DISCOS
Little Friend
A Substitute For Sadness
· 03 Jul 2019 · 16:57 ·
Little Friend
A Substitute For Sadness
2019
Planalto
Sítios oficiais:
- Planalto
A Substitute For Sadness
2019
Planalto
Sítios oficiais:
- Planalto
Little Friend
A Substitute For Sadness
2019
Planalto
Sítios oficiais:
- Planalto
A Substitute For Sadness
2019
Planalto
Sítios oficiais:
- Planalto
I wanna end me?
Certa vez, vi um concerto de Little Friend algures na cidade do Porto. O mote era a apresentação de um número da revista Clefs, feita por e para universitários com genica, e marquei presença porque aquela rapaziada me tinha pedido uns textos para lá colocar (os universitários com genica também podem ser bastante ingénuos). Não conhecia, à altura, o trabalho de Little Friend, ou John Almeida, mas de imediato bateu aquele dedilhar folk, aquela pronúncia triste, e aquela canção maravilhosa - "Hell To Pay" - onde encontramos o verso que dá título ao seu primeiro disco, We Will Destroy Each Other, hoje impossível de encontrar nas internétes porque a NOS Discos deu o berro.
Tantos anos depois, ouvir um novo disco de Little Friend é como encontrar um grande amigo, e estou certo de que me perdoarão este trocadilho infame. Um amigo que não víamos há muito, e que da última vez que nos cruzámos não parecia estar num lugar muito fixe onde ter a cabeça, talvez por desgosto amoroso, por crise existencial, por falha laboral. Tantos anos depois, esse Little Big Friend (desculpem lá, a sério) volta a encontrar-nos num café de esquina e a sua melancolia não desapareceu. Mas é uma melancolia onde o açúcar da esperança pesa mais que o negro.
A Substitute For Sadness começa também com melodias folk em guitarra acústica, que depois dão lugar a uma série de arranjos bonitos, teclas, coros, qual céu nublado onde o sol vai espreitando. Isto é: não gostamos das nuvens, mas aqueles raios sabem-nos melhor por existirem. É "Sombre Song", e não se deixem enganar pelo título, mesmo que depois apanhemos versos como I wish your dreams could have been mine, em "Curtains", e mesmo estes são cantados com uma espécie de inveja agradável - aquele parabéns que se dá ao amigo enquanto se admite a dita. "Too Cool For School" termina em negro, mas é negro rock, Wayfarer e cigarro na balança. Com este novo álbum, Little Friend não perdeu alguma da sua tristeza - mas arranjou forças para o fazer no futuro. Foi um prazer rever-te, pá.
Paulo CecĂlioTantos anos depois, ouvir um novo disco de Little Friend é como encontrar um grande amigo, e estou certo de que me perdoarão este trocadilho infame. Um amigo que não víamos há muito, e que da última vez que nos cruzámos não parecia estar num lugar muito fixe onde ter a cabeça, talvez por desgosto amoroso, por crise existencial, por falha laboral. Tantos anos depois, esse Little Big Friend (desculpem lá, a sério) volta a encontrar-nos num café de esquina e a sua melancolia não desapareceu. Mas é uma melancolia onde o açúcar da esperança pesa mais que o negro.
A Substitute For Sadness começa também com melodias folk em guitarra acústica, que depois dão lugar a uma série de arranjos bonitos, teclas, coros, qual céu nublado onde o sol vai espreitando. Isto é: não gostamos das nuvens, mas aqueles raios sabem-nos melhor por existirem. É "Sombre Song", e não se deixem enganar pelo título, mesmo que depois apanhemos versos como I wish your dreams could have been mine, em "Curtains", e mesmo estes são cantados com uma espécie de inveja agradável - aquele parabéns que se dá ao amigo enquanto se admite a dita. "Too Cool For School" termina em negro, mas é negro rock, Wayfarer e cigarro na balança. Com este novo álbum, Little Friend não perdeu alguma da sua tristeza - mas arranjou forças para o fazer no futuro. Foi um prazer rever-te, pá.
pauloandrececilio@gmail.com
RELACIONADO / Little Friend