ENTREVISTAS
Faust
Faust, até agora
· 28 Jul 2009 · 13:36 ·
Os anos 70 começavam para uma década essencial da música. E os Faust, de dentro para fora, arquitectavam um dos episódios notáveis do krautrock, que influencia até hoje algumas das movimentações mais interessantes do rock e electrónica actuais. A trabalhar desde Wümme, uma zona rural da Alemanha, aproveitaram-se do isolamento para criar música inovadora e transgressora, construindo um percurso que tem tanto de histórico como mítico. Julian Cope disse-o: não existe banda mais mítica do que os Faust. E quem somos nós para discordar.

Já Jean-Hervé Péron, membro fundador dos Faust, é alguém para concordar e para contar a história ao mais ínfimo pormenor. Ou pelo menos até onde ela pode ser contada. E assim foi. Ao Bodyspace, Jean-Hervé Péron quis contar o que foi então que fez dos Faust uma das bandas mais míticas que (des)conhecemos, numa altura em que esta estrutura continua a produzir alguma da música mais interessante dos nossos tempos - basta consultar o recente C'est Com...Com...Complique para esclarecer dúvidas. Os Faust, até agora, são como Jean-Hervé Péron quis contar ao Bodyspace, numa entrevista que corre o risco de se perder no mito que os envolve.
O que é que ainda se recorda dos tempos iniciais dos Faust enquanto banda? Que ar se respirava naquela altura? Como é que foram esses momentos em que tudo começou?

Um pouco mais atrás, é assim que eu vejo a música a chegar até mim: a minha mãe sempre cantou e o meu pai tocava violino... Foi completamente natural para mim sentir-me atraído pelo mundo do som. Vivamos numa cidade pequena e a minha família estava bastante envolvida com a vida comunitária por isso eu era frequentemente exposto a bandas, músicos, fiestas, bailes, paradas, e também a igreja apesar de os meus pais, a minha irmã e o meu irmão serem comunistas! [mostrando a sua surpresa] Por isso, porque é que fui eu exposto à igreja? Sinceramente não sei… enquanto criança, em todos os eventos familiares tais como casamentos, comunhões (aqui vamos nós outra vez com a igreja), Natal, funerais… Eu era sempre convidado para cantar. Então eu estava na mesa do banquete e cantavas as minhas cantigas. Sem guitarra nem nada: apenas a minha voz de criança. Lembro-me que eles paravam todos de falar e ouviam-me. Hoje em dia, em muitos concertos, as pessoas continuam a falar e a beber enquanto eu canto. Isso põe-me triste. Mais tarde, a minha mãe forçou-me a aprender a teoria da música. Muchas gracias mamita querida… Por isso não aprendi nenhum instrumento ao inicio. Apenas a teoria da música. Depois, finalmente, pediram-me para escolher um instrumento: escolhi a corneta e depois o trompete. E comecei a tocar nas bandas da minha escola de música: uma com um repertório clássico e a outra uma banda de marcha. A certa altura criei a minha própria banda. Um combo dixieland. Aprendi eu mesmo a tocar guitarra e formei outras bandas. De rock ‘n’ roll, folk. Um dia disse aos meus amigos que iria deixar a minha terra natal e que só voltaria quando fosse famoso. [sorri] Deixei Cherbourg e fui para Hamburgo. Pouco depois, estava a tocar no grupo que mais tarde se tornaria nos Faust. Mas tu perguntaste-me sobre Wümme, desculpa. Uma aldeia extremamente pequena com apenas algumas casas, algumas delas quintas, uma delas era uma espécie de bar, todas disseminadas numa longa longa estrada sempre a direito. A casa onde vivíamos tinha sido em tempos uma escola. Humanamente, vivíamos num isolamento parcial. De tempos em tempos recebíamos visitas do Uwe, de amigos. Não havia televisão, nem rádio. Nós gostávamos assim, queríamos as coisas dessa forma. De tempos em tempos, havia orgias com mulheres e drogas e depois ficávamos semanas a comer comida macrobiótica e a fazer experiências musicais. Durante o período em Wümme, perdemos contacto com a realidade por causa da situação e por causa das drogas. É bom e é mau. Era necessário e era inútil. O relacionamento entre os membros dos Faust era obviamente intenso. Éramos seis músicos (o Arnulf Meifert, Gunther Wüsthoff, Hans-Joachim Irmler, Jean-Herve Peron, o Rudolf Sosna e o Werner Diermaier), e um engenheiro de som, o Kurt Graupner. E dois ou três cães. Mais tarde, também o nosso road manager, o Ruud Bosma. Era como um mosteiro às vezes, como um bordel outras. Quando olho para trás, admito que gostei muito, muito. Estava totalmente feliz, totalmente satisfeito. Vivamos e andávamos frequentemente nus e eu pensava que éramos todos irmãos. Levei décadas a perceber que não éramos. Tecnicamente, era também o paraíso. Estávamos equipados um estúdio de gravações absolutamente óptimo e o melhor engenheiro de som do mundo! Não te posso dar detalhes porque eu nunca liguei a finuras técnicas mas sim, éramos uns privilegiados. Neste período também aconteceram colaborações muito importantes… Como com o Tony Conrad, Slapphappy, Tomorrows Gift, Moon, Yello... Conhece-los? O Tony e Slapphappy conheces certamente.

