DISCOS
Luomo
Paper Tigers
· 31 Jan 2007 · 08:00 ·
Luomo
Paper Tigers
2006
Huume Recordings / Flur


Sítios oficiais:
- Luomo
- Huume Recordings
- Flur
Luomo
Paper Tigers
2006
Huume Recordings / Flur


Sítios oficiais:
- Luomo
- Huume Recordings
- Flur
Vladislav Delay ou Uusitalo são nomes possíveis para um só homem: Sasu Ripatti. O produtor finlandês que além dos projectos paralelos – com diversos alter-egos – talvez seja mais conhecido das massas por Luomo. Nome que em 2000 saltou para a primeira linha da electrónica com Vocalcity, uma miscelânea house/electro-pop, despida e reduzida ao essencial onde os bleeps frios da electrónica sobrepostos por melodias quentes e etéreas tingiam o amor com beleza sedutora e espontânea. Desde logo houve, como é habitual quando algo de novo vem ao mundo, quem decidisse chamar de micro-house à sonoridade única do registo. Diga-se que não era para menos. Luomo (o mesmo passando-se com outros projectos seus) encantou e habituou-nos ao seu estilo de produção minimalista, cuidada e pensada. Mesmo quando os desalinhamentos sonoros pareciam sugerir erraticidade ou os longos minutos indicar falta de melhores propostas para preenchimento do tempo e do espaço, as ideias defenidas e as certezas do caminho traçado estavam lá para quem quisesse apreciar.

Sasu Ripatti é normalmente original, pragmático, trabalhador e, no essencial, um estudioso das novas linguagens da electrónica, mas também tem os seus dias menos inspirados, como parece o caso do terceiro álbum de originais: Paper Tigers. Diga-se que depois de The Present Lover pouco mais haveria para acrescentar à sonoridade do registo de estreia, mas a forma como Luomo nos voltava em 2003 a embalar a alma, encantava e seduzia relegando para outra oportunidade a pertinência da sua música. Mas à terceira torna-se difícil ignorar a forma um tanto repetitiva de esquematizar cada quadro sonoro. "Let You Know" e "Good To Be With" ou “Cowgirl” chegam mesmo a desiludir e a aborrecer quem tinha esperanças de encontrar alguma mensagem nova. A voz de Johanna Ilvanainen ou de Antye Greie (aka AGF) cumprem a sua função ao atribuírem o encanto habitual aos beats, clicks, bleeps da produção maquinal e fria de Luomo. Mas nada de substancial ou pertinente desce á terra com a chegada de Paper Tigers. Talvez o excesso de confiança na programação tenha sido o principal problema, pelo menos no caso deste disco.
Rafael Santos
r_b_santos_world@hotmail.com
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