ENTREVISTAS
Au Revoir Simone
Um adeus musicado
· 20 Ago 2007 · 08:00 ·

Antes de mais tenho de vos perguntar isto. Como é que vocês explicariam a vossa paixão por sintetizadores?
Annie Hart: Eu gosto de coisas electrónicas. Arranjei a minha torradeira na semana passada. Costumava construir elaboradas séries de resistores e lâmpadas de coisas que arranjei na Radio Shack quando tinha nove anos. Também gosto do piano. É fácil de tocar e gosta da forma como os meus dedos se sentem nas teclas. Combina as duas coisas e aí o tens!
Erika Forster: Os teclados têm realmente personalidades e é muito mais divertido fazer música com eles do que com os computadores. São interactivos e dão-me todo o tipo de ideias para fazer coisas. Nunca há um momento aborrecido. Também, sinto-me ligada à época de ouro dos sintetizadores, na altura em que tudo era novo e tão excitante porque as pessoas nunca tinham sido capazes de fazer sons como aqueles até então, e nunca tinham sequer ouvido sons como aqueles!
Heather D'Angelo: Eu não tenho realmente uma paixão por sintetizadores. Tenho uma paixão por drum machines, mas uma paixão ainda maior por baterias a sério e pianos. Tenho uma paixão por percussão. Mas os sintetizadores são bastante porreiros. A Erika e a Annie os grandes e bonitos, eu apenas tenho um minúsculo Microkorg que é mais ajustado para fazer musica techno do que pop bonitinha. Mas a minha drum machine, a Roland SPDS, é o amor da minha vida.
Que memórias têm dos dias em que tudo começou para a banda? O que é que vos fez tocar juntas, para além da paixão pelos teclados?
A.H.: Eu gostava mesmo da Heather e da Erika (e de Sung Bin, quando ela estava na banda), muito. Divertíamo-nos imenso juntas, e quanto tocávamos juntas tudo fluía naturalmente. Foi tudo muito instintivo e excitante.
H.D.: Tudo o que eu me lembro é da neve. Conduzir até aos concertos com neve na carrinha da Erika que nunca parecia estar suficientemente quente, e depois arrastar os nosso teclados pesados e os suportes e outras coisas pelas ruas em gelo, os pés escorregarem por todo o lado porque no inicio gostávamos de nos vestir todas muito bem e usar saltos altos, o cabeço a sair dos nossos parkas e a cegar-nos... Todo aquele trabalho por apenas alguns membros da audiência entusiásticos, regra geral todos nossos amigos. Bons tempos…
E.F.: Lembro-me que nem sequer nos censurávamos a nós próprias. Nós apenas tocávamos, com canções muito tontas e divertíamo-nos imenso com isso tudo. O nosso primeiro concerto ia ser uma noite de microfone aberto num bar minúsculo do nosso bairro. Levamos os nossos teclados e seria demasiado grande para o palco se todas tivéssemos tentado entrar nele, por isso colocamos o nome na lista e esperamos pacientemente enquanto muitos singersongwriters tocavam e eles desceram lentamente na lista mas a coisa acabou antes que chamassem o nosso nome. Foi provavelmente uma bênção disfarçada já que poderíamos estar mais preparadas para o nosso primeiro espectáculo a sério.
Li algures que queriam ter uma banda de raparigas para criar algo divertido e lucrativo. Estão a conseguir atingir ambos os objectivos?
A.H.: [risos] Escrevi isso como uma piada. Até agora ainda é divertido, mas neste momento estou com sérias dividas e está a começar a ser assustador. Por isso tenho de dizer que apenas o primeiro ponto é verdadeiro.
E.F.: Nunca imaginei que esta banda seria lucrativa para nós. Ainda é divertido... muito trabalho duro e não temos tempo para ter outros empregos agora por isso talvez façamos dinheiro aqui e ali. Felizmente andar em digressão força-te a viver de forma bastante barata.
H.D.: Totalmente de acordo. Estar numa banda é caro e estar teso não é divertido.
Racionalmente falando, quais são as vossas influências musicais mais directas? Imagino que sejam bandas como as Electrelane e Stereolab… E em relação às influências não musicais?
