ENTREVISTAS
Panda Bear
Um relicário de boa música
· 09 Out 2004 · 08:00 ·
Depois de o pequeno Mogwai ser exposto a luz intensa, ficar encharcado e ser alimentado depois da meia-noite, e também depois de ter revelado comportamentos estranhos de vária ordem, do seu pêlo saem criaturas monstruosas, danadas para a brincadeira e para o caos. Assim eram os Gremlins, um filme que causou furor em 1984. O que se passou com o Animal Collective e Panda Bear foi algo parecido, mas em sentido inverso. Do colectivo de quatro, a saber Avey Tare, Panda Bear, Deakin e Geologist, saltou o segundo para gravar este Young Prayer.

Depois do sangramento do ouvido provocado pela exposição continuada a Here Comes the Indian do ano passado, e da subsequente sangria por parte da imprensa e comunidades indie espalhadas pelo globo, o colectivo deu uma lição de virtuosismo e experimentação em Sung Tongs, o disco com que o Animal Collective será cunhado nos manuais da brevíssima História da Música desta primeira década dos anos 2000. À boleia do fenómeno que brotou de Brooklyn, outros projectos tentaram espreitar e vingar. Mas poucos se podem arrogar o epíteto de indispensáveis para compreender esta pequena vaga. Nem eles o fazem.

Pelo menos, é certo que Panda Bear, Noah Lennox de baptismo, não o faz. A conversa com ele variou entre a admiração e uma certa cumplicidade, prontamente silenciada pelos magros preceitos da crítica cultural. O noise, depois de um longo banho acústico, segue dentro de momentos nesta entrevista. Mas nada dispensa a escuta de Young Prayer, uma oração com muita humanidade (mas também, humildade) dentro.
Quando ouvi Young Prayer com atenção, a primeira coisa que me veio à mente foi “isto podia muito bem ser um espiritual branco”. Concordas? Há muita espiritualidade aqui, não é?

Sim, penso que há muita espiritualidade mas eu diria que toda a música que fazemos tem isso. Penso que eu devia começar por dizer que fiz este disco como um presente para o meu pai que estava a morrer na altura. Ele tinha cancro cerebral e era duro ver como a sua saúde piorava, e eu queria muito fazer qualquer coisa para ele. E, por isso, Young Prayer tornou-se a minha forma de lhe dizer muitas coisas que eu precisava realmente, ou queria apenas dizer, antes de ele partir. Eu sei que isso é muito pesado e eu sabia isso na altura, por isso tentei ser positivo numa situação avassaladoramente negativa. Eu diria que é disso que o disco realmente trata – ser positivo e querer coisas boas e melhores para ti próprio e para todos.

Quando soube que ias dar o título de Young Prayer ao disco, não consegui deixar de pensar na antologia poética do Jim Morrison, American Prayer, e, mais especificamente, nos versos “Indians scattered on dawn’s highway bleeding / Ghosts crowd the young child’s fragile eggshell mind / Indian, Indian what did you die for? / Indian says, nothing at all.”, retirados de “Ghost Song”. Revês-te neste imaginário?

Não, não propriamente, e sempre tive dificuldades em entrar nesse estilo de escrita. É muito pesado em metáforas e é muito esotérico, e eu tento manter a minha escrita num outro plano. Gostava de ser tão terra-a-terra e directo quanto possível em relação às palavras que uso. Gosto de frases curtas e palavras simples, e gosto de pensar nas palavras no sentido em que elas são rítmicas e nos sons das consoantes, e nesse tipo de coisas. Eu passei um par de meses a escrever pequenas jams todas as noites sobre um assunto. Aí pegava nesse assunto e começava a falar muito objectivamente do que o meu pai me ensinou sobre isso, de como eu queria tornar-me melhor nisso e de como eu queria ser melhor. Eu queria que o disco provasse ao meu pai que eu ia ficar bem sem ele porque ele me tinha mostrado como fazer tudo e ensinado como ser uma pessoa boa e forte.

