DISCOS
Gomez
In Our Gun
· 27 Jun 2002 · 08:00 ·
Gomez
In Our Gun
2002
Virgin


Sítios oficiais:
- Virgin
Gomez
In Our Gun
2002
Virgin


Sítios oficiais:
- Virgin
Após o hiato de 3 anos que se sucedeu após o álbum "Liquid Skin" os Gomez regressaram aos discos com "In Our Gun", um álbum onde as canções são aquilo que, afinal de contas, nunca deixaram de ser. Coisas simples, mas belas.

Tidos como uma das mais importantes bandas britânicas, tendo chegando mesmo a ganhar o Mercury Prize para melhor disco do ano em 1998 com o álbum inicial, "Bring It On", os Gomez cedo foram um fenómeno de adesão popular. Em Portugal esse fenómeno foi menos sentido, mas apesar disso havia um considerável culto à volta desta banda. Constituídos por Ben Ottewell (voz e guitarra), Tom Gray (voz, guitarra e teclados), Paul Blackburn (baixo e guitarra) Olly Peacock (bateria) e Ian Ball (voz, guitarra e harmónica), os Gomez recolhem influências tão díspares como Jimi Hendrix, Beatles, Beck ou Tom Waits. Em 1999 surge o segundo álbum do quinteto, Liquid Skin, e 3 anos depois e após uma pausa para férias e um pouco de relaxamento surge "In Our Gun", o álbum de 2002. Pelo meio, editaram uma colectânea de raridades e lados b, "Abandoned Shopping Trolley Hotline".

Era já com alguma expectativa esperado este álbum. Conseguiriam não defraudar os milhares de fãs que esperavam ansiosamente pela edição do terceiro trabalho? Seriam capazes de manter a fasquia em relação aos dois álbuns anteriores? A verdade, é que este álbum é de facto, segundo os próprios, melhor que os dois registos iniciais. Abandonaram em grande parte a veia blues que os caracterizou e pela qual eram conhecidos e entraram num registo certamente difícil de rotular.

Para "In Our Gun" os Gomez fizeram uma simplificação das canções. Retiraram todos os elementos que estava a mais que não faziam muita falta, que apenas povoavam em demasia o disco, e tornaram as coisas muito mais simples e agradáveis. Pegando nos mesmo acessórios já antes usados, criaram canções mais curtas e simples, que não deixavam de ser por esses características menos interessantes.

O fio de conduta que guia o álbum também é de difícil rotulagem. Os Gomez exploram uma série de territórios musicais que vão de temas lentos, como baladas (caso de "In Our Gun"), até canções que podem ser consideradas de um rock mais puro e com mais adrenalina (caso do tema de abertura "Shot Shot"). O aparecimento de elementos electrónicos é, também, um elemento que parece neste álbum estar mais acentuado, contudo os instrumentos orgânicos continuam a ser a grande referência da banda.

Ao terceiro registo de originais, os Gomez provaram a quem ainda duvidava da sua qualidade que são, de facto, uma banda muito recomendável. As canções são na sua generalidade simples, mas muito boas, com excelentes arranjos e melodias. A produção do álbum é outro elemento que não precisa de repreensão. Definitivamente bom!
Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net
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