H.D.: Para mim, definitivamente Stereolab. Mas também a Björk, The Beach Boys, Jim O'rourke, Phillip Glass, Michael Jackson, Genesis...
E.F.: Ultimamente adoro música folk psicadélica e Lavender Diamond e Sondre Lerche e The Concretes. Também sou influenciada pela natureza e por momentos especiais, como quando a vida segue em câmara lenta por momentos.
A.H.: Influências musicais para mim incluem Mates of State, The Rolling Stones, Liz Phair e Oh No! Oh My! Influências não musicais incluem árvores, cozinhar e fazer palavras cruzadas com o meu marido.
Na vossa opinião quais são as maiores diferenças entre o vosso disco de estreia e este ultimo disco? O que é que mudou no processo ou na banda entre ambos os lançamentos?
E.F.: Sim, é uma coisa mais coesa, o novo disco... Tornamo-nos mais conscientes da nossa identidade como banda. Suponho que tenhamos trabalhado mais em direcção a algo em vez e deixar que algo aconteça. Mas não de uma forma forçada.
A.H.: Acho que o nosso novo disco é mais exuberante e desenvolvido musicalmente é mais exuberante e desenvolvido musicalmente. O nosso processo ainda é basicamente o mesmo, trabalhar nas canções até que todas gostem delas.
H.D.: O nosso último álbum era mais uma colecção das nossas melhores canções do nosso primeiro ano ou dois anos juntas, quando ainda estávamos a trabalhar na identidade da nossa banda e no estilo de escrita de canções. No entanto, quando começamos a escrever canções para o The Bird Of Music, éramos muito conscientes que elas acabariam por ser gravadas, por isso acho que essa consciência muda certamente o processo. Força-te a levar as coisas mais a sério ou, pelo menos, a ponderar bastante as escolhas. Tínhamos uma imagem grande nas nossas cabeças com este disco, sabíamos o que queríamos que a coisa exprimisse no final, o que é muito diferente de uma colecção de canções.
Alguma vez se sentem presos na música feita por teclados? Quero dizer, alguma vez se sentem inclinadas a explorar outros instrumentos, como guitarras?
A.H.: No way, Jose! Os teclados têm milhentos sons diferentes. Gostava de arranjar um acordeão, mas isso também tem teclados por isso está óptimo para a banda.
H.D.: Sim, temos regras engraçadas na nossa banda. Poderia parecer que por incluirmos apenas teclados excluímos todos os outros instrumentos, mas na verdade gravamos violoncelo, violinos, trompetes, bateria, glockenspiel... Na verdade, acho que o único instrumento que excluímos oficialmente é a guitarra! Eu não estou assim tão casada com essa decisão. Mas a prima donna da nossa banda será sempre os teclados.
E.F.: Eu não toco guitarra mas incorporamos muita percussão e eu toco um omnichord e tenho muito interesse em aprender outros instrumentos. Talvez o violoncelo… Um novo elemento adiciona sempre nova energia a um projecto, penso eu.
Alguém descreveu a vossa música como a banda Sonora perfeita para um piquenique outonal no parquet ou para o Virgens Suicidas se os Air não tivessem sido tão triunfantes com a música original. Concordam com estas ideias?
A.H.: Essa já é velha, fico contente que tenhas encontrado. Eu acho que a nossa música é aquilo que as pessoas quiserem ouvir nela e essa é a beleza da música. Pertence a cada pessoa que a ouve.
H.D.: Concordo com esta ideia... Mas é difícil articular porque é que as pessoas nos descrevem dessa forma. Não consigo falar objectivamente acerca de nós, obviamente.
E.F.: Eu adoro piqueniques. Os piqueniques resumem bastante bem aquilo que eu quero que a minha vida seja.
Sentem que Brooklyn é o local perfeito para as Au Revoir Simone existirem como banda neste momento? Sentem a criatividade no ar como algumas pessoas descrevem?
A.H.: Sim e sim! Existem muitas bandas divertidas e boas e geniais que não fazem menos do que nos inspirarem constantemente para tocarmos música a toda a hora.
