao vivo, acompanhada pelo João Santos que me ajudou a fazer novos arranjos para este formato e me tem aturado nisto tudo.
© Paulo Cunha Martins PCM |
O que tens a dizer acerca da Cãoceito?
São um grupo de três designers que trabalham de uma maneira muito próxima com os clientes, e este disco pela componente de intimismo e proximidade que tem, só desta maneira poderia ser concretizado. Foram sempre muito prestáveis e trabalhámos muito bem, discutindo conceitos e possibilidades de transformar este disco numa peça única. E eles conseguiram.
E das editoras, as que mandas foder no teu Facebook? Queres fazer isto sozinho, sem ajuda delas?
Isso ainda existe? Não faço ideia, eu faço música para pessoas, não para uma indústria cega, velha e acabada que vende musica como quem vende pasta de dentes, e em que os próprios A&R nem ouvem musica. Se me aparecer uma editora que se interesse realmente pela musica e pela componente artística e não só pelo entretenimento, estamos cá para ir beber um fino e conversar, até lá, boa sorte com isso, que eu cá me arranjo.
Stereoboy é agora um projecto com base no Porto. Que te levou a mudar para a cidade, para além das miúdas giras?
u(M)a (M)iuda gira e o a(M)or pela cidade.
© Paulo Cunha Martins PCM |
Fala-me da ideia de levar este projecto à casa das pessoas. Porquê essa escolha? Como pode alguém candidatar-se a receber-te em casa e cozinhar para ti?
Fizeste bem em referir a parte de cozinhar porque isso é muito importante. A ideia surgiu depois de eu pensar como é que poderia levar esta componente intimista e próxima para os espectáculos ao vivo e tive a brilhante ideia de me convencer que o mais próximo que posso estar das pessoas é ir a casa delas. Então, quem nos quiser a tocar só precisa de ter uma sala/atelier/estúdio/casa de banho com um tamanho confortável, convidar um número simpático de amigos e mandar um e-mail para stereoboy1@gmail.com e vamos com a tralha toda tocar a casa dessa pessoa... E tem de cozinhar para nós.
Existe mais alguma coisa importante no mundo para além de miúdas giras?
Sim, finos, francesinhas e (M)úsica.
andregomes@bodyspace.net
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