DISCOS
Loosers
Bully Bones of Belgie
· 05 Abr 2006 · 08:00 ·
A música de contornos menos ortodoxos, excessiva e dionisíaca ganhou um espaço que já não é abertamente underground. Porventura, os tempos estão de feição para o regresso das músicas livres e Portugal assistiu, nos últimos dois anos, a um interessante surto de bandas nestes domínios. Aos Loosers coube o papel de serem os primeiros deste grupo de bandas a mostrar o que andavam a fazer, depois do arranque punk funk fixado em Six Songs EP. Foi o trio lisboeta também o primeiro a arriscar uma edição tradicional (no formato LP) para For-All-The-Round-Suns, que conheceu algum destaque mediático.
Sun City Girls, No-Neck Blues Band, Sunburned Hand of the Man e Gang Gang Dance são nomes associados ao que os Loosers andam agora a fazer. Cada concerto ou registo discográfico são diferentes, atitude que tanto revela inconformidade estética como a procura de um som próprio que ainda não atingiram plenamente. Bully Bones of Belgie, o quarto álbum do trio, editado em vinil pela italiana Qbico, representa um aproximar a uma idiossincrasia Loosers.
Tal como nos nomes acima citados, que ecoam aqui e ali no álbum, os Loosers conglomeram coordenadas musicais vindas de diversas partes do mundo num todo ritualístico. O lado A abre com cânticos graves, monásticos, com ruídos a querer despontar da claustrofobia. A bateria junta-se a marcar o ritmo, em crescendo dissimulado, abrindo caminho para o festim percussivo (uma marca Loosers) em cima de sons em suspenso, drones ao fundo e quinquilharia desconhecida. Lá para o fim, um riff de guitarra eléctrica de desenho oriental sob as ordens de um compasso quase stoner junta-se ao caldo de culturas - eis um dos mais belos momentos dos Loosers registado em disco.
No outro lado do vinil verde, as coisas não são tão excitantes e parecem resultado de uma colagem de pedaços. Depois de um exercício de dub alienígena, um sintetizador desenha um curioso mantra que é tão Tangerine Dream-dos-pobres como burlesco. Seguem-se explorações improvisadas de guitarra, baixo e bateria, sem especial valor acrescentado.
Bully Bones of Belgie não é ainda o disco definitivo da comunidade que desponta em Portugal, mas lança boas pistas para a personalização dos Loosers que pode surgir em breve no novo disco - está agendada para este mês a edição de um CD-R pela Our Mouth (a editora dos Mouthus, com quem partilharam uma digressão europeia).
Pedro RiosSun City Girls, No-Neck Blues Band, Sunburned Hand of the Man e Gang Gang Dance são nomes associados ao que os Loosers andam agora a fazer. Cada concerto ou registo discográfico são diferentes, atitude que tanto revela inconformidade estética como a procura de um som próprio que ainda não atingiram plenamente. Bully Bones of Belgie, o quarto álbum do trio, editado em vinil pela italiana Qbico, representa um aproximar a uma idiossincrasia Loosers.
Tal como nos nomes acima citados, que ecoam aqui e ali no álbum, os Loosers conglomeram coordenadas musicais vindas de diversas partes do mundo num todo ritualístico. O lado A abre com cânticos graves, monásticos, com ruídos a querer despontar da claustrofobia. A bateria junta-se a marcar o ritmo, em crescendo dissimulado, abrindo caminho para o festim percussivo (uma marca Loosers) em cima de sons em suspenso, drones ao fundo e quinquilharia desconhecida. Lá para o fim, um riff de guitarra eléctrica de desenho oriental sob as ordens de um compasso quase stoner junta-se ao caldo de culturas - eis um dos mais belos momentos dos Loosers registado em disco.
No outro lado do vinil verde, as coisas não são tão excitantes e parecem resultado de uma colagem de pedaços. Depois de um exercício de dub alienígena, um sintetizador desenha um curioso mantra que é tão Tangerine Dream-dos-pobres como burlesco. Seguem-se explorações improvisadas de guitarra, baixo e bateria, sem especial valor acrescentado.
Bully Bones of Belgie não é ainda o disco definitivo da comunidade que desponta em Portugal, mas lança boas pistas para a personalização dos Loosers que pode surgir em breve no novo disco - está agendada para este mês a edição de um CD-R pela Our Mouth (a editora dos Mouthus, com quem partilharam uma digressão europeia).
pedrosantosrios@gmail.com
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