Tocaram recentemente numa loja antes do David Lynch falar do seu novo livro, Catching the Big Fish: Meditation, Consciousness, and Creativity. Como é que isso aconteceu e como é que foi esse dia?
A.H.: O organizador do evento é um fã nosso e ofereceu-nos o concerto. Claro que é difícil rejeitar uma proposta destas. O concerto correu às mil maravilhas. Foi óptimo ouvir o David Lynch falar e ele gostou realmente da nossa banda, o que foi excitante.
E.F.: Foi um dia óptimo. Ter alguém como ele que é tão inspirador a gostar de nós e a dizer-nos que acredita em nós e para continuarmos a fazer o que estamos a fazer foi verdadeiramente poderoso e introduziu definitivamente nova vida na nossa banda.
H.D.: Esse foi definitivamente um dos momentos mais altos da minha vida. Foi óptimo partilhar a nossa música não só com uma loja cheia de gente que provavelmente nunca nos tinha ouvido antes, mas também com o David Lynch, cujo trabalho eu admiro tanto.
Qual é a melhor coisa e a pior coisa de serem uma banda composta exclusivamente por mulheres?
E.F.: Eu acho que temos sorte porque pelo facto de sermos apenas raparigas isso significa que uma barreira automática cai. Somos irmãs.
A.H.: Nunca estive numa banda só de homens por isso não sei a diferença.
H.D.: Nem eu. Uma coisa boa é podermos partilhar roupas e maquilhagem, e toda a conversa non stop das mulheres, claro.
Considerar-se-iam uma banda feminista?
A.H.: Sim. Somos mulheres e isso significa que devemos gostar do que estamos a fazer. Especialmente porque temos o controlo de tudo aquilo que fazemos. Não existe nada mais feminista do que isto.
H.D.: Eu acho que essa questão já não é sequer relevante hoje em dia, parce tão antiquada. Se fossem os anos 60 poderia ser provocadora, mas agora, quero dizer, nunca conheci uma mulher que não estivesse apenas a tentar a sua vida nos seus próprios termos.
Lamento, mas tenho mesmo de vos perguntar isto: quem é a Simone e porque é que se estão a despedir dela?
A.H.: Tens de ver a Pee Wee's Big Adventure para descobrir essa.
André GomesAnnie Hart: Eu gosto de coisas electrónicas. Arranjei a minha torradeira na semana passada. Costumava construir elaboradas séries de resistores e lâmpadas de coisas que arranjei na Radio Shack quando tinha nove anos. Também gosto do piano. É fácil de tocar e gosta da forma como os meus dedos se sentem nas teclas. Combina as duas coisas e aí o tens!
Erika Forster: Os teclados têm realmente personalidades e é muito mais divertido fazer música com eles do que com os computadores. São interactivos e dão-me todo o tipo de ideias para fazer coisas. Nunca há um momento aborrecido. Também, sinto-me ligada à época de ouro dos sintetizadores, na altura em que tudo era novo e tão excitante porque as pessoas nunca tinham sido capazes de fazer sons como aqueles até então, e nunca tinham sequer ouvido sons como aqueles!
Heather D'Angelo: Eu não tenho realmente uma paixão por sintetizadores. Tenho uma paixão por drum machines, mas uma paixão ainda maior por baterias a sério e pianos. Tenho uma paixão por percussão. Mas os sintetizadores são bastante porreiros. A Erika e a Annie os grandes e bonitos, eu apenas tenho um minúsculo Microkorg que é mais ajustado para fazer musica techno do que pop bonitinha. Mas a minha drum machine, a Roland SPDS, é o amor da minha vida.
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Que memórias têm dos dias em que tudo começou para a banda? O que é que vos fez tocar juntas, para além da paixão pelos teclados?
A.H.: Eu gostava mesmo da Heather e da Erika (e de Sung Bin, quando ela estava na banda), muito. Divertíamo-nos imenso juntas, e quanto tocávamos juntas tudo fluía naturalmente. Foi tudo muito instintivo e excitante.
