DISCOS
Big Bold Back Bone
In Search of the Emerging Species
· 02 Fev 2018 · 10:51 ·
Big Bold Back Bone
In Search of the Emerging Species
2017
Shhpuma


Sítios oficiais:
- Shhpuma
Big Bold Back Bone
In Search of the Emerging Species
2017
Shhpuma


Sítios oficiais:
- Shhpuma
Improvisação luso-suíça, volume II.
O quarteto Big Bold Back Bone resulta de uma parceria luso-suíça, juntando dois músicos suíços e dois portugueses (Luís Lopes e Travassos). Os suíços Marco Von Orelli (trompete) e Sheldon Suter (bateria) consistem no duo Lost Socks, grupo que trabalha a improvisação a partir de uma matriz de origem jazzística.

Do lado português, o versátil guitarrista Luís Lopes vem alimentando um percurso cada vez mais rico e, entre outros, lidera os grupos Humanization Quartet (com Rodrigo Amado), Lisboa-Berlin Trio, Afterfall, trio com Adam Lane e Igal Foni, duo com Fred Lonberg-Holm, além de um registos a solo (“Noise Solo at ZDB” e “Love Song”). E Travassos é, além de reconhecido designer (atenção ao livro “Life is a simple mess”), um criativo manipulador de electrónica analógica, num percurso musical que tem atravessado múltiplos projectos: FLU, Pinkdraft, Les Voisins, One Eye Project e Pão - com Tiago Sousa e Pedro Sousa, que terá sido um dos mais originais projectos nacionais dos últimos anos.

O grupo Big Bold Back Bone nasceu no ano de 2010, altura em que se apresentou ao vivo para os primeiros concertos, e em 2013 editou o seu disco de estreia, “Clouds Clues” (edição Wide Ear). Chega agora o segundo disco do quarteto, desta vez numa edição da Shhpuma, a subsidiária da Clean Feed para projectos mais experimentais/exploratórios. Neste novo “In Search of the Emerging Species”, gravado em Novembro de 2015, o quarteto desenvolve uma improvisação electro-acústica num trabalho de detalhe e pormenor, que se aproxima de um certo reducionismo/near silence.

Os músicos optam sempre por uma postura de assumida contenção, daqui resultando uma música de atenção ao milímetro. O disco consiste numa faixa única de 43 minutos, onde os quatro músicos articulam um diálogo quase sussurrado. Esqueça-se a expansividade, não há aqui gritos de raiva, cada instrumento intervém de forma controlada, contribuindo com intervenções minimais. Guitarra, trompete, bateria e eletrónica entrelaçam-se numa música delicada que evolui tranquilamente, electro-acústica que vive na permanente subtileza.
Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com
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