ENTREVISTAS
American Music Club
A Idade Dourada
· 15 Set 2008 · 08:00 ·
Este ano os American Music Club regressam a Portugal, mais precisamente ao Barreiro, para um concerto único em Portugal. Antes da actuação no festival BOM - Barreiro Outras Músicas, o Bodyspace falou com Mark Eitzel em plena digressão de The Golden Age. Numa entrevista directa ao assunto, Mark Eitzel aborda as questões mais prementes do presente dos American Music Club e as dores de alma decorrentes do processo de escrita de canções.
No ano passado os American Music Club saíram de São Francisco e mudaram-se para Los Angeles. Foi uma mudança fácil ou foi realmente necessária?
Bem, foi necessária porque o Vudi vive lá e o emprego que ele tem não o deixa viajar (é condutor de um autocarro da cidade). Eu ainda vivo em São Francisco mas vou muitas vezes de carro até lá (são seis horas de viagem)...
Ao mesmo tempo anunciaram uma nova Formação da banda, devido à mudança de cidade. Como é que isto tudo se traduziu enquanto gravavam o vosso novo disco, The Golden Age?
Fez toda a diferença. Os novos membros trouxeram o seu positivismo e entusiasmo para a música e acho que isso ajudou verdadeiramente. Às vezes a mudança é uma coisa positive… Apesar de não adorar Los Angeles, é uma cidade cheia de músicos que querem fazer música sem problemas de atitude e isso é uma coisa maravilhosa.
Tanto quanto sei tinha alguns desejos para este novo disco. Um deles era ser mais positivo, o outro era o de ser um bocadinho menos “sério”. Será que os seus amigos em São Francisco acham que o conseguiu?
Não faço a mínima ideia o que eles acham. Acho que as pessoas gostam muito – pelo menos nos espectáculos. Na verdade o espectáculo que actualmente tocamos é constituído em grande parte pelas canções mais sombrias do nosso passado – e isso é muito satisfatório.
De acordo com o site do All Music Guide existem 180 canções chamadas “All my Love". Acha que é saudável para o amor ter tantos donos?
Claro. É muito difícil escrever sobre o amor e não cair em clichés. Afinal de contas somos apenas animais. Eu tentei – e adoro cantar a canção...
Este 9º disco dos American Music Club é o 9º disco que sempre sonhou ter? Ou os seus sonhos são mais estranhos do que isto?
Meu Deus, estou a preparar um EP a solo para o Outono e gosto mesmo muito do que estou a escrever neste momento… Eu sei que isto soa estúpido mas tenho escrito com a intensidade de uma tempestade nos últimos dias…
A exigência que tem com a música que ao longo dos anos ouve de outros artistas… é o mesmo tipo de exigência que tem com a sua própria música, com a música que escreve?
Bem, depende – mas na minha vida a música tem sido essencialmente a minha paixão principal. Quando eu era mais novo eu odiava especialmente pessoas que tinham uma relação casual com a música…
Mesmo assim, pensa que devemos ser um bocadinho mais dóceis connosco de quando em vez?
Sim, acredito nisso.
Acham que neste era dourada as pessoas podem acabar num barco em alto mar – como na capa de The Golden Age?
Bem, nós não tínhamos nenhuma “grande” metáfora para a capa – mas eu gosto de pensar que é o ocidente a flutuar em direcção ao seu próprio esquecimento.
É mais seguro escrever canções com os American Music Club do que quando o faz na sua Carreira a solo? Ou é sempre perigoso alguém sentir-se seguro quando está a escrever canções?
Eu escrevo as canções – algumas são adequadas para os American Music Club e algumas não são. A melhor coisa sobre a banda é que eles são inteligentes e ouvem a minha música de uma forma mais inteligente do que outros… isto faz com que eu escreva melhor, acho eu. Não sei se os American Music Club vão durar para lá do próximo disco mas eu ainda gosto muito de fazer parte de um grande ruído…
Imagino que tenha a oportunidade de conhecer muitas cidades pelo mundo fora quando andam em digressão. Alguma vez consideraria neste momento escrever uma canção sobre qualquer outra cidade que não São Francisco?
