DISCOS
Text of Light
Rotterdam. 1
· 20 Fev 2007 · 08:00 ·
Text of Light
Rotterdam. 1
2006
Room 40
Sítios oficiais:
- Text of Light
- Room 40
Rotterdam. 1
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Luxuoso elenco de veteranos (Ranaldo e Licht) unem forças a sangue inquieto (DJ Olive e Ulrich Kreiger) para movimento de improvisação inspirado por filme experimental.
Apesar de inserido em pé de igualdade entre os seus congéneres, enquanto integrante do luxuoso colectivo Text of Light, pronunciar o nome a Lee Ranaldo implica sempre a falta de palavras para lhe frisar os méritos de exploração musical que acumula à margem da mais regular e popular actividade enquanto guitarrista dos Sonic Youth. É, desde há bastantes anos, hábito recorrente de quem atribuiu voz a “Mote” associar-se a músicos de versatilidade incontestável - mas nem sempre emergidos do espectro da música improvisada – para a formação livre de bandas-sonoras para filmes experimentais norte-americanos (género dominado por Lee Ranaldo).
A tendência estende-se a uns Text of Light que surgiram em 2001 com o intuito de elaborar exercícios improvisados que se adequassem a filmes de Stan Brakhage projectados durante as performances. Em Rotterdam. 1 (gravado, em Janeiro de 2005), no Festival Internacional de Cinema da cidade), o mote é o mesmo, embora a película outra (...). Aqui Ranaldo encontra, como pólo oposto num diálogo perturbado e entrecortado entre guitarras, um Alan Licht de extenso currículo que sabe exactamente como se conter em expectantes sons contínuos e chicotear feedback ao seu instrumento quando a hostilidade se instala um pouco antes da metade da total duração (20 minutos).
O principal instigador do crispar faiscante que se abate sobre a prestação será mesmo o saxofonista (que é muito mais que isso) Ulrich Kreiger que, a certa e determinante altura, transpõe a barbárie de que é capaz o mais feroz dos rasgos free. Quando era irremediável o caos, Tim Barnes acrescenta o devido dramatismo com a precursão em perseguição do agravo, enquanto que o inimitável DJ Olive procura, entre o pânico, (re)mediar e preencher subtilmente – com quase inaudíveis vozes sampladas - os excertos mais esparsos que resultam do desacordo entre as partes. Se em terra de cegos, quem tem olho é rei, abençoada é a cegueira de quem, por não ter visto, pode agora conquistar o trono que oferece vista proporcionada sobre um filme mental.
Miguel ArsénioA tendência estende-se a uns Text of Light que surgiram em 2001 com o intuito de elaborar exercícios improvisados que se adequassem a filmes de Stan Brakhage projectados durante as performances. Em Rotterdam. 1 (gravado, em Janeiro de 2005), no Festival Internacional de Cinema da cidade), o mote é o mesmo, embora a película outra (...). Aqui Ranaldo encontra, como pólo oposto num diálogo perturbado e entrecortado entre guitarras, um Alan Licht de extenso currículo que sabe exactamente como se conter em expectantes sons contínuos e chicotear feedback ao seu instrumento quando a hostilidade se instala um pouco antes da metade da total duração (20 minutos).
O principal instigador do crispar faiscante que se abate sobre a prestação será mesmo o saxofonista (que é muito mais que isso) Ulrich Kreiger que, a certa e determinante altura, transpõe a barbárie de que é capaz o mais feroz dos rasgos free. Quando era irremediável o caos, Tim Barnes acrescenta o devido dramatismo com a precursão em perseguição do agravo, enquanto que o inimitável DJ Olive procura, entre o pânico, (re)mediar e preencher subtilmente – com quase inaudíveis vozes sampladas - os excertos mais esparsos que resultam do desacordo entre as partes. Se em terra de cegos, quem tem olho é rei, abençoada é a cegueira de quem, por não ter visto, pode agora conquistar o trono que oferece vista proporcionada sobre um filme mental.
migarsenio@yahoo.com
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