DISCOS
Holy Molar
Cavity Search
· 19 Fev 2007 · 08:00 ·
Holy Molar
Cavity Search
2007
Three One G
Sítios oficiais:
- Holy Molar
- Three One G
Cavity Search
2007
Three One G
Sítios oficiais:
- Holy Molar
- Three One G
Holy Molar
Cavity Search
2007
Three One G
Sítios oficiais:
- Holy Molar
- Three One G
Cavity Search
2007
Three One G
Sítios oficiais:
- Holy Molar
- Three One G
Justin Pearson é um homem de múltiplos caprichos e encontra na Three One G um santuário de indulgência para albergar todos esses – não só por ser tido como notoriedade no meio, enquanto vocalista e baixista dos dianteiros Locust, mas também porque foi ele que instalou as fundações da casa que agora marca a lomba aos discos dos seus incontáveis projectos secundários. Com a cegueira própria de quem vive obcecado, os aficionados dos Locust vão acreditando que é pertinente a variância entre a banda matriz e ramificações como os Some Girls, Head Wound City (linces entre a selva de projectos) e estes Holy Molar que, mesmo quando falham pela redundância, conseguem sempre acender as quimeras que fazem brilhar os olhos aos coleccionadores. O EP Cavity Search volta a apresentar todas as características que dele fazem um objecto de enorme potencial fetichista: as dezenas de mudanças de tempo tabelados em ricochete de improvável acompanhamento (essas que os arquivistas adoram dissecar), clássicos à escala do circuito de concertos caseiros que percorrem os Holy Molar, um cartoonesco artwork de gosto dúbio que funde ginecologia e arqueologia. O bónus acrescido descobre-se a umas quantas surpresas surgidas no mais escatológico dos lançamentos assinados pelo Molar que devia ser Sagrado e acaba sempre por ser Profano: inédita grandiosidade cinemática no desenlace de “My Saturday Night Fever Turned Into A Sunday Morning Rash” e a subversão trocista de ritmos techno que, ao ser arremessado para a centrifugadora do hardcore mais fodido, revela como o género europeu é entendido e reinterpretado por quem cresceu ao desabrigo de uma selva de refrões ríspidos e riffs em forma de bala. Existe também um mandolim a acenar a bandeira-xadrez na cara de “Der Werewolf Breath”. Os miúdos necessitam, enfim, de ser confrontados com sons pouco familiares para continuarem a acreditar que o hardcore não estagna enquanto a sofisticação lhe for acrescentando adereços descabidos (ou não). Justin Pearson e a sua pouco aconselhável turba continuam iguais a si mesmos no colmatar dessa vil necessidade.
Miguel Arséniomigarsenio@yahoo.com
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