É sempre boa ideia picar o ponto para saber o que Clark, que é como quem diz o britânico Chris Clark, anda a fazer. Sobretudo depois de um disco como o homónimo Clark, editado mesmo ali atrás em 2014 com o selo da WArp, que tinha quase tudo no sítio certo.

O EP Flame Rave (só o nome já faz crescer água na boca) é mais uma proposta de alguém que não consegue estar quieto. E ainda bem que assim é. Flame Rave não acrescenta propriamente nada de especial ao universo amplo criado por Chris Clark e no entanto não há nada de errado nisso. Sobretudo porque o que falta em novidade chega e sobra em criatividade, em diversidade e grandeza.

São apenas quatro temas mas há muito para destacar: a sugestão jungle de "Silver Sun" e os seus baixos contínuos, a dureza quase impossível de "To Live and Die in Grantham" (a sério, preparem-se para a porrada - no corpo e na mente), a doçura melodiosa de e a longitude de "Springtime Linn" e a espacialidade de "Unfurla Cremated". E tudo o que possa estar no meio de tudo isto. E há muita coisa. Um bálsamo para o corpo e para a alma, vinte e quatro minutos rejuvenescedores.