DISCOS
Run the Jewels
Run the Jewels
· 07 Out 2013 · 10:29 ·
Run the Jewels
Run the Jewels
2013
Fool´s Gold
Sítios oficiais:
- Fool´s Gold
Run the Jewels
2013
Fool´s Gold
Sítios oficiais:
- Fool´s Gold
Run the Jewels
Run the Jewels
2013
Fool´s Gold
Sítios oficiais:
- Fool´s Gold
Run the Jewels
2013
Fool´s Gold
Sítios oficiais:
- Fool´s Gold
Fauna ou flora urbana, uma questão de perspectiva.
No ano passado, Jaime Meline, uma força da natureza do hip-hop mais conhecido por El-P, lançava Cancer for Cure, um formidável álbum que encabeçava a minha lista pessoal de melhores títulos de 2012. Passados alguns meses, o prolífero El-P combina – uma vez mais - esforços com Killer Mike (o mesmo de R.A.P. Music) e saem-se com o projecto Run the Jewels, que culmina com álbum homónimo (disponível para descarga aqui). O resultado é um trabalho mais duro do que as criações de Meline a solo e sem dúvida aperfeiçoável. Apesar disso não deixa de ser dos registos mais interessantes dentro do género em 2013.
Exemplo da crueza da coisa, neste caso concreto da canção que completa a trilogia projeto + álbum + canção com Killer Mike na voz: “Big beast in a cage with a heart full of rage, it seems I can´t behave / You could try till you die, oh well you failed, it seems the world can´t be saved / These streets is full with the wolves that starve for the week so they after the weak / In a land full of lambs I am and I´ll be damned if I don´t show my teeth”.
A electrónica e as melodias de El-P continuam no sítio, mas mais reduzidas do que no passado. O lugar de destaque é dedicado, como não podia deixar de ser, às letras. Há uma ironia presente, entre aquilo que é a política e o corriqueiro misógino, há misantropia (“I´m no respecter of person, I´m no respecter of rules”), mas a palavra mais certeira será a que vi utilizada numa outra crítica ao álbum: distopia. É um mundo transtornado o de El-P e de Killer Mike. É um mundo virado do avesso que não é o meu ou o teu.
O especial de Run the Jewels é isso mesmo. A experiência é importante não só por abrir a janela para um universo que parece ser distante. É importante porque é uma distopia ao estilo Planeta dos Macacos. Tudo é distante, quando afinal não podia ser mais próximo. É tudo uma questão de perspectiva.
Tiago DiasExemplo da crueza da coisa, neste caso concreto da canção que completa a trilogia projeto + álbum + canção com Killer Mike na voz: “Big beast in a cage with a heart full of rage, it seems I can´t behave / You could try till you die, oh well you failed, it seems the world can´t be saved / These streets is full with the wolves that starve for the week so they after the weak / In a land full of lambs I am and I´ll be damned if I don´t show my teeth”.
A electrónica e as melodias de El-P continuam no sítio, mas mais reduzidas do que no passado. O lugar de destaque é dedicado, como não podia deixar de ser, às letras. Há uma ironia presente, entre aquilo que é a política e o corriqueiro misógino, há misantropia (“I´m no respecter of person