Young Prayer foi gravado na tua casa de infância. Como te sentiste quando foste para lá, e por que é que decidiste gravar nesse local?

O Deke e eu gravámo-lo no quarto em que o meu pai morreu e isso foi passado um mês ou assim, ambos sentimos que ele ainda estava presente. A primeira vez que entrei [no quarto] e me sentei com o meu pai, já depois de ele ter partido, tentei falar com ele mas chorei e o sangue soltou-se do meu nariz. De qualquer forma, eu queria muito gravar ali porque [o disco] era para ele, e eu queria estar o mais próximo que podia dele quando o fizesse.

Uma coisa particular sobre as orações é que o título de grande parte delas coincide com a primeira frase ou expressão, mas nenhuma das faixas do teu disco tem título. Acreditas que as orações não precisam de título para serem universais?

Não acho que qualquer coisa precise de um título para ser universal. Não sou de todo uma pessoa religiosa. Claro que não me ofendo por alguém ser mas, quando há pessoas a sofrer e a serem mortas por causa disso, eu torno-me muito céptico e cínico. Não compreendo como essas coisas podem ter uma justificação religiosa, se percebes o que eu digo. Uma coisa não parece ser compatível com a outra. Tendo a não gostar de algo que magoa ou mata. Desculpa estar a ser tão intenso e talvez a desviar-me do assunto. Bom, eu decidi não dar título a nenhum dos temas porque queria que o disco todo funcionasse como um grande bloco. Quando apresentei o disco ao vivo, toquei-o de uma ponta à outra. Percebi que as pessoas iam provavelmente encontrar uma ou duas partes que gostassem mais do que o resto, por isso marquei o álbum com faixas para que pudessem saltar [o que não lhes interessava tanto]. Apesar de as marcas estarem presentes, prefiro que as pessoas se sentem e ouçam do início ao fim, mas sei que isso é pedir muito.

Qualquer pessoa familiarizada com o trabalho do Animal Collective vai notar um grande desvio neste teu disco. Talvez Sung Tongs tenha tornado as coisas mais simples e isso vos tenha valido uma maior consideração, mas não deixa de ser um desvio. No que diz respeito a Young Prayer, não pareces esforçar-te para que a experimentação venha à superfície. Pareces mais preocupado em experimentar sentimentos e estados de alma, mais do que sons e ruído. É uma premonição do que vai acontecer com o colectivo ou é só uma visão pessoal e muito íntima?

Penso que sou apenas eu. Acho que não conseguiríamos controlar o Animal Collective se quiséssemos. Pelo menos, não íamos conseguir levá-lo numa certa direcção mesmo que quiséssemos. Somos quatro e gostamos de coisas diferentes e, por isso, quando nos juntamos, a coisa vai em quatro direcções e o que vem no final é, muitas vezes, muito diferente do ponto onde começámos. Eu nunca fui a voz mais poderosa no grupo e não penso que algum disco meu venha a ter muito barulho, o que não quer dizer que eu não goste disso. Penso que estava a experimentar mais com o modo como as canções eram dispostas e o modo como tocava guitarra e cantava, na sua maior parte. Às vezes, sinto que as pessoas usam a palavra “experimental” apenas para se referirem a gravações de sons e barulho, mas eu penso que há muitas outras formas de experimentar com a música e o som. Não trabalhei muito em como a alma da música ou o seu sentimento iriam ficar. O disco apenas saiu dessa forma.

O Animal Collective deu um novo alento à cena de Brooklyn nos vossos anos formativos. Como estão as coisas agora?

É simpático da tua parte dizeres isso. Não sei muito bem como estão as coisas agora. Só o Avey vive lá e ele é capaz de ser uma pessoa mais indicada para falar disso do que eu. É um lugar com muita gente nova que não é necessariamente de lá, e muitas pessoas criativas também. Penso que ainda há muitas bandas. O Avey e o Eric [Copeland, dos Black Dice] estão lá com os Terrestrial Tones, claro. E penso que o Rusty Santos [um músico muito diferente da aproximação lo-fi mais comummente divulgada e que também já gravou com o Animal Collective] também ainda está lá. Na verdade, ele mudou-se para o meu antigo quarto. O meu amigo Roy está lá com o projecto Brazilia, a sua plataforma mais fértil, sem dúvida. [O site oficial do grupo diz que eles já acabaram. Conferir em www.brazilia.org.]

