DISCOS
Broken Social Scene
You Forgot it in People
· 10 Ago 2006 · 08:00 ·
Broken Social Scene
You Forgot it in People
2002
Arts & Crafts


Sítios oficiais:
- Broken Social Scene
- Arts & Crafts
Broken Social Scene
You Forgot it in People
2002
Arts & Crafts


Sítios oficiais:
- Broken Social Scene
- Arts & Crafts
Aqui as coisas complicaram-se. É um disco mais ecléctico, tem as canções que a fizeram apaixonar-se pela banda, como o riff de três notas básico mas enorme de "K.C. Accidental", acompanhado pela bateria portentosa e cordas e mais e mais guitarras. Percebe-se, já aqui, depois da introdução, "Capture The Flag", minimalismo pacífico que remete para o disco anterior, que este é um disco bem mais ambicioso e ecléctico que a estreia. E que nunca perceberemos muito bem o que os membros da banda cantam. "Almost Crimes (Remix)" introduz neste universo a voz de Feist (e volta a citar, no final, mais ou menos, "Revolution 9" dos Beatles, como fazia "Stomach Song" do disco anterior, com muitas vozes a falar ao mesmo tempo), que grita e salta e pouco mais, e é basicamente incompreensível como é que, mesmo tendo uma carreira muito mais antiga do que a da banda, o seu último disco, Let It Die, a tornou numa espécie de superestrela indie que ofusca a banda a que pertence algumas vezes. Claro, é um disco mais acessível e fácil, não que os Broken Social Scene façam música complicada, mas mesmo assim, digamos que versões dos Bee Gees e pop certinha enchem muito mais facilmente meses antes um Fórum Lisboa do que 11 pessoas (geralmente mais), das quais a maior parte dos homens tem barba e usa bonés de camionista. "Pacific Theme" evoca o mar, com alguma surf-guitar (até certo ponto, se bem que sem o som característico da mesma), cowbell e todo um ambiente kitsch que pode fazer com que se confunda isto com outra coisa qualquer, e até se diga que estraga o disco. Mas faz parte do seu encanto. "Looks Just Like The Sun" tem guitarras acústicas e, outra vez, vozes suaves que não parecem estar muito preocupadas em fazer-se entender. O riff de "Cause=Time" é um achado, em qualquer lado, uma melhoria de "Stars and Sons" do mesmo disco. Mas a peça central é "Anthems for a Seventeen Year-Old Girl", vem a seguir às duas canções que remetem para o verão e logo se aloja nos ouvidos de quem quer que a ouça. É sempre estranho pensar que tantas mentes em estúdio, que esta amálgama de pessoas e personalidades e sons e experiências resulte numa canção tão bonita, mas a verdade é que resulta.
Rodrigo Nogueira
rodrigo.nogueira@bodyspace.net
RELACIONADO / Broken Social Scene