Sim, claro...

Os Yello também. Os Moon eram uma banda que chegou um dia. Faziam rock. E convidaram-me para cantar mas não resultou. Não me consigo lembrar na verdade. Os Tomorrows Gift eram uma banda que talvez possas conhecer como Release Orchestra. De qualquer das formas, nós não colaboramos com eles, eles apenas gravaram e foram embora. Eles eram amigos nossos. Deixa-me pensar quem mais... Para mim, as gravações com o Sr. Conrad foram as mais interessantes e influenciou e consolidou a minha atitude seguinte com a música.


Wümme era uma zona muito rural. Sentiram alguma vez que esse cenário pudesse ser uma inspiração muito importante para a vossa música?

A situação de Wümme (termos o nosso próprio estúdio, o nosso próprio engenheiro de som, não termos de nos preocupar com dinheiro, etc.) influenciou obviamente a nossa música da mesma forma que qualquer outra situação influencia aquele que está nessa situação. Tivemos tempo para pensar na nossa música e não tivemos de investir energia para “sobreviver”... Tínhamos meios de gravação e usámo-los. É por isso que o primeiro álbum é um trabalho único. Será sempre único. Os Faust nunca serão os mesmos Faust que eram durante os anos em Wümme... Obviamente. Mas as pessoas parecem querer esses Faust e nenhuns outros e isso é impossível. O facto de ser ambiente rural influenciou-me obviamente e também ao Zappi. Não tenho a certeza relativamente aos outros. Mas, na verdade, tudo influencia toda a gente de uma forma ou de outra, não é? É bizarro, mas no meio daquela paisagem belíssima e pacifica conseguimos fazer música caótica, selvagem e brutal...

Faust, o vosso disco de estreia, vendeu muito poucas unidades mas recebeu aclamação por parte a crítica pela sua inovação e estabeleceu uma base de seguidores devota. Como é que sentiam esse disco quando foi lançado?

Estávamos muito satisfeitos com a música, que era exactamente aquilo que queríamos fazer. Pessoalmente, nunca me preocupei se os discos vendiam bem ou não. Mesmo hoje, não tenho nada que ver com isso. Estou absolutamente convencido que as vendas não significam nada para julgar a qualidade ou importância da arte.

Como é que viam e se relacionam como krautrock naquela altura? Como é que os Faust se incluíam nessa realidade e na cena musical alemã durante essa época?

