DISCOS
De La Soul
3 Feet High And Rising
· 30 Ago 2002 · 08:00 ·
De La Soul
3 Feet High And Rising
1989
Tommy Boy
Sítios oficiais:
- Tommy Boy
3 Feet High And Rising
1989
Tommy Boy
Sítios oficiais:
- Tommy Boy
De La Soul
3 Feet High And Rising
1989
Tommy Boy
Sítios oficiais:
- Tommy Boy
3 Feet High And Rising
1989
Tommy Boy
Sítios oficiais:
- Tommy Boy
Olhe-se para a capa do disco. Nela vemos três rapazes com uma ingenuidade imensa. Cores claras, malmequeres, paz e amor. Mas isto é mesmo um disco de Hip Hop? De facto, os De La Soul trouxeram ao Hip Hop uma nova atitude lúdica (que teria seguidores, sendo depois abandona e retomada em finais de 90 com Handsome Boy Modeling School) que deu ao género o primeiro sucesso global. Dormia-se até tarde, à tarde passeava-se pelas ruas dos subúrbios de Nova York, levava-se um rádio com música a rimar com as roupas, "comiam-se" umas miúdas quando apetecia. O espírito “hippie” a marcar pontos no Hip Hop.
A história anterior ao lançamento do disco leva-nos até aos finais de 80. Os De La Soul formaram-se em 1987, e eram constituídos por Posdnuo, Trugoy the Dove e Pasemaster Mase, todos na casa dos 20 anos por alturas de “3 Feet High and Rising”. Editaram um máxi-single em 1988, e foi aí que começou a revolução. A verdade é que os De La Soul até estavam na cidade certa na altura certa. Seria em Nova York que algumas editoras como a Tommy Boy ou a Def Jam lançariam os primeiros e fundamentais discos do género, fazendo crescer nomes como os de Beastie Boys, Public Enemy e De La Soul. Foram estes últimos que conseguiram trazer definitivamente e em grandes massas o Hip Hop para as ruas, sendo o seu álbum de estreia, editado na Primavera de 1989, um dos maiores sucessos globais do Hip Hop.
Já alguém disse sobre este disco ser o “Sgt. Peppers” do rap, já que ele marcou um ponto determinante de viragem. Uma nova atitude não tão politicamente atenta e mais despreocupada, socialmente reflectida mas não radical eram alguns dos trunfos que o grupo apresentava, ao contrário de contemporâneos como os “Public Enemy”, que tinham uma postura social e politicamente interventiva (basta comparar as capas dos álbuns e a diferença é mais que evidente). O humor começa a ser usado como uma arma neste tipo de discurso, um ponto absolutamente inovador neste tipo de música. Canções de luta e preocupação também existem, como “Say No Go”, sobre a luta contra a droga, ou “Ghetto Thang” sobre a vida nos guetos, mas não são de todo o ponto fundamental do álbum. É também aqui que começa a existir uma nova ordem feita da reunião de fragmentos de corte e colagem de discos mais antigos, o que os traz sérios problemas jurídicos. Ainda hoje, muitos ouvem o álbum “à lupa” em busca de mais um pedacinho de “x” banda. Canções de amor verdadeiro “Eye Know”, da filosofia Daisy Age (a idade das margaridas) “Tread Water” ou sexo “Buddy”, são depois acompanhadas por roupas largas, flores, uma atitude pacifista e cortes de cabelo impensáveis. As palavras eram ditas directamente, num registo normal de conversa, o que foi para a altura uma revolução. Chamou-se “new speak” e logo uma série de outros grupos tomaram-lhe o gosto.
Um registo histórico para o Hip Hop, infelizmente não repetido nos discos seguintes dos De La Soul, mas que é apontado por muitos como o seu melhor “filho”.
Tiago GonçalvesA história anterior ao lançamento do disco leva-nos até aos finais de 80. Os De La Soul formaram-se em 1987, e eram constituídos por Posdnuo, Trugoy the Dove e Pasemaster Mase, todos na casa dos 20 anos por alturas de “3 Feet High and Rising”. Editaram um máxi-single em 1988, e foi aí que começou a revolução. A verdade é que os De La Soul até estavam na cidade certa na altura certa. Seria em Nova York que algumas editoras como a Tommy Boy ou a Def Jam lançariam os primeiros e fundamentais discos do género, fazendo crescer nomes como os de Beastie Boys, Public Enemy e De La Soul. Foram estes últimos que conseguiram trazer definitivamente e em grandes massas o Hip Hop para as ruas, sendo o seu álbum de estreia, editado na Primavera de 1989, um dos maiores sucessos globais do Hip Hop.
Já alguém disse sobre este disco ser o “Sgt. Peppers” do rap, já que ele marcou um ponto determinante de viragem. Uma nova atitude não tão politicamente atenta e mais despreocupada, socialmente reflectida mas não radical eram alguns dos trunfos que o grupo apresentava, ao contrário de contemporâneos como os “Public Enemy”, que tinham uma postura social e politicamente interventiva (basta comparar as capas dos álbuns e a diferença é mais que evidente). O humor começa a ser usado como uma arma neste tipo de discurso, um ponto absolutamente inovador neste tipo de música. Canções de luta e preocupação também existem, como “Say No Go”, sobre a luta contra a droga, ou “Ghetto Thang” sobre a vida nos guetos, mas não são de todo o ponto fundamental do álbum. É também aqui que começa a existir uma nova ordem feita da reunião de fragmentos de corte e colagem de discos mais antigos, o que os traz sérios problemas jurídicos. Ainda hoje, muitos ouvem o álbum “à lupa” em busca de mais um pedacinho de “x” banda. Canções de amor verdadeiro “Eye Know”, da filosofia Daisy Age (a idade das margaridas) “Tread Water” ou sexo “Buddy”, são depois acompanhadas por roupas largas, flores, uma atitude pacifista e cortes de cabelo impensáveis. As palavras eram ditas directamente, num registo normal de conversa, o que foi para a altura uma revolução. Chamou-se “new speak” e logo uma série de outros grupos tomaram-lhe o gosto.
Um registo histórico para o Hip Hop, infelizmente não repetido nos discos seguintes dos De La Soul, mas que é apontado por muitos como o seu melhor “filho”.
tgoncalves@bodyspace.net
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