H.D.: Tudo o que eu me lembro é da neve. Conduzir até aos concertos com neve na carrinha da Erika que nunca parecia estar suficientemente quente, e depois arrastar os nosso teclados pesados e os suportes e outras coisas pelas ruas em gelo, os pés escorregarem por todo o lado porque no inicio gostávamos de nos vestir todas muito bem e usar saltos altos, o cabeço a sair dos nossos parkas e a cegar-nos... Todo aquele trabalho por apenas alguns membros da audiência entusiásticos, regra geral todos nossos amigos. Bons tempos…
E.F.: Lembro-me que nem sequer nos censurávamos a nós próprias. Nós apenas tocávamos, com canções muito tontas e divertíamo-nos imenso com isso tudo. O nosso primeiro concerto ia ser uma noite de microfone aberto num bar minúsculo do nosso bairro. Levamos os nossos teclados e seria demasiado grande para o palco se todas tivéssemos tentado entrar nele, por isso colocamos o nome na lista e esperamos pacientemente enquanto muitos singersongwriters tocavam e eles desceram lentamente na lista mas a coisa acabou antes que chamassem o nosso nome. Foi provavelmente uma bênção disfarçada já que poderíamos estar mais preparadas para o nosso primeiro espectáculo a sério.
Li algures que queriam ter uma banda de raparigas para criar algo divertido e lucrativo. Estão a conseguir atingir ambos os objectivos?
A.H.: [risos] Escrevi isso como uma piada. Até agora ainda é divertido, mas neste momento estou com sérias dividas e está a começar a ser assustador. Por isso tenho de dizer que apenas o primeiro ponto é verdadeiro.
E.F.: Nunca imaginei que esta banda seria lucrativa para nós. Ainda é divertido... muito trabalho duro e não temos tempo para ter outros empregos agora por isso talvez façamos dinheiro aqui e ali. Felizmente andar em digressão força-te a viver de forma bastante barata.
H.D.: Totalmente de acordo. Estar numa banda é caro e estar teso não é divertido.
Racionalmente falando, quais são as vossas influências musicais mais directas? Imagino que sejam bandas como as Electrelane e Stereolab… E em relação às influências não musicais?
H.D.: Para mim, definitivamente Stereolab. Mas também a Björk, The Beach Boys, Jim O'rourke, Phillip Glass, Michael Jackson, Genesis...
E.F.: Ultimamente adoro música folk psicadélica e Lavender Diamond e Sondre Lerche e The Concretes. Também sou influenciada pela natureza e por momentos especiais, como quando a vida segue em câmara lenta por momentos.
A.H.: Influências musicais para mim incluem Mates of State, The Rolling Stones, Liz Phair e Oh No! Oh My! Influências não musicais incluem árvores, cozinhar e fazer palavras cruzadas com o meu marido.
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Na vossa opinião quais são as maiores diferenças entre o vosso disco de estreia e este ultimo disco? O que é que mudou no processo ou na banda entre ambos os lançamentos?
E.F.: Sim, é uma coisa mais coesa, o novo disco... Tornamo-nos mais conscientes da nossa identidade como banda. Suponho que tenhamos trabalhado mais em direcção a algo em vez e deixar que algo aconteça. Mas não de uma forma forçada.
A.H.: Acho que o nosso novo disco é mais exuberante e desenvolvido musicalmente é mais exuberante e desenvolvido musicalmente. O nosso processo ainda é basicamente o mesmo, trabalhar nas canções até que todas gostem delas.
H.D.: O nosso último álbum era mais uma colecção das nossas melhores canções do nosso primeiro ano ou dois anos juntas, quando ainda estávamos a trabalhar na identidade da nossa banda e no estilo de escrita de canções. No entanto, quando começamos a escrever canções para o The Bird Of Music, éramos muito conscientes que elas acabariam por ser gravadas, por isso acho que essa consciência muda certamente o processo. Força-te a levar as coisas mais a sério ou, pelo menos, a ponderar bastante as escolhas. Tínhamos uma imagem grande nas nossas cabeças com este disco, sabíamos o que queríamos que a coisa exprimisse no final, o que é muito diferente de uma colecção de canções.
Alguma vez se sentem presos na música feita por teclados? Quero dizer, alguma vez se sentem inclinadas a explorar outros instrumentos, como guitarras?
