ENTREVISTAS
Band Ane
Janela Confidente
· 13 Dez 2006 · 08:00 ·
O que é que nos podes dizer acerca do caminho musical que tomaste até chegar a este disco de estreia, intitulado Anish Music?
Eu cresci numa coabitação numa pequena cidade chamada Skørping no norte da Dinamarca. Cresci com muita música à minha volta, os meus pais tocavam instrumentos. Na nossa casa tínhamos um piano, rytmic orgel, vibrafone, guitarra e flautas. Na maior parte do tempo sentava-me ao piano, comecei a toca-lo desde os meus cinco anos de idade. Os meus pais tentaram fazer com que eu me interessasse em aprender notas, mas eu nunca aprendi. E desisti de tentar. Em vez disso eu fazia as minhas próprias melodias, e gravava-as em cassete. A faixa “Wood delivery” é uma das minhas melodias que eu compus há muitos anos atrás e gravei em cassete. Também cresci com muita música. O meu pai tem milhares de discos e tocava desde Beatles a música avantgarde, electroacústica, acid rock, jazz e música clássica. Em 2002 fui fazer um curso em Cubase em Århus. Fui lá durante um ano e fiquei muito viciada em fazer música electrónica, não fazia outra coisa. Em 2004 tentei entrar no Conservatório de Música Electrónica e consegui na primeira tentativa. Ainda estou nessa educação e adoro isto. Anish Music é uma colecção dessa música que eu fiz que significa mais para mim, há temas velhos e novos.
Como é a tua relação com o teu Sr. Laptop? Ele é o segundo membro de Band Ane…
Eu e o Mr. Laptop fazemos uma boa cooperação porque ele faz-me fazer muitas coincidências e nós somos tão diferentes, por isso é mesmo divertido fazer música juntos porque eu também me surpreendo enquanto faço música. E com ele tudo é possível… por vezes ele é um bocadinho difícil de entender.
Tendo em conta aquilo que eu li sobre ti tens uma relação muito livre e aberta com a música… O que é que nos podes contra acerca disso?
Eu tento ter a mente mais aberta possível. Há sempre nuances nas coisas que eu gosto. Aborrecer-me-ia se fizesse música para caber no “calendário” para certas pessoas.
O que é que pensas acerca de Anish Music? Como é que sentes o disco?
Estou muito contente com o disco e orgulhosa dele. Não sei muito bem o que dizer realmente, faz-me sentir muito bem… é estranho.
O titulo do teu disco, Anish Music, significa que o disco foi feito, digamos, à tua imagem? Significa que este disco é muito pessoal?
Sim, verdade. Não tento fazer música para agradar; não faço aquilo que eu penso que as pessoas querem ouvir, mas sim aquilo que eu quero fazer neste momento. É difícil explicar em inglês… mas eu acho que eu e a minha música somos de certo modo a mesma coisa.
Achas que existe um pouco da tua cidade e do teu país neste disco?
Sim, acho que há um bocado aquela coisa do “menina do campo muda-se para a cidade” na minha música… Eu sou do campo e vivi numa grande cidade durante quatro anos. Definitivamente vou voltar para o campo assim que acabe a escola. [risos] Mas ainda gosto muito disto.
Imagino que a imagem na capa do disco seja o local onde escrever música… ou estou errado? Porque a imagem coincide totalmente com toda a ambiência do disco…
Quem me dera que fosse o meu apartamento na fotografia… Mas é falsa. Mas parece totalmente isso. Era suposto ser uma espécie de fotografia da minha vista.
Quais são as tuas influencias musicais mais directas? Que tipo de música tens ouvido ultimamente?
Não tenho ouvido muita música ultimamente. Há tanta música nos locais onde vou, e neste momento aprecio mais o silêncio, porque por vezes farto-me do som. E farto-me do som e torna-se difícil para mim fazer música. Neste momento, se ouço música, é maioritariamente coisas antigas, e não muitas coisas de electrónica. Mas eu gosto de todos os estilos, sou apenas muito esquisita em todos eles.
Qual tem sido a reacção do publico dinamarquês em relação à tua música? Li algures que tocaste muito na Dinamarca este ano…
A reacção do público dinamarquês surpreendeu-me muito. Antes do disco as pessoas só conheciam a minha música de uma espécie de site dinamarquês tipo myspace, e de repente a tenda em que eu toquei no festival Roskilde estava cheia. Também sou bastante tímida e uma novata nisto. Mas parece-me que é aceitável ser humana em palco. Nunca pensei que o disco fosse ser tão bem recebido… mas isto é melhor do que aquilo que eu alguma vez podia imaginar, e em todos os concertos que já toquei quase todos os CDs que levei foram vendidos.
O que é que aconteceu na ultima faixa do teu disco?
Eu acho que muita música electrónica leva-se a si própria demasiado a sério. E muita música electrónica é um pouco limpa; com limpa quero dizer que as pessoas têm medo de levar as coisas em direcções diferentes. Também queria surpreender as pessoas. E também acorda-las, senão se calhar teriam de se levantar e mudar de disco.
