DISCOS
La La La Ressonance
Palisade
· 15 Jan 2007 · 08:00 ·
La La La Ressonance
Palisade
2006
Bor Land
Sítios oficiais:
- La La La Ressonance
- Bor Land
Palisade
2006
Bor Land
Sítios oficiais:
- La La La Ressonance
- Bor Land
La La La Ressonance
Palisade
2006
Bor Land
Sítios oficiais:
- La La La Ressonance
- Bor Land
Palisade
2006
Bor Land
Sítios oficiais:
- La La La Ressonance
- Bor Land
Novo fôlego para o colectivo de Barcelos, que realiza um válido update dos seus anteriores esforços.
Que haverá de mais estimulante para quem faz música que a perspectiva de materializar anos de devaneios sonoros, tenham eles contornos mais ou menos ortodoxos? Por mais que se aleguem outras motivações, a edição será sempre a meta predilecta. O percurso dos músicos que nos colocam agora nas mãos (como quem diz, nos ouvidos) este Palisade não é virgem em lançamentos, nem tão pouco em experiência de palco e trabalho sincronizado em formato "banda". Isto porque, os senhores que agora dão pelo nome de La La La Ressonance exploraram outrora horizontes distintos enquanto The Astonishing Urbana Fall. Esses mesmos. Se muitos pensaram que o grupo de Barcelos mergulhara irreversivelmente numa letargia profunda, é vê-los renascer, prontos a assumirem novas estratégias num plano evolutivo. Importa, contudo, reter: nem a ruptura com o trabalho dos TAUF é de forma flagrante representativa, nem este novo fôlego espelha um desejo insuperável de seguir uma direcção diferente. Um aparte que se impõe para aqueles que ainda têm presente os registos editados pelos TAUF (ao todo 3 EPs - Rhizome, Iconolator e Acetaminophen), que serviam de ponto de partida para actuações seminais, e duvidam que o novo projecto guarde a mesma autenticidade. Independentemente do que ainda guarda, Palisade revela que as antigas referências não desertaram.
Por mais voltas que dêem ao seu imaginário sonoro, os músicos responsáveis por este novo projecto não desistem da paixão pelo jazz que parece correr-lhes nas veias. O método escolhido para expressar esse apego consiste em adaptar a sonoridade jazzística à esfera rock e vice-versa. A combinação pode ser ilustrada pela mistura dos convencionais guitarra, baixo e bateria com um saxofone jazz friendly. Este último desbrava caminho por entre o andamento de "Furniture", numa toada de discreta graciosidade não muito comum ao instrumento. De resto, é com igual subtileza que se processa a conjugação dos elementos aglutinadores desta amostra que assume uma vertente rock orientada para o universo do jazz. A propósito desta fusão, o poeta valter hugo mãe arriscou aludir a um "quase-jazz". Por certo, não andará longe da definição capaz de os envolver num sentimento de identificação ou pertença. Por outro lado, facilmente inferimos que o desprendimento face a estruturas rígidas é para o colectivo um dado adquirido e inquestionável. Sem lugar cativo (nem outro qualquer), a voz foi deixada de fora, revelando a valorização do trabalho instrumental, sendo este o depositário inequívoco das atenções concentradas no registo de estreia da banda.
Palisade é o último trunfo da Bor Land, apresentado na recta final de 2006, e que vem concretizar um dos seus objectivos primordiais para esse ano. Em jeito de antecipação, a editora havia já incluído uma das faixas do álbum que agora apresenta na compilação Borland: Can Take You Anywhere You Want, que assinalava em 2005 os cinco anos de actividade do selo nortenho. Por essa altura, "Diorama" (o tema em questão) aparecia ainda atribuído aos TAUF, o que evidencia que a passagem de uma nomenclatura para outra não implicou um processo fracturante. Por último, os militantes do culto do objecto apreciarão o invólucro do disco, se lhes chegar às mãos a versão digipack envolta numa sobrecapa que desvenda a incursão de Miguel Machado pelo domínio da pintura. O pacote reserva ainda um bónus. Ao cd audio é adicionado um dvd de imagens capturadas pelo mesmo Miguel Machado. Não deixa de ser curioso que, para um lançamento pejado de apontamentos denunciadores de uma total liberdade criativa, a banda tenha escolhido um título que sugere um espaço de clausura.
Eugénia AzevedoPor mais voltas que dêem ao seu imaginário sonoro, os músicos responsáveis por este novo projecto não desistem da paixão pelo jazz que parece correr-lhes nas veias. O método escolhido para expressar esse apego consiste em adaptar a sonoridade jazzística à esfera rock e vice-versa. A combinação pode ser ilustrada pela mistura dos convencionais guitarra, baixo e bateria com um saxofone jazz friendly. Este último desbrava caminho por entre o andamento de "Furniture", numa toada de discreta graciosidade não muito comum ao instrumento. De resto, é com igual subtileza que se processa a conjugação dos elementos aglutinadores desta amostra que assume uma vertente rock orientada para o universo do jazz. A propósito desta fusão, o poeta valter hugo mãe arriscou aludir a um "quase-jazz". Por certo, não andará longe da definição capaz de os envolver num sentimento de identificação ou pertença. Por outro lado, facilmente inferimos que o desprendimento face a estruturas rígidas é para o colectivo um dado adquirido e inquestionável. Sem lugar cativo (nem outro qualquer), a voz foi deixada de fora, revelando a valorização do trabalho instrumental, sendo este o depositário inequívoco das atenções concentradas no registo de estreia da banda.
Palisade é o último trunfo da Bor Land, apresentado na recta final de 2006, e que vem concretizar um dos seus objectivos primordiais para esse ano. Em jeito de antecipação, a editora havia já incluído uma das faixas do álbum que agora apresenta na compilação Borland: Can Take You Anywhere You Want, que assinalava em 2005 os cinco anos de actividade do selo nortenho. Por essa altura, "Diorama" (o tema em questão) aparecia ainda atribuído aos TAUF, o que evidencia que a passagem de uma nomenclatura para outra não implicou um processo fracturante. Por último, os militantes do culto do objecto apreciarão o invólucro do disco, se lhes chegar às mãos a versão digipack envolta numa sobrecapa que desvenda a incursão de Miguel Machado pelo domínio da pintura. O pacote reserva ainda um bónus. Ao cd audio é adicionado um dvd de imagens capturadas pelo mesmo Miguel Machado. Não deixa de ser curioso que, para um lançamento pejado de apontamentos denunciadores de uma total liberdade criativa, a banda tenha escolhido um título que sugere um espaço de clausura.
eugeniaazevedo@bodyspace.net
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