DISCOS
Melanie de Biasio
Lilies
· 24 Out 2017 · 11:50 ·
Melanie de Biasio
Lilies
2017
Le Label / Play It Again Sam
Sítios oficiais:
- Melanie de Biasio
- Le Label
- Play It Again Sam
Lilies
2017
Le Label / Play It Again Sam
Sítios oficiais:
- Melanie de Biasio
- Le Label
- Play It Again Sam
Melanie de Biasio
Lilies
2017
Le Label / Play It Again Sam
Sítios oficiais:
- Melanie de Biasio
- Le Label
- Play It Again Sam
Lilies
2017
Le Label / Play It Again Sam
Sítios oficiais:
- Melanie de Biasio
- Le Label
- Play It Again Sam
Pequeno, íntimo. Tudo grande.
Com os mais atentos a reconhecerem as qualidades de Melanie em No Deal (2013), da composição à voz, Gilles Peterson tido a iniciativa de encontrar nomes para remisturar alguns dos temas – EELS, The Cinematic Orchestra, Clap! Clap! ou Simbad marcaram o alinhamento de No Deal Remixed (2015) –, esperar-se-ia da belga um golpe arrojado; talvez encontrar um super produtor, assinar contracto com uma super editora, ter um super orçamento para realizar o seu grandioso sonho musical. Nada disso. Serenidade não está apenas na sua voz, está também no seu ser.
Ao terceiro álbum de originais, Melanie de Biasio quer derradeira e justa visibilidade, mas não a sacrificar a sua integridade artística. Com o primeiro álbum, A Stomach Is Burning (2007), envolveu-se naturalmente com músicos jazz locais; o disco foi fruto do colectivo. O sucessor, em 2013, revelava uma maior solidão, sólido almejo do eu. Em 2017, Lilies é o eu absoluto. O belíssimo derivativo do ano passado – jazz, pós-rock, blues e electrónica num único e longo tema –, Blackened Cities, já mostrava que estava decidida a estar só para se descobrir a si mesmo. Devagar, passo a passo.
Melanie compôs Lilies essencialmente sozinha; computador, piano, e o mais magnífico instrumento no disco, a sua voz, virtuosa, embaladora; são nove depurados temas, fumarentos, em tom noir-blues; temas que tanto trazem à memória o exílio em que Nina Simone se confinava quando estava só com o piano, como recorre à modernidade com leves pinceladas de electrónica atmosférica para dar maior detalhe ao mise-en-scène; no primeiro e último tema, ecos de trip-hop, saudoso. Cereja em cima do bolo, "Afro Blues", não apenas mais um, mas um, talvez o mais minimalista de todos, que deixaria Mongo Santamaria intrigado e Oscar Brown radiante. É impossível não nos apaixonarmos. Que diva, Melanie, que diva és!
Rafael SantosAo terceiro álbum de originais, Melanie de Biasio quer derradeira e justa visibilidade, mas não a sacrificar a sua integridade artística. Com o primeiro álbum, A Stomach Is Burning (2007), envolveu-se naturalmente com músicos jazz locais; o disco foi fruto do colectivo. O sucessor, em 2013, revelava uma maior solidão, sólido almejo do eu. Em 2017, Lilies é o eu absoluto. O belíssimo derivativo do ano passado – jazz, pós-rock, blues e electrónica num único e longo tema –, Blackened Cities, já mostrava que estava decidida a estar só para se descobrir a si mesmo. Devagar, passo a passo.
Melanie compôs Lilies essencialmente sozinha; computador, piano, e o mais magnífico instrumento no disco, a sua voz, virtuosa, embaladora; são nove depurados temas, fumarentos, em tom noir-blues; temas que tanto trazem à memória o exílio em que Nina Simone se confinava quando estava só com o piano, como recorre à modernidade com leves pinceladas de electrónica atmosférica para dar maior detalhe ao mise-en-scène; no primeiro e último tema, ecos de trip-hop, saudoso. Cereja em cima do bolo, "Afro Blues", não apenas mais um, mas um, talvez o mais minimalista de todos, que deixaria Mongo Santamaria intrigado e Oscar Brown radiante. É impossível não nos apaixonarmos. Que diva, Melanie, que diva és!
r_b_santos_world@hotmail.com
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