O que é o tempo? Como medir o tempo? Através da memória, da entropia? Através de relógios, calendários? Os Amp não sabem as respostas, mas procuraram musicá-las com o seu novo álbum, Entangled Time, mais um para uma vasta carreira que começou nos anos 90, e que já viu passar pelas suas fileiras nomes como Matt Elliott, David Pearce (Flying Saucer Attack), Ray Dickaty (Moonshake e Spiritualized) e Robert Hampson (Loop), entre outros baluartes do space rock britânico.

Logo a abrir, "Drifting" parece querer não parar o tempo, mas fazer com que nos situemos num período de tempo indefinido, numa espécie de loop adormecido onde um drone, vozes escondidas no ruído e motivos orquestrais vão flutuando no céu, até chegarem as ondas e a batida de "Will-Oh Dreams", a que melhor espelha as influências electrónicas que os Amp (também) têm.

Será também esta a canção central do disco, já que é uma remistura sua aquela que dá por terminado Entangled Time, em formato mais extenso - o verdadeiro loop, portanto. Mas é também esta a principal falha deste novo álbum dos Amp; se estamos presos num tempo específico, nunca conseguiremos evoluir. E isso é essencial.