Um dos elementos na música dos Faust que podemos encontrar em todas as produções é a relação entre “figura e background”: os instrumentos “harmónicos” como a guitarra e o baixo constroem feixes rítmicos de uma compacidade psicadélica para alterar a percepção do ouvinte, a bateria é uma forma de gerir as pausas e acentos. A música dos Faust parece ter sido produzida por uma máquina programada através dos mais complicados algoritmos. Como é que chegávamos a uma síntese tão incrível? Respirávamos regulamente e movíamos as nossas entranhas. Deixamos que cães e camiões e mãos e tempestades ditassem os seus padrões. Ouvimos por dentro e por for a e tentamos tocar isso tão próximo quanto possível. Passamos muito tempo em telhados, a gritar, com o intuito de absorver o silêncio. Ficamos nus na trovoada no intuito de absorver a luz.

The Faust Tapes era um álbum de cut-and-paste que juntou um grande número de pedaços e sons da vossa extensa colecção de gravações privadas. Era no fundo um disco de sampling. Como é que foi trabalhar nesse disco? Como é que chegaram a essa ideia? Tinham a noção de quão vanguardista era na altura?

As Faust Tapes são um conjunto de gravações feitas em Wümme numa altura em que o grupo consistia por vezes de todos os Faust (o Gunther, Rudolf, Arnulf, Diermaier, Irmler e Jean-Herve Peron) por vezes sem o Arnulf, por vezes apenas o Rudolf, bem. Tínhamos sido despedidos da Polydor sobretudo porque não estávamos preparados para fazer mais concessões a nível musical e éramos obviamente demasiado avant-garde e, logo, não éramos um produto que desse lucro. Acredito também que, na Polydor, cabeças tinham de rolar para que o negócio voltasse ao normal: não mais freaks criminosos, não mais noise non-sense. O Sr. Dr. Vogelsang provavelmente viu as suas contas e assustou-se muito com as somas em vermelho. Uma decisão acertada? Difícil dizer. O Uwe tinha o Richard Branson na mira e de de uma forma qualquer assinamos pela Virgin. Abandonamos Wümme. É agora um local onde os idosos se retiram. Ironie tremenda. O grupo separou-se. Cada um de nós a fazer as nossas próprias coisas. O Richard encontrou uma forma inteligente de vender legalmente um LP pelo preço de um single, o que nos ajudou obviamente a que nos tornássemos populares no Reino Unido. O CD que a Recommended Records lançou décadas depois está dividido em 26 faixas. Não sei quem as misturou ou onde elas foram misturadas e remasterizadas.


Segundo sei, existe uma história curiosa com o tema “J'ai mal aux dents », que surge nesse mesmo disco. O que é que nos pode contar acerca disso?

Existe algo muito interessante nesta canção. As letras em francês estão apenas lá para enfatizar o baixo e não significam muita coisa realmente. Até agora tudo bem. Mas, quando nos reunimos depois de décadas… eu sei, o caro leitor estará provavelmente confuso e não percebe o que eu quero dizer, por isso deixa-me explicar que que o mito dos Faust cresceu muito provavelmente pelo facto que desaparecemos sempre durante anos e, do nada, ding dong, estávamos lá para um concerto e desaparecíamos outra vez. E isto foi o que aconteceu: entre o tempo que esta canção foi publicada (algures em 1973) e o tempo que a tocamos pela primeira vez ao vivo num pequeno bar em Hamburgo (o bar Prinzen em 1994) passaram 21 anos! OK, por isso eu repito. Depois de nos termos voltado a reunir depois de décadas e termos tocado essa canção num pequeno bar em Hamburgo, chega um tipo americano e diz: “eu viajei de propósito desde Heidelberg para vos ver e, uau, tocaram a minha canção favorita: “Shempal Buddha””. “Shempal Buddha?”, disse. “Sim, Shempal Buddha, ship on a better sea, Shempal Buddha, ship on a better sea”. Eu apercebi-me que para ele nós cantavamos “Shempal Buddha, ship on a better sea” em vez de “J'ai mal au dents, j'ai mal aux pieds aussi”. E fiquei muito tocado, muito comovido, preocupado positivamente pela forma como as canções viajam no tempo e no espaço, perdendo o seu sentido original e atingindo uma elevação espiritual que nunca existiu. Desde este encontro, a canção chama-se “Schempal Buddha” e produzimos um CD com a gravação do Prinzen Bar (na editor, Table of the Elements, chama-se The Faust concerts, Vol. I, FE 26). Contratei um tibetano para cantar em tibetano e ele cantava “shemshembala, shemshemballa", seja lá o que isso significar. Adoro tocar esta canção em palco apesar de não conseguir cantar as letras e tocar o baixo ao mesmo tempo… tenho de praticar isso um dia destes.

