DISCOS
Homem Em Catarse
Ao Vivo Na Porta 253
· 02 Jul 2019 · 14:49 ·

Homem Em Catarse
Ao Vivo Na Porta 253
2019
Porta 253 / MEMO
Sítios oficiais:
- Homem Em Catarse
Ao Vivo Na Porta 253
2019
Porta 253 / MEMO
Sítios oficiais:
- Homem Em Catarse

Homem Em Catarse
Ao Vivo Na Porta 253
2019
Porta 253 / MEMO
Sítios oficiais:
- Homem Em Catarse
Ao Vivo Na Porta 253
2019
Porta 253 / MEMO
Sítios oficiais:
- Homem Em Catarse
Catarse.
O momento em que o Homem encontra a sua Catarse surge mesmo no final de Ao Vivo Na Porta 253, quando Afonso Dorido expira, exausto pela transcendência, e pronuncia um muito, obrigado, mesmo., sentindo-se naquela voz, naquele agradecimento e até naquele ponto final oculto pela linguagem falada a mais profunda das sinceridades. Nem sequer é necessário saber como se encontrava o seu rosto naquele segundo em particular; imaginamo-lo, minuciosamente, através da propriedade do som.
Tal momento distingue Ao Vivo Na Porta 253 de tantos e tantos outros discos ao vivo, na medida em que não foi necessário ter um corpo presente no espectáculo que este regista, no espaço bracarense com aquele nome. É um documento sobre um tempo particular, mas esquiva-se a esse mesmo tempo. Torna-se eterno, vivo. Daqui a dez ou vinte ou mais anos, quem tiver a sorte de o ouvir ou reouvir continuará a constatar aquela catarse peculiar. O "futuro", para utilizar uma palavra compreensível - num disco que não tem noção de espaço temporal -, não é uma bota e sim o amor a beijar um rosto humano.
Até chegar à catarse foram necessárias, claro está, as canções, sobretudo as de Viagem Interior e Guarda-Rios, os seus dois álbuns anteriores. Pós-rock de palavra poética, onde a guitarra e os loops vão construindo cenários vagamente parecidos com memórias, e que tem em "Guarda-me" (ou "Guarda"), "Tomar" e na melódica de "Teremos Sempre Paris" os seus pontos mais altos. 35 minutos de frisson absoluto. Muito obrigado, mesmo.
Paulo CecílioTal momento distingue Ao Vivo Na Porta 253 de tantos e tantos outros discos ao vivo, na medida em que não foi necessário ter um corpo presente no espectáculo que este regista, no espaço bracarense com aquele nome. É um documento sobre um tempo particular, mas esquiva-se a esse mesmo tempo. Torna-se eterno, vivo. Daqui a dez ou vinte ou mais anos, quem tiver a sorte de o ouvir ou reouvir continuará a constatar aquela catarse peculiar. O "futuro", para utilizar uma palavra compreensível - num disco que não tem noção de espaço temporal -, não é uma bota e sim o amor a beijar um rosto humano.
Até chegar à catarse foram necessárias, claro está, as canções, sobretudo as de Viagem Interior e Guarda-Rios, os seus dois álbuns anteriores. Pós-rock de palavra poética, onde a guitarra e os loops vão construindo cenários vagamente parecidos com memórias, e que tem em "Guarda-me" (ou "Guarda"), "Tomar" e na melódica de "Teremos Sempre Paris" os seus pontos mais altos. 35 minutos de frisson absoluto. Muito obrigado, mesmo.
pauloandrececilio@gmail.com
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