André GomesEu cresci numa coabitação numa pequena cidade chamada Skørping no norte da Dinamarca. Cresci com muita música à minha volta, os meus pais tocavam instrumentos. Na nossa casa tínhamos um piano, rytmic orgel, vibrafone, guitarra e flautas. Na maior parte do tempo sentava-me ao piano, comecei a toca-lo desde os meus cinco anos de idade. Os meus pais tentaram fazer com que eu me interessasse em aprender notas, mas eu nunca aprendi. E desisti de tentar. Em vez disso eu fazia as minhas próprias melodias, e gravava-as em cassete. A faixa “Wood delivery” é uma das minhas melodias que eu compus há muitos anos atrás e gravei em cassete. Também cresci com muita música. O meu pai tem milhares de discos e tocava desde Beatles a música avantgarde, electroacústica, acid rock, jazz e música clássica. Em 2002 fui fazer um curso em Cubase em Århus. Fui lá durante um ano e fiquei muito viciada em fazer música electrónica, não fazia outra coisa. Em 2004 tentei entrar no Conservatório de Música Electrónica e consegui na primeira tentativa. Ainda estou nessa educação e adoro isto. Anish Music é uma colecção dessa música que eu fiz que significa mais para mim, há temas velhos e novos.
Como é a tua relação com o teu Sr. Laptop? Ele é o segundo membro de Band Ane…
Eu e o Mr. Laptop fazemos uma boa cooperação porque ele faz-me fazer muitas coincidências e nós somos tão diferentes, por isso é mesmo divertido fazer música juntos porque eu também me surpreendo enquanto faço música. E com ele tudo é possível… por vezes ele é um bocadinho difícil de entender.
Tendo em conta aquilo que eu li sobre ti tens uma relação muito livre e aberta com a música… O que é que nos podes contra acerca disso?
Eu tento ter a mente mais aberta possível. Há sempre nuances nas coisas que eu gosto. Aborrecer-me-ia se fizesse música para caber no “calendário” para certas pessoas.
O que é que pensas acerca de Anish Music? Como é que sentes o disco?
Estou muito contente com o disco e orgulhosa dele. Não sei muito bem o que dizer realmente, faz-me sentir muito bem… é estranho.
O titulo do teu disco, Anish Music, significa que o disco foi feito, digamos, à tua imagem? Significa que este disco é muito pessoal?
Sim, verdade. Não tento fazer música para agradar; não faço aquilo que eu penso que as pessoas querem ouvir, mas sim aquilo que eu quero fazer neste momento. É difícil explicar em inglês… mas eu acho que eu e a minha música somos de certo modo a mesma coisa.
Achas que existe um pouco da tua cidade e do teu país neste disco?
Sim, acho que há um bocado aquela coisa do “menina do campo muda-se para a cidade” na minha música… Eu sou do campo e vivi numa grande cidade durante quatro anos. Definitivamente vou voltar para o campo assim que acabe a escola. [risos] Mas ainda gosto muito disto.
Imagino que a imagem na capa do disco seja o local onde escrever música… ou estou errado? Porque a imagem coincide totalmente com toda a ambiência do disco…
Quem me dera que fosse o meu apartamento na fotografia… Mas é falsa. Mas parece totalmente isso. Era suposto ser uma espécie de fotografia da minha vista.
Quais são as tuas influencias musicais mais directas? Que tipo de música tens ouvido ultimamente?
Não tenho ouvido muita música ultimamente. Há tanta música nos locais onde vou, e neste momento aprecio mais o silêncio, porque por vezes farto-me do som. E farto-me do som e torna-se difícil para mim fazer música. Neste momento, se ouço música, é maioritariamente coisas antigas, e não muitas coisas de electrónica. Mas eu gosto de todos os estilos, sou apenas muito esquisita em todos eles.
Qual tem sido a reacção do publico dinamarquês em relação à tua música? Li algures que tocaste muito na Dinamarca este ano…
A reacção do público dinamarquês surpreendeu-me muito. Antes do disco as pessoas só conheciam a minha música de uma espécie de site dinamarquês tipo myspace, e de repente a tenda em que eu toquei no festival Roskilde estava cheia. Também sou bastante tímida e uma novata nisto. Mas parece-me que é aceitável ser humana em palco. Nunca pensei que o disco fosse ser tão bem recebido… mas isto é melhor do que aquilo que eu alguma vez podia imaginar, e em todos os concertos que já toquei quase todos os CDs que levei foram vendidos.
O que é que aconteceu na ultima faixa do teu disco?
Eu acho que muita música electrónica leva-se a si própria demasiado a sério. E muita música electrónica é um pouco limpa; com limpa quero dizer que as pessoas têm medo de levar as coisas em direcções diferentes. Também queria surpreender as pessoas. E também acorda-las, senão se calhar teriam de se levantar e mudar de disco.
andregomes@bodyspace.net
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