Em 1973 os Faust lançaram Faust IV, um falhanço comercial que resultou na perda do vosso contrato com a Virgin, que se negou a lançar o vosso quinto álbum. Como foi a vossa reacção a essa recusa? Deixou marcas nos Faust?

Não quero saber, sinceramente. A Virgin? Divertíamo-nos com as secretárias, produzimos dois bons discos. Eles mandaram-nos um pontapé, tudo bem por mim. Não tenho sentimentos negativos em relação a isso de todo.

Pouco depois, em 1975, os Faust terminaram mas reuniram-se oficialmente de novo – com o núcleo a ser constituído pelo Irmler, Diermaier e por si para uma mão cheia de datas na Europa na década de 90. Como é que foi regressar aos palcos e à actividade?

Foi excelente ao inicio. Foi como se nunca tivéssemos parado. Infelizmente, logo depois, começamos a discordar acerca de muitas coisas no seio do grupo e o Irmler deixou os Faust. Um pouco de ar fresco... Por isso fizemos a digressão pelos Estados Unidos, apenas eu e o Zappi. Foi muito divertido.

O Julian Cope disse uma vez: “Não há um grupo mais mitico do que os Faust” no seu livro intitulado Krautrocksampler. O que é que acha disto?

Bem, há factos surpreendentes sobre os Faust. Primeiro, os Faust não são uma banda alemã de todo. Eu sou francês, o Zappi é austríaco, o James Johnston e o James Hodson são ingleses e o Geraldine Swayne é irlandês. Segundo facto: o destino dos Faust esteve sempre nas mãos de mulheres e ainda está. Terceiro facto, os Faust são os grandes mestres na arte do desaparecimento. O facto é que foram sempre as nossas namoradas/esposas que nos permitiam seguir em frente durante uma catástrofe até que chegássemos a outra. Monika Mangold, Marita Sperling, Almuth Jürgens, Carina Varain, Cornelia Paul, Doris, Person S e claro a Petra Nettelbeck… se não tivessem sido elas, já teriamos morrido há muito tempo ou então mergulhado no esquecimento. O Zappi não é tão grande quanto se pensa. Tem apenas 203 cm de altura e 135 kg. Os Faust nunca se conseguiram organizer. Deixem a lenda ser lenda: nunca tivemos propriamente um manager (o Uwe era um produtor genial e um homem muito esparto mas nós éramos completamente impossíveis para ter um manager), esse é um facto que permanece verdadeiro até aos dias de hoje. Rund ist schoen! Este é um statement físico, filosófico e espiritual. Acho que todos já repararam a esta hora: nós não sabemos tocar os nossos instrumentos de uma forma própria. Pedimos desculpa. Está a ficar bastante melhor agora que descobrimos a magia dos aparelhos de afinação. Mais factos, fizemos com que pessoas vomitassem durante os nossos concertos e alguns dos nossos fãs admitiram que adorariam esmagar as nossas caras enquanto tocamos. Também fizemos chorar mulheres de felicidade, passar a ferro e gritar ao vivo. O primeiro encontro dos membros fundadores Zappi e Jean-Herve Peron foi numa casa de fotografia chamada Wolfgang. Mais tarde, nesse dia, o Zappi teve sexo com a namorada do Jean-Herve Peron. O cão do Jean-Herve Peron ficou tão bravo que mijou nas costas do Zappi. Mais. Durante as gravações em São Francisco, tivemos de tocar o tanque de óleo na rua porque não cabia no estúdio. As pessoas perguntavam-se. Durante a digressão francesa dos Faust em 1971 fomos impedidos de passar compota nos nossos croissants (esqueci-me da razão). Gostava de dizer olá à “Mary” que era secretária na Virgin em 1973 em Portobello Road. Também, os meus cumprimentos ao manager escocês que nos ajudou na nossa primeira digressão no Reino Unido. Mais. O Richard Branson comprou-me uma guitarra acústica e mais tarde pôs-nos fora porque tínhamos contas de vinho gigantes e “ocupávamos” demasiado a secretária dele. Olá Mary! Para acabar, estamos convencidos que os Faust não somos nós e que os Faust não são música. Último facto: é muito fácil vir até ao Avantgarde Festival agora que todos podemos voar.