Nem por isso. Tem uma linguagem muito própria e é onde eu vivo. Escrevi muitas canções sobre Columbus Ohio também. Onde tu estás é a linguagem que tu falas…
Tem já muitos anos de Estrada nas suas costas. Como é que se sente hoje em dia sempre que tem de seguir para uma digressão pelo mundo fora?
Cansado! Mas gosto da formação actual da banda e é muito divertido viajar com eles...
André GomesBem, foi necessária porque o Vudi vive lá e o emprego que ele tem não o deixa viajar (é condutor de um autocarro da cidade). Eu ainda vivo em São Francisco mas vou muitas vezes de carro até lá (são seis horas de viagem)...
Ao mesmo tempo anunciaram uma nova Formação da banda, devido à mudança de cidade. Como é que isto tudo se traduziu enquanto gravavam o vosso novo disco, The Golden Age?
Fez toda a diferença. Os novos membros trouxeram o seu positivismo e entusiasmo para a música e acho que isso ajudou verdadeiramente. Às vezes a mudança é uma coisa positive… Apesar de não adorar Los Angeles, é uma cidade cheia de músicos que querem fazer música sem problemas de atitude e isso é uma coisa maravilhosa.
Tanto quanto sei tinha alguns desejos para este novo disco. Um deles era ser mais positivo, o outro era o de ser um bocadinho menos “sério”. Será que os seus amigos em São Francisco acham que o conseguiu?
Não faço a mínima ideia o que eles acham. Acho que as pessoas gostam muito – pelo menos nos espectáculos. Na verdade o espectáculo que actualmente tocamos é constituído em grande parte pelas canções mais sombrias do nosso passado – e isso é muito satisfatório.
De acordo com o site do All Music Guide existem 180 canções chamadas “All my Love". Acha que é saudável para o amor ter tantos donos?
Claro. É muito difícil escrever sobre o amor e não cair em clichés. Afinal de contas somos apenas animais. Eu tentei – e adoro cantar a canção...
Este 9º disco dos American Music Club é o 9º disco que sempre sonhou ter? Ou os seus sonhos são mais estranhos do que isto?
Meu Deus, estou a preparar um EP a solo para o Outono e gosto mesmo muito do que estou a escrever neste momento… Eu sei que isto soa estúpido mas tenho escrito com a intensidade de uma tempestade nos últimos dias…
A exigência que tem com a música que ao longo dos anos ouve de outros artistas… é o mesmo tipo de exigência que tem com a sua própria música, com a música que escreve?
Bem, depende – mas na minha vida a música tem sido essencialmente a minha paixão principal. Quando eu era mais novo eu odiava especialmente pessoas que tinham uma relação casual com a música…
Mesmo assim, pensa que devemos ser um bocadinho mais dóceis connosco de quando em vez?
Sim, acredito nisso.
Acham que neste era dourada as pessoas podem acabar num barco em alto mar – como na capa de The Golden Age?
Bem, nós não tínhamos nenhuma “grande” metáfora para a capa – mas eu gosto de pensar que é o ocidente a flutuar em direcção ao seu próprio esquecimento.
É mais seguro escrever canções com os American Music Club do que quando o faz na sua Carreira a solo? Ou é sempre perigoso alguém sentir-se seguro quando está a escrever canções?
Eu escrevo as canções – algumas são adequadas para os American Music Club e algumas não são. A melhor coisa sobre a banda é que eles são inteligentes e ouvem a minha música de uma forma mais inteligente do que outros… isto faz com que eu escreva melhor, acho eu. Não sei se os American Music Club vão durar para lá do próximo disco mas eu ainda gosto muito de fazer parte de um grande ruído…
Imagino que tenha a oportunidade de conhecer muitas cidades pelo mundo fora quando andam em digressão. Alguma vez consideraria neste momento escrever uma canção sobre qualquer outra cidade que não São Francisco?
Nem por isso. Tem uma linguagem muito própria e é onde eu vivo. Escrevi muitas canções sobre Columbus Ohio também. Onde tu estás é a linguagem que tu falas…
Tem já muitos anos de Estrada nas suas costas. Como é que se sente hoje em dia sempre que tem de seguir para uma digressão pelo mundo fora?
Cansado! Mas gosto da formação actual da banda e é muito divertido viajar com eles...
andregomes@bodyspace.net
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