A.H.: No way, Jose! Os teclados têm milhentos sons diferentes. Gostava de arranjar um acordeão, mas isso também tem teclados por isso está óptimo para a banda.
H.D.: Sim, temos regras engraçadas na nossa banda. Poderia parecer que por incluirmos apenas teclados excluímos todos os outros instrumentos, mas na verdade gravamos violoncelo, violinos, trompetes, bateria, glockenspiel... Na verdade, acho que o único instrumento que excluímos oficialmente é a guitarra! Eu não estou assim tão casada com essa decisão. Mas a prima donna da nossa banda será sempre os teclados.
E.F.: Eu não toco guitarra mas incorporamos muita percussão e eu toco um omnichord e tenho muito interesse em aprender outros instrumentos. Talvez o violoncelo… Um novo elemento adiciona sempre nova energia a um projecto, penso eu.
Alguém descreveu a vossa música como a banda Sonora perfeita para um piquenique outonal no parquet ou para o Virgens Suicidas se os Air não tivessem sido tão triunfantes com a música original. Concordam com estas ideias?
A.H.: Essa já é velha, fico contente que tenhas encontrado. Eu acho que a nossa música é aquilo que as pessoas quiserem ouvir nela e essa é a beleza da música. Pertence a cada pessoa que a ouve.
H.D.: Concordo com esta ideia... Mas é difícil articular porque é que as pessoas nos descrevem dessa forma. Não consigo falar objectivamente acerca de nós, obviamente.
E.F.: Eu adoro piqueniques. Os piqueniques resumem bastante bem aquilo que eu quero que a minha vida seja.
Sentem que Brooklyn é o local perfeito para as Au Revoir Simone existirem como banda neste momento? Sentem a criatividade no ar como algumas pessoas descrevem?
A.H.: Sim e sim! Existem muitas bandas divertidas e boas e geniais que não fazem menos do que nos inspirarem constantemente para tocarmos música a toda a hora.
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Tocaram recentemente numa loja antes do David Lynch falar do seu novo livro, Catching the Big Fish: Meditation, Consciousness, and Creativity. Como é que isso aconteceu e como é que foi esse dia?
A.H.: O organizador do evento é um fã nosso e ofereceu-nos o concerto. Claro que é difícil rejeitar uma proposta destas. O concerto correu às mil maravilhas. Foi óptimo ouvir o David Lynch falar e ele gostou realmente da nossa banda, o que foi excitante.
E.F.: Foi um dia óptimo. Ter alguém como ele que é tão inspirador a gostar de nós e a dizer-nos que acredita em nós e para continuarmos a fazer o que estamos a fazer foi verdadeiramente poderoso e introduziu definitivamente nova vida na nossa banda.
H.D.: Esse foi definitivamente um dos momentos mais altos da minha vida. Foi óptimo partilhar a nossa música não só com uma loja cheia de gente que provavelmente nunca nos tinha ouvido antes, mas também com o David Lynch, cujo trabalho eu admiro tanto.
Qual é a melhor coisa e a pior coisa de serem uma banda composta exclusivamente por mulheres?
E.F.: Eu acho que temos sorte porque pelo facto de sermos apenas raparigas isso significa que uma barreira automática cai. Somos irmãs.
A.H.: Nunca estive numa banda só de homens por isso não sei a diferença.
H.D.: Nem eu. Uma coisa boa é podermos partilhar roupas e maquilhagem, e toda a conversa non stop das mulheres, claro.
Considerar-se-iam uma banda feminista?
A.H.: Sim. Somos mulheres e isso significa que devemos gostar do que estamos a fazer. Especialmente porque temos o controlo de tudo aquilo que fazemos. Não existe nada mais feminista do que isto.
H.D.: Eu acho que essa questão já não é sequer relevante hoje em dia, parce tão antiquada. Se fossem os anos 60 poderia ser provocadora, mas agora, quero dizer, nunca conheci uma mulher que não estivesse apenas a tentar a sua vida nos seus próprios termos.
Lamento, mas tenho mesmo de vos perguntar isto: quem é a Simone e porque é que se estão a despedir dela?
A.H.: Tens de ver a Pee Wee's Big Adventure para descobrir essa.
andregomes@bodyspace.net
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