Podia-se ficar horas a especular: isto é Burial sem tesão; ou Burial a mudar de cena; havendo quem diga que nem é uma coisa ou outra, isto é Burial a ser livre espírito, a fazer o que bem entende, desapegado do que esperam dele.

No meio da horda, não faltam aqueles que afirmam que Will Beavan é incapaz de um mau trabalho, e outros fãs a acusarem-no de passar mais tempo a jogar vídeo-jogos do que a fazer música em condições – ao fim de três anos de nada, só isto? Fucking lazy bastard!

Com um pouco de calma. Burial perdeu a tesão mas está à procura de uma nova porque, como livre espírito – a borrifar-se para o que esperam dele –, realmente passa muito tempo agarrado à consola – e dali vêm muitos dos samplers que saca e esmaga na sua música cheia de estática e samplers fantasmagóricos puxados à máxima escala do dub.

Este EP não é impressionante. Esperava-se mais qualquer coisinha. Ou então somos nós que não percebemos o que está (mesmo) diante de nós.

Já agora, alguém reparou que a Hyperdub precisava da grande marca/ referência da casa para comemorar condignamente a edição número 100 em vinil? Burial é livre espírito. Mas não está completamente safo de dadas obrigações. Chamarem-me de ridículo por reagir…