DISCOS
Pedro Magina
11
· 13 Out 2015 · 11:04 ·

Pedro Magina
11
2015
Crash Symbols
Sítios oficiais:
- Crash Symbols
11
2015
Crash Symbols
Sítios oficiais:
- Crash Symbols

Pedro Magina
11
2015
Crash Symbols
Sítios oficiais:
- Crash Symbols
11
2015
Crash Symbols
Sítios oficiais:
- Crash Symbols
O fim da saudade.
Perdoem-me os leitores, os ouvintes e os próprios ex-membros da banda pela injustiça que irei escrever agora, mas: tenho saudades dos Aquaparque. Imensas. Tantas que, às vezes, dou por mim a replicar mentalmente, durante horas, aquele boogie fenomenal que se ouvia - e ainda ouve, porque não desapareceu - a meio de "Castiço O Teu Nudismo", e que vai até final da faixa numa coolness louca que quase me puxa a lágrima porque sei, no meu âmago, que nunca na vida conseguirei ser assim tão fixe. Durante alguns anos e dois discos, os Aquaparque ensinaram-nos que sim, era possível reinventar a pop e transformá-la numa coisa assombrosa que fosse só nossa, única; e dizê-lo é injusto, porque Pedro Magina e André Abel desdobraram-se entretanto noutros projectos, e estarão certamente fartos de ouvir a expressão tenho saudades dos Aquaparque porque devem ouvi-la a toda a hora de todas as bocas (ou pelo menos, num mundo a sério, que não rejeitasse os seus heróis, deveriam ouvi-la).
Está dita então a injustiça; e esta é ainda mais monstruosa quando escutamos o novo álbum de Pedro Magina e sabemos, conscientemente, que é um trabalho magnífico que deve ser ouvido, falado, estudado. É injusto falar constantemente do passado quando o presente está aqui mesmo à mão. O disco chama-se 11, tem oito faixas, cada qual melhor que a outra e mais além. E o que se escuta mais aqui são paisagens new age, termo que deverá servir para caracterizar não só esta sonoridade específica mas também aquilo que é o pós-Aquaparque: uma nova era para a música portuguesa. Sem exagero nem mentira.
Quase quarenta minutos de pequenas pérolas, iniciando-se na catedral que é "Exception", samples de coros que desaguam numa melodia belíssima de sintetizador, passando por "Ponta Do Sol", epifania religiosa melhorada pela guitarra de Guilherme Gonçalves (Coclea) e tornada soberba pelo repescar de uma citação de A Vida Não É um Sonho, pelo filme pop de "Hold My Hand Now", pelo outono perfeito desenhado pelo piano que se escuta em "Mother And Son", pelo trance de "House Swim" e, no final, o espírito Panda Beariano de "On Our Way Back Home". Um grande, grande disco, que é capaz de acabar com a saudade pelo passado, por maior que ela seja; e, vendo bem as coisas, talvez seja esse o maior elogio que lhe podemos fazer.
Paulo CecílioEstá dita então a injustiça; e esta é ainda mais monstruosa quando escutamos o novo álbum de Pedro Magina e sabemos, conscientemente, que é um trabalho magnífico que deve ser ouvido, falado, estudado. É injusto falar constantemente do passado quando o presente está aqui mesmo à mão. O disco chama-se 11, tem oito faixas, cada qual melhor que a outra e mais além. E o que se escuta mais aqui são paisagens new age, termo que deverá servir para caracterizar não só esta sonoridade específica mas também aquilo que é o pós-Aquaparque: uma nova era para a música portuguesa. Sem exagero nem mentira.
Quase quarenta minutos de pequenas pérolas, iniciando-se na catedral que é "Exception", samples de coros que desaguam numa melodia belíssima de sintetizador, passando por "Ponta Do Sol", epifania religiosa melhorada pela guitarra de Guilherme Gonçalves (Coclea) e tornada soberba pelo repescar de uma citação de A Vida Não É um Sonho, pelo filme pop de "Hold My Hand Now", pelo outono perfeito desenhado pelo piano que se escuta em "Mother And Son", pelo trance de "House Swim" e, no final, o espírito Panda Beariano de "On Our Way Back Home". Um grande, grande disco, que é capaz de acabar com a saudade pelo passado, por maior que ela seja; e, vendo bem as coisas, talvez seja esse o maior elogio que lhe podemos fazer.
pauloandrececilio@gmail.com
RELACIONADO / Pedro Magina