No início dos anos 90, um grupo de sonhadores britânicos decidiu dar uma nova vida ao rock, injectando-lhe doses deliciosas de ruído, experimentando com riffs e grooves e apontando ao infinito do campo ou do espaço (ou até mesmo a ambos, como os Flying Saucer Attack). Dos nomes que surgiram dessa partilha de opiniões e modos de fazer, os Amp serão dos menos conhecidos, mas dos mais duradouros. Formados em 1992 por Richard Walker, editaram até hoje mais de uma dúzia de álbuns e EPs, entre registos em estúdio e ao vivo, tendo contado nas suas fileiras com nomes como Matt Elliott (esse mesmo), Ray Dickaty (Moonshake, Spiritualized) ou Robert Hampson (Loop, Main), só para citar alguns.

É precisamente de um álbum ao vivo que se trata Switched On And Live, que reúne temas de várias encarnações dos Amp, dos nineties até ao novo milénio. Ou seja, não se trata de um registo de um único espectáculo, um daqueles álbuns cuja paragona é devias ter lá estado; mais que isso, é uma compilação que pretende não só mostrar aquilo que ficou para trás no percurso da banda - que não edita um disco desde 2011 -, como, e principalmente, angariar novos acólitos para a sua Igreja. Pelo meio, celebram-se 25 anos de existência.

Switched On And Live perde um bocado por isso; as canções não têm qualquer fio condutor, de um público irrequieto passamos para um silencioso, do drone (que habita grande parte dos seus temas) chegamos a um ritmo equivalente ao do drum n' bass, ou a uma espécie de minimalismo Can, ou ainda ao rock ruidoso e negro de laivos pós-punk ("Whenever", nessa onda, parece ser a melhor do disco). Ainda assim, é um álbum interessante para quem se queira atirar de cabeça ao catálogo da banda. Tal como neste disco, comecem pelo princípio.