Foi com Reveille no segundo ano do milénio
Que mostraram não estar para brincadeira
Quem nos Deerhoof depositou esperança e fé
Deve ter neste momento uma vida à maneira

Apple O’ e Milkman vieram depois
E não desiludiram accionistas
Quem ainda hoje não ouviu os Deerhoof
Deve manter amizade com bombistas

Em 2005 temos The Runners Four
Mais um disco do terrível esquadrão
É mais calmo e distinto que os anteriores
E não contém sequer um palavrão

Tem – imagine-se – quase uma hora
E – pasme-se – vinte canções
É natural que até ao final do disco
O ouvinte se sujeite a alguns trambolhões

Não venham já de pedras na mão
Os Deerhoof não conseguem fazer um mau disco
Ser longo não é sinónimo de ser chato
Apesar de aqui correrem o risco

Escuta atenta a “Spirit Ditties of no Tone”
É motivo de alegria e vitalidade
Bebam um pouco desta água santa
E o vosso nome do meio será fertilidade

Metem-se em acustiquices e experimentalismos
Mas sempre com o modo demência accionado
Isto é disco para chamar a populaça
E pra manter fiel o aficionado

Tem a inocência de um urso de peluche
A loucura de um filme de terror
Agora deixem-se de rimas populares
E vão comprar o disco, se faz favor.