Os Can e os Kraftwert são vistos muitas vezes como pares naturais dos Faust. O que é que pensavam na banda acerca de ambos?

Não pensávamos nada deles nem de qualquer outro grupo uma vez que não conhecíamos nenhum. Vivamos em Wümme em absoluto isolamento. Mais tarde, quando deixamos Wümme, nunca ouvi outra música senão aquela na minha cabeça. Nunca tivemos contacto algum com qualquer outro grupo alemão ou qualquer grupo de todo.

Não há muito tempo atrás, foi editado o primeiro livro acerca da banda, intitulado Faust: Stretch Out Time 1970-75, assinado por Andy Wilson, que aborda evidentemente algumas destas questões. O que é que acha do livro? Acha que resume na perfeição a história dos Faust?

É um excelente livro. Não é um livro sobre “grupos” com anedotas e detalhes privados, é um livro sobre um movimento musical. Não resume a história dos Faust uma vez que ainda não foi contada até ao fim. Não é um resumo na verdade: é, ao contrário, uma explicação detalhada de um certo período no tempo na saga dos Faust… Eu sempre pensei que os observadores e os críticos de música ou arte conseguem ver mais para além dos próprios artistas. É bom desta forma: os músicos fazem a música e os observadores falam dela. É bom.

E como é que se sente a esse respeito?

Sinto-me honrado e embaraçado que alguém invista tanto tempo e energia para explicar aos outros o que a nossa música podia ser ou é.

Por falar em presente, os Faust andam muito activos nos últimos como banda, a colaborar com diferentes artistas, a tocar muito ao vivo. Sentem-se especialmente criativos nesta encarnação?

Obviamente que sim. A nova encarnação dos Faust desde o Inverno de 2004 é uma encarnação feliz, um grupo de amigos que se apoiam uns aos outros e que se expressam de forma livre e sem sentimentos negativos. É óptimo. Volto a dizer, é um ar fresco tão bom.

Para terminar, como é que se sentem relativamente a este novo disco, C'est. Com. Com. Compliqué?. Como foi gravá-lo à luz dos vossos trabalhos anteriores?

O Amaury, O Zappi e o Jean-Herve Peron tinham o mesmo sentimento: devíamos ir para um estúdio e gravar a energia que estava dentro de nós naquele momento. Tínhamos trabalhado imenso, tínhamos feitos longos e disciplinados ensaios em absoluto retiro, tínhamos dado concertos desafiantes. Estávamos simplesmente cheios de boas energias. Por isso alugamos um estúdio em Hamburgo e improvisamos! Tão simples quanto isso. Depois tivemos a ideia de dar estas gravações a dois produtores diferentes e lançar um duplo álbum. Com os resultados: o primeiro a estar pronto foi o disco com os Nurse with Wound, Disconnected. O seguinte, alguns anos depois, é este C'est. Com. Com. Compliqué?. Não conseguimos lançá-los ao mesmo tempo. Mas esquece, o trabalho está feito, a ideia está realizada. Isso é o que importa. Gosto deste disco porque é apenas improvisação e reflecte um tempo de energia extrema e amizade total no trio Faust. Agora, andamos para frente para outra história, para outra formação. Fizemos outra sessão de gravações. Em Londres, desta vez. E o álbum chama-se 10. Sim, apenas um e zero, 10. É um álbum fantástico, completamente diferente do C'est. Com. Com. Compliqué?. Será lançado em breve, espero. Aproveitamos já agora para deixar todo o nosso amor a todos os que permanecem fiéis à nossa música.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net
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