Estou certo de que muita gente já te colocou esta questão inúmeras vezes, mas ainda há pessoas que desconhecem a história por detrás das vossas alcunhas. Podes explicar isso?

Com certeza, vou fazer o melhor que posso. Todos nós gravávamos cassetes com a nossa música quando éramos mais novos e estávamos a começar. Na capa de uma dessas gravações eu desenhei um pequeno urso panda e foi por isso que fiquei com esta alcunha. Também já fui o Sai, Nose ou Noses e o Graham Gulden chamava-me Snoah. Avey vem de Dave Davey mas depois ele deixou cair o “d” para ficar Avey, e Tare veio de ele cortar o seu nome [“tearing his name apart”]. Ele não quis Tear porque pensou que as pessoas iriam dizer “tear” de chorar e ele não queria isso. Ele também é Doon ou Dooner, ou mais recentemente, Shortmin Weeder. Bresson é um biologista marinho que trabalha na conservação dos oceanos para um senador em Washington, DC. O Joshua Reuven Process, que está agora nos Prosaics, chamava-o Bresson Geologist, o que está errado mas nós decidimos manter esse nome. E há o Tallmin Grassmin ou Joshmin ou James se formos mais atrás, que costumava assinar com Deacon as cartas que mandava ao Avey, e daí passou a Deakin ou Deke e outras coisas. Acho que o Joshmin já teve mais nomes do que qualquer outra pessoa que eu conheço.

Quem são os Come Winter?

São uns amigos meus dos tempos de Baltimore que são mesmo bons a fazer com que as coisas soem bem e muito mais. Eles tocaram algumas vezes e o Joshmin também já tocou com eles uma vez. Eu actuei ao lado deles na Red Room da Normals Bookstore em Baltimore. Estávamos todos em roupa interior e espalhámos cola, penas e sangue por todo o corpo e tocámos. Viemos directamente da casa de banho naquela figura. Foi a única actuação minha que o meu pai alguma vez viu mas tenho a certeza que ele entrou na cena. Eu queria sentimentos diferentes no disco porque pensei que poderia tornar-se muito pesado se fosse só eu. Foi por isso que lhes pedi para darem os últimos toques. Foi muito difícil para mim finalizar o disco, eu gravei as versões originais com o Deke há uns três anos ou assim.

O teu primeiro álbum a solo, há muito tempo fora de circulação, quase se tornou um mito. Na altura, eras ainda adolescente e fundaste com o Deakin a Soccer Star Records para editares o disco. O que recordas desses anos em Baltimore? E por que deste esse nome à editora? Parece o nome que um atleta da preparatória, com algum interesse em música, daria a uma editora…

Gosto muito desses anos, mas acho que gosto muito mais olhando para trás do que gostava quando estava lá. Eu escrevi muita música nessa altura. Costumava fazer desporto todos os dias mas optei pela música passado algum tempo. O meu irmão era um grande atleta e era bom em tudo, e penso que eu simplesmente lhe segui as pisadas no desporto, no atletismo e quem sabe mais o quê. A minha atitude quando estou a actuar e o modo como o faço são muito parecidas ao que eu fazia no desporto na altura, mas só percebi isso há um ano ou assim. Já não estava num lugar onde pudesse escrever como fazia nessa época há muito tempo, mas acho que isso está a acontecer no sítio onde vivo agora. Acho que consigo ver a analogia do atleta da preparatória mas não me preocupo com isso. Gosto de Yellowcard e Evanescence e essas coisas. Pelo menos, de algumas canções. Pareceu-me um bom nome que se adequava a nós nessa altura. A partir do momento em que começámos a trabalhar juntos, deixou de servir. Parecia-me porreiro na altura pensar em futebol com a minha música ou então pensava que se adequava à minha atitude, não sei. Ontem fui ao meu primeiro jogo de futebol [presume-se que o primeiro em Portugal] e gostei muito. Há uns dois meses pensei chamar a uma música “Football Female”, por isso acho que o desporto ainda corre nas minhas veias. Gosto de competição e o desafio que ela envolve, do resultado e de dares parte de ti próprio. É uma forma de separar os falhados do resto e eu estou nessa onda. É tipo: tu podes dizer o que quiseres mas eu ainda te ganho.


