ENTREVISTAS
Triangulo de Amor Bizarro
Da Galiza, com afecto
· 24 Jul 2007 · 08:00 ·
Tocam em Portugal no âmbito de um Ciclo de Cinema e Música do Eixo Norte-Galiza promovido pela Audiência Zero. Acham que existe de facto – ou devia haver - uma aproximação entre o norte de Portugal e a Galiza? Acham importante este elo de ligação?
Galiza e Portugal são dois países muito próximos na sua cultura e história, mas, não sei por que motivo, penso que não se relacionam tanto quanto seria desejável. Nós vemo-nos mais próximos de Portugal que, por exemplo, da Catalunha, apesar de a Catalunha estar em Espanha. Iniciativas como o Eixo Norte-Galiza são importantes porque permitem um intercâmbio cultural, neste caso musical, que deveria suceder já de forma natural, mas que por diversas razões, a maioria bastante estúpidas, quase todas políticas, não sucede.
Em Espanha têm vindo a ganhar alguma exposição, graças ao vosso disco de estreia pela Mushroom Pillow. Sentiram que aconteceu tudo muito depressa para vocês?
A recepção do disco em Espanha foi extremamente boa, mais do que o esperado, mas não nos assusta o quanto depressa vai. Por exemplo, agora acabamos de conseguir também a distribuição e a consequente digressão pelo México em mãos da EMI, mas isso não significa mais pressão para nós. Pressão é trabalhar num trabalho que não se goste, como tem de fazer quase todo o mundo, incluindo nós durante toda a nossa vida, menos neste ano.
Creio que falo acertadamente quando digo que as vossas influências mais directas são os bandas como os Jesus And Mary Chain ou os My Bloody Valentine. São referências comuns a todos os membros da banda?
Sim, desde logo são grupos de que gostamos desde sempre, mas não são as únicas influências. Possivelmente influencia-nos mais coisas extra musicais do que propriamente bandas determinadas.
“El fantasma de la transición” parece-me uma canção especial do disco. Vêm-na como um momento de destaque no disco?
É possivelmente a canção mais puramente pop, junto com “Para los seres atados” além de que para nós, parece que é a que mais influencia tem nas pessoas. Pertence à nossa cara mais acessível e nós estamos encantados por as pessoas gostarem dela.
Como é viver na Corunha?
Como diz o ditado: ”Vivir na coruña que bonito é, sair de parranda e durmir de pé...”
Que retracto fazem vocês da música indie feita em Espanha. Quais são na vossa opinião os nomes que vale a pena conhecer?
Agora mesmo há muitos grupos de que gostamos em Espanha, desde os clássicos como Los planetas, ou Astrud que acabam de lançar um dos seus melhores discos até grupos menos conhecidos como os Tarántula, Schwuarz ou El Columpio Asesino.
Existe na Espanha aquela conversa de que as bandas devem cantar na sua própria língua e não em inglês como se discute muito em Portugal. O que pensam acerca disso?
Eu penso que cada grupo deve cantar na língua que quiser. Se por acaso é nessa que se expressa melhor, todos ficam contentes. O problema em Espanha é que em muitos grupos que cantam em Inglês nota-se que têm um nível de inglês de instituto, o que resulta em letras totalmente infantis e sem substância. Cada um que faça o que quiser.
Tocaram em Portugal no Alive Festival, na estreia do festival. Como foi para vocês a experiência? Como é que tudo aconteceu?
A organização esteve muito bem, pelo menos desde o ponto de vista dos músicos. Não soamos demasiado bem, devido à impossibilidade de testar som em condições, porque já estavam as portas abertas mas de resto estamos muito contentes com a experiência.
Como já disse, regressam agora a Portugal para concertos no norte do país. O que é que podemos esperar destas actuações?
Tentaremos, como sempre, prender fogo às salas por onde passamos.
André GomesGaliza e Portugal são dois países muito próximos na sua cultura e história, mas, não sei por que motivo, penso que não se relacionam tanto quanto seria desejável. Nós vemo-nos mais próximos de Portugal que, por exemplo, da Catalunha, apesar de a Catalunha estar em Espanha. Iniciativas como o Eixo Norte-Galiza são importantes porque permitem um intercâmbio cultural, neste caso musical, que deveria suceder já de forma natural, mas que por diversas razões, a maioria bastante estúpidas, quase todas políticas, não sucede.
Em Espanha têm vindo a ganhar alguma exposição, graças ao vosso disco de estreia pela Mushroom Pillow. Sentiram que aconteceu tudo muito depressa para vocês?
A recepção do disco em Espanha foi extremamente boa, mais do que o esperado, mas não nos assusta o quanto depressa vai. Por exemplo, agora acabamos de conseguir também a distribuição e a consequente digressão pelo México em mãos da EMI, mas isso não significa mais pressão para nós. Pressão é trabalhar num trabalho que não se goste, como tem de fazer quase todo o mundo, incluindo nós durante toda a nossa vida, menos neste ano.
Creio que falo acertadamente quando digo que as vossas influências mais directas são os bandas como os Jesus And Mary Chain ou os My Bloody Valentine. São referências comuns a todos os membros da banda?
Sim, desde logo são grupos de que gostamos desde sempre, mas não são as únicas influências. Possivelmente influencia-nos mais coisas extra musicais do que propriamente bandas determinadas.
“El fantasma de la transición” parece-me uma canção especial do disco. Vêm-na como um momento de destaque no disco?
É possivelmente a canção mais puramente pop, junto com “Para los seres atados” além de que para nós, parece que é a que mais influencia tem nas pessoas. Pertence à nossa cara mais acessível e nós estamos encantados por as pessoas gostarem dela.
Como é viver na Corunha?
Como diz o ditado: ”Vivir na coruña que bonito é, sair de parranda e durmir de pé...”
Que retracto fazem vocês da música indie feita em Espanha. Quais são na vossa opinião os nomes que vale a pena conhecer?
Agora mesmo há muitos grupos de que gostamos em Espanha, desde os clássicos como Los planetas, ou Astrud que acabam de lançar um dos seus melhores discos até grupos menos conhecidos como os Tarántula, Schwuarz ou El Columpio Asesino.
Existe na Espanha aquela conversa de que as bandas devem cantar na sua própria língua e não em inglês como se discute muito em Portugal. O que pensam acerca disso?
Eu penso que cada grupo deve cantar na língua que quiser. Se por acaso é nessa que se expressa melhor, todos ficam contentes. O problema em Espanha é que em muitos grupos que cantam em Inglês nota-se que têm um nível de inglês de instituto, o que resulta em letras totalmente infantis e sem substância. Cada um que faça o que quiser.
Tocaram em Portugal no Alive Festival, na estreia do festival. Como foi para vocês a experiência? Como é que tudo aconteceu?
A organização esteve muito bem, pelo menos desde o ponto de vista dos músicos. Não soamos demasiado bem, devido à impossibilidade de testar som em condições, porque já estavam as portas abertas mas de resto estamos muito contentes com a experiência.
Como já disse, regressam agora a Portugal para concertos no norte do país. O que é que podemos esperar destas actuações?
Tentaremos, como sempre, prender fogo às salas por onde passamos.
andregomes@bodyspace.net
RELACIONADO / Triangulo de Amor Bizarro