DISCOS
Skee Mask
Compro
· 10 Jul 2018 · 17:55 ·
Skee Mask
Compro
2018
Ilian Tape
Sítios oficiais:
- Skee Mask
- Ilian Tape
Compro
2018
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Do choque entre o céu e a terra.
Com uma vaga silhueta de alguém a caminho de algum lugar num cerrado nevoeiro, era uma vez uma história – provavelmente pouco agradável. No vazio, nesta capa deste disco, aquela pessoa. E a solidão. Alguém na sua jornada, teimosamente, no frio. Está lá porque quer? Quem se dará a tal descabida jornada? O alemão Bryan Müller estuga caminho pelo seu território, no seu próprio pé, por onde se sente natural, completamente à-vontade – pelos vistos é ele ali representado. Na dureza do branco, prossegue a viagem intrínseca iniciada em Shred, o disco de estreia. Ou talvez não seja isso, francamente.
E havia o céu e a terra, a escala enorme, o paisagismo mesmerizante, a música escorreita, orgânica, apesar de computorizada, a goma do IDM de 90 a enrijecer o tecido. Havia a experiência, a dose habitual de ingenuidade na engenhosidade. Assim nos convencia Shred, obra abstracta e enigmática na forma como os elementos interagiam entre si e se colectavam harmoniosamente. Havia um mundo vasto diante dos nossos olhos. Havia panorama. Porque é que agora se fica com a impressão que o nosso corpo vagueia inutilmente naquele particular branco opressor?
As atmosferas sugerem-se vastas, frescas, livres, mas são quase todas rarefeitas. As melodias são bem engendradas, queridas fantasias, pôr o melómano a planar, mas amiúde carregam a peçonha da solidão. Os ritmos – breakbeat-hip-hop-jungle – são quase todos pragmáticos, pungentes, nada queridos. Quase todos? Com "Dial 274", "50 Euro To Break Boost", "Via Sub Mids", "Soundboy Ext" ou "Kozmic Flush" fica a ideia de Müller ter chapado o céu e a terra, e ter destruído o horizonte que a capa do disco anterior sublimava. Resta a outra metade, restos de pura verve, restos do que era. Porque é que Compro não saiu mais desafectado – como a simplicidade de "Calimance" ou "Session Add"?
Rafael SantosE havia o céu e a terra, a escala enorme, o paisagismo mesmerizante, a música escorreita, orgânica, apesar de computorizada, a goma do IDM de 90 a enrijecer o tecido. Havia a experiência, a dose habitual de ingenuidade na engenhosidade. Assim nos convencia Shred, obra abstracta e enigmática na forma como os elementos interagiam entre si e se colectavam harmoniosamente. Havia um mundo vasto diante dos nossos olhos. Havia panorama. Porque é que agora se fica com a impressão que o nosso corpo vagueia inutilmente naquele particular branco opressor?
As atmosferas sugerem-se vastas, frescas, livres, mas são quase todas rarefeitas. As melodias são bem engendradas, queridas fantasias, pôr o melómano a planar, mas amiúde carregam a peçonha da solidão. Os ritmos – breakbeat-hip-hop-jungle – são quase todos pragmáticos, pungentes, nada queridos. Quase todos? Com "Dial 274", "50 Euro To Break Boost", "Via Sub Mids", "Soundboy Ext" ou "Kozmic Flush" fica a ideia de Müller ter chapado o céu e a terra, e ter destruído o horizonte que a capa do disco anterior sublimava. Resta a outra metade, restos de pura verve, restos do que era. Porque é que Compro não saiu mais desafectado – como a simplicidade de "Calimance" ou "Session Add"?
r_b_santos_world@hotmail.com
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