DISCOS
Lana del Rey
Ultraviolence
· 30 Out 2014 · 16:22 ·

Lana del Rey
Ultraviolence
2014
Interscope / Polydor
Sítios oficiais:
- Lana del Rey
- Interscope
- Polydor
Ultraviolence
2014
Interscope / Polydor
Sítios oficiais:
- Lana del Rey
- Interscope
- Polydor

Lana del Rey
Ultraviolence
2014
Interscope / Polydor
Sítios oficiais:
- Lana del Rey
- Interscope
- Polydor
Ultraviolence
2014
Interscope / Polydor
Sítios oficiais:
- Lana del Rey
- Interscope
- Polydor
O smog pode ser pop.
Born To Die foi uma boa estreia. Por mais “dores de crescimento” que apresentasse, só o facto de ter apresentado ao mundo uma estrela pop de cariz tão distinto como Lana Del Rey, e de conter canções tão gostosas como “Video Games” ou “Off To The Races”, já o colocava no campo dos que merecem ser ouvidos. Ultraviolence não é o disco em que Lana Del Rey tenta repetir a formula, e cai na armadilha das cópias gastas de si própria, que tantos artistas apanhou. Ultraviolence é antes a sua primeira obra-prima. O álbum onde a debutante reapareceu com uma confiança inabalável em si própria, e onde a sua voz ofusca como nuvens de smog sobre uma cidade queimada pelo sol.
E pretendo ir mais longe nos elogios. A sequencia “Cruel World” - “Ultraviolence” - “Shades Of Cool” - “Brooklyn Baby” – “West Coast” que inicia este disco, se não é a melhor isolada, é pelo menos a melhor ex-aqueo de qualquer disco ouvido este ano. Há mérito da produção, sem dúvida. Principalmente do Black Key Dan Auerbach, o qual retirou os excessos sintéticos e de percussão que ”Born To Die” ainda tinha, e introduziu as guitarras eléctricas evanescentes e cinemáticas que a voz de Lana sempre “exigiu”, dando-lhe o cenário perfeito para se expander como uma diva de John Barry. Há glamour, sim. Mas há sobretudo um sentimento de liberdade, de levitação, mesmo que esteja na varanda (“West Coast”), a dançar poesia beat (“Brooklyn Baby”) ou a falar de relações problemáticas (“Ultraviolence”).
O “retro”, em Ultraviolence” não é “futurista” ou “revivalista”. Aliás, quem disse sequer que é retro? A radiação que envolve as melodias de Lana Del Rey nao precisa de qualificações temporais. Nem ela precisa de se confinar a um espaço fechado. Tanto pode ser a rapariga que sonha acordada na paragem do autocarro, a pensar em “Money Power Glory”, como a femme fatale na festa onde todos os homens se vestem da mesma forma, a ironizar que “Fucked My Way Up To The Top”, ou a cantora de restaurante esvaziado de “The Other Woman”. O que esta Lana é, em todas essas personas, é a Coca-Cola mais sensual do deserto. A actriz de Método que completou a transformação. Quem a quiser imitar, terá que torcer para que o espelho não se canse primeiro.
Nuno ProençaE pretendo ir mais longe nos elogios. A sequencia “Cruel World” - “Ultraviolence” - “Shades Of Cool” - “Brooklyn Baby” – “West Coast” que inicia este disco, se não é a melhor isolada, é pelo menos a melhor ex-aqueo de qualquer disco ouvido este ano. Há mérito da produção, sem dúvida. Principalmente do Black Key Dan Auerbach, o qual retirou os excessos sintéticos e de percussão que ”Born To Die” ainda tinha, e introduziu as guitarras eléctricas evanescentes e cinemáticas que a voz de Lana sempre “exigiu”, dando-lhe o cenário perfeito para se expander como uma diva de John Barry. Há glamour, sim. Mas há sobretudo um sentimento de liberdade, de levitação, mesmo que esteja na varanda (“West Coast”), a dançar poesia beat (“Brooklyn Baby”) ou a falar de relações problemáticas (“Ultraviolence”).
O “retro”, em Ultraviolence” não é “futurista” ou “revivalista”. Aliás, quem disse sequer que é retro? A radiação que envolve as melodias de Lana Del Rey nao precisa de qualificações temporais. Nem ela precisa de se confinar a um espaço fechado. Tanto pode ser a rapariga que sonha acordada na paragem do autocarro, a pensar em “Money Power Glory”, como a femme fatale na festa onde todos os homens se vestem da mesma forma, a ironizar que “Fucked My Way Up To The Top”, ou a cantora de restaurante esvaziado de “The Other Woman”. O que esta Lana é, em todas essas personas, é a Coca-Cola mais sensual do deserto. A actriz de Método que completou a transformação. Quem a quiser imitar, terá que torcer para que o espelho não se canse primeiro.
nunoproenca@gmail.com
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