O que estudavas quando desististe da Universidade de Boston?

Estava a estudar religião. Queria perceber como era ser-se realmente devoto e dedicado. Não gostava muito da faculdade. Eu não sabia bem o que fazer nessa altura. Estava lá porque não tinha a certeza se queria estar em qualquer outro sítio melhor. Só consigo lembrar-me de umas três aulas e lembro-me dessas porque o professor era impecável. Eu diria que faz muita diferença que tipo de professor se tem, e sinto que é da responsabilidade dos professores interessarem-se e envolverem-se na matéria para manterem os alunos empolgados.

Que tipo de equipamento usaste para gravar Young Prayer? Soa muito mais orgânico – na verdade, pareces ser só tu e a tua guitarra acústica – do que qualquer coisa que o Animal Collective alguma vez fez…

Sou só eu a cantar e a tocar guitarra e um pouco de piano. Mas não é muito diferente de Campfire Songs [é simultaneamente um projecto paralelo, pois envolve três quartos do Animal Collective, e o título do único disco que gravaram enquanto tal]. Eu queria ter a certeza de manter aquilo extremamente simples porque pensava que as partes eram já demasiado complexas. Não queria saturar as coisas e provocar dores de cabeças, se percebes o que digo. Acho que só gostei daquilo a partir do momento em que memorizei todas as partes e as canções, e todas as pessoas que disseram gostar do disco disseram o mesmo – e eu gosto disso. Suponho que, de início, pareça algo disforme, mas depois de conheceres bem o disco, consegues ver todas as partes e a forma como tudo encaixa. Queria que as canções fossem como flores que se abrem e se movem de um ponto baixo para um ponto alto, e isso é ser positivo. E queria usar o número três tanto quanto possível. Foi terrivelmente complicado mas a minha mente estava num estado hiperactivo por causa do que se tinha passado com o meu pai.

Este disco é algo de catártico?

Não, não acho que seja. Senti necessidade de o fazer e senti na altura que devia fazê-lo, como se fosse a coisa certa a fazer. Tinha a certeza absoluta de que queria fazer isto. Não estava certo de que queria editá-lo mais tarde, mas depois de os Come Winter se envolverem, senti-me muito mais à vontade com essa ideia. Não tinha feito nada parecido só por mim durante muito tempo, por isso acho que foi catártico no sentido em que me ajudou a estar activo e fazer algumas canções sozinho.

Embora eu não acredite que estivesses a tentar endereçar uma mensagem de extrema importância ao mundo, acho que pensaste muito nas palavras que usaste e onde colocá-las no todo da composição. Por isso, aqui vai a pergunta chata: o que veio primeiro, a música ou as palavras? Como foi o teu processo de criação?

As palavras vieram primeiro e eu nunca tinha feito isso. Mas quis que todo o disco se baseasse no sentimento, na estrutura e nos ritmos das palavras. Penso que já falei um pouco disso mais acima, mas as palavras são apenas eu a falar de coisas que aprendi sobre mim e sobre as pessoas que conheço, e como eu vou ser forte e esperto para continuar. Queria que o meu pai sentisse que fez um bom trabalho na sua vida porque é isso que realmente sinto, e não estou certo de que lho disseram. Queria explicar-lhe que, no que me dizia respeito, ele me havia ensinado as coisas certas para me ajudar a fazer bem e a ficar bem. Penso que não é bem uma oração, antes uma coisa séria com gratidão dita a uma pessoa que não está realmente lá, tal como acontece numa oração. Depois de ter escrito todas as palavras, tentei fazer com que pequenas melodias encaixassem em cada linha, e depois memorizei como cada linha seguia para a próxima, e depois fiz o mesmo para a guitarra, embora de uma forma mais simples – e foi isso que aconteceu.

