DISCOS
Antony and The Johnsons
I am a Bird Now
· 31 Mai 2005 · 08:00 ·
Antony and The Johnsons
I am a Bird Now
2005
Secretly Canadian / Flur
Sítios oficiais:
- Antony and The Johnsons
- Secretly Canadian
- Flur
I am a Bird Now
2005
Secretly Canadian / Flur
Sítios oficiais:
- Antony and The Johnsons
- Secretly Canadian
- Flur
Antony and The Johnsons
I am a Bird Now
2005
Secretly Canadian / Flur
Sítios oficiais:
- Antony and The Johnsons
- Secretly Canadian
- Flur
I am a Bird Now
2005
Secretly Canadian / Flur
Sítios oficiais:
- Antony and The Johnsons
- Secretly Canadian
- Flur
Um jovem de perfil introspecto caminha pelas ruas de Nova Iorque sedento de temerosas experiências no sórdido submundo daquela cidade. Durante estas deambulações, está Antony longe de imaginar que o mundo que sempre idealizou e aspirou para si lhe surge de forma tão ampliada como uma realidade inexorável. E tal fica a dever-se nomeadamente a este seu último registo que concentra uma inegável panóplia de mais-valias.
Quando os créditos de um disco incluem nomes consagrados como os de Lou Reed e Boy George (de quem Antony sempre foi forte admirador) e jovens trovadores virtuosos como Rufus Wainwright e Devendra Banhart, a descoberta do seu conteúdo torna-se imperiosa. Não é, contudo, necessário desviar a atenção do protagonista, visto ser ele, através da sua voz cálida e glamorosa, o principal responsável pelo forte magnetismo que provoca a escuta deste álbum. De igual forma, não seria justo deixar para segundo plano a conjugação esplêndida de arranjos musicais protagonizados pelos The Johnsons, dos quais se destacam a proeminência das cordas e o piano a liderar a instrumentação.
A confluência do legado deixado pelos seus ídolos de sempre (para além dos supracitados, atente-se que Antony aprecia nomeadamente Nina Simone e Billie Holiday) com a marca indelével de um estilo muito peculiar, resulta num disco habilmente enriquecido de composições delicadas e prodigiosas. A interpretação de “Man Is the Baby” ganha o prémio da canção mais dilacerante que atingiu recentemente os escaparates, ao passo que “You Are My Sister” arrecada o galardão para a composição mais nostálgica. Ora subtis, ora avassaladoras, as histórias intimistas atravessam a totalidade do registo sem deixar grande margem para contornar a crescente corrosão emocional.
A ambiguidade sexual é tema recorrente, propício às mais (in)confessáveis reflexões. Desde logo, a capa do disco ilustra o fascínio que provoca a Antony o mundo da transexualidade, ao apresentar-nos Candy Darling, um transexual do mundo warholiano. Esta referência antevê a ambiguidade com que a sexualidade é abordada nas suas canções. A audição de I am a Bird Now possibilita sorver de uma golada só o ambiente underground de tendência andrógena nova-iorquino.
Quantos poderão vangloriar-se de terem reunido num mesmo álbum prestações dos seus heróis de sempre e dos seus pares predilectos? A façanha, que em nada desprestigia o trabalho meritório dos seus fiéis The Johnsons, eleva o registo à categoria de alvo preferencial da atenção generalizada deste ano de 2005.
Eugénia AzevedoQuando os créditos de um disco incluem nomes consagrados como os de Lou Reed e Boy George (de quem Antony sempre foi forte admirador) e jovens trovadores virtuosos como Rufus Wainwright e Devendra Banhart, a descoberta do seu conteúdo torna-se imperiosa. Não é, contudo, necessário desviar a atenção do protagonista, visto ser ele, através da sua voz cálida e glamorosa, o principal responsável pelo forte magnetismo que provoca a escuta deste álbum. De igual forma, não seria justo deixar para segundo plano a conjugação esplêndida de arranjos musicais protagonizados pelos The Johnsons, dos quais se destacam a proeminência das cordas e o piano a liderar a instrumentação.
A confluência do legado deixado pelos seus ídolos de sempre (para além dos supracitados, atente-se que Antony aprecia nomeadamente Nina Simone e Billie Holiday) com a marca indelével de um estilo muito peculiar, resulta num disco habilmente enriquecido de composições delicadas e prodigiosas. A interpretação de “Man Is the Baby” ganha o prémio da canção mais dilacerante que atingiu recentemente os escaparates, ao passo que “You Are My Sister” arrecada o galardão para a composição mais nostálgica. Ora subtis, ora avassaladoras, as histórias intimistas atravessam a totalidade do registo sem deixar grande margem para contornar a crescente corrosão emocional.
A ambiguidade sexual é tema recorrente, propício às mais (in)confessáveis reflexões. Desde logo, a capa do disco ilustra o fascínio que provoca a Antony o mundo da transexualidade, ao apresentar-nos Candy Darling, um transexual do mundo warholiano. Esta referência antevê a ambiguidade com que a sexualidade é abordada nas suas canções. A audição de I am a Bird Now possibilita sorver de uma golada só o ambiente underground de tendência andrógena nova-iorquino.
Quantos poderão vangloriar-se de terem reunido num mesmo álbum prestações dos seus heróis de sempre e dos seus pares predilectos? A façanha, que em nada desprestigia o trabalho meritório dos seus fiéis The Johnsons, eleva o registo à categoria de alvo preferencial da atenção generalizada deste ano de 2005.
eugeniaazevedo@bodyspace.net
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