Planeias voltar a levar este disco para cima de um palco?

Eu toquei-o algures em Nova Iorque talvez umas cinco vezes antes de o gravarmos. Não tenho percepção de quantas pessoas o escutaram porque todas as actuações foram em lugares muito pequenos, à excepção do primeiro, mas eu não era propriamente o foco principal nesse. O Animal Collective é uma prioridade para qualquer um de nós e, mesmo numa altura em que estávamos a descansar um pouco, não havia muito tempo. Acho que não vou voltar a tocá-lo.

E quando o Animal Collective toca ao vivo, qual é o grau de improvisação, se algum?

A maior parte da improvisação consiste na transição de uma canção para outra mas mesmo essas passagens podem ser escritas, no sentido em que nós as fazemos da mesma forma todas as vezes. Os sentimentos e as atitudes das canções podem ser improvisadas ou alteradas para um certo tipo de público ou espaço, mas estas coisas nunca são discutidas. Não conseguimos evitar ser pesados se o espaço se adequa ou confusos se esse é o ambiente. É desconfortável se tudo é decidido a priori porque se pode tornar aborrecido para nós – e penso que isso é mau. Mas há muito menos improvisação do que a maior parte das pessoas com que tenho falado pensam. Nós ensaiamos muito para conseguirmos levar as canções a um ponto em que nos sentimos confortáveis e em que percebemos que temos pouco espaço para andar a vaguear, e isso é engraçado. No entanto, consigo perceber como as canções com mais ruído parecem totalmente improvisadas, especialmente se as tocamos mal.

Sei que actualmente vives em Lisboa. Por que decidiste vir morar para cá?

Eu já queria deixar a América e Nova Iorque há muito tempo e penso que a vida europeia tem mais valores em comum comigo do que a americana. Não quero entrar em questões políticas, estou mesmo a falar de merdas muito simples. Eu não me teria mudado se não fosse por uma boa razão porque a minha família ainda está lá, e claro os meus irmãos. Mas conheci uma miúda aqui quando tocámos no ano passado, e foi isso que realmente se passou.

Podes explicar melhor o que são os projectos Jane e Together?

Jane sou eu e o Scott, ele passa discos a maior parte do tempo mas, por vezes, também canta e faz outras coisas. A maior parte das vezes eu canto e nós tentamos divertir-nos a tocar e a dançar. Começámos por editar os nossos próprios trabalhos mas parece que agora eles vão sair através de editoras. Vamos definitivamente ter um disco a sair pela Paw-Tracks no final do ano ou por aí. Together sou eu e o Rusty Santos – ainda não fizemos muito porque eu vim para cá mesmo quando nos preparávamos para trabalhar, mas acho que vou continuar empenhado nisso de alguma forma. Espero que ele me venha visitar dentro de pouco tempo. Ele, eu e, já agora, o Scott interessamo-nos por moda e esse lado das coisas e, por isso, pensámos que seria porreiro tocar música nesse ambiente – não tínhamos feito nada disso antes. Só tocámos uma vez mas foi muito divertido. O Rusty tocava guitarra e eu cantava. As canções que estou a compor agora são mais continuações desses projectos do que do Animal Collective, eu diria. Não estou a dar uma nega ao Animal Collective, mas estou muito orgulhoso das canções destas bandas. Jane é o único projecto em que estou envolvido que eu realmente ouço.

E em relação aos Songhouse, os 12 polegadas que devem sair pela Paw-Tracks no próximo ano?

Eu gostava muito de fazer mais canções de dança e a house music é muito popular aqui. Gosto muito de house e techno. É difícil dizer muito mais porque eu próprio ainda não sei bem.
Hélder Gomes
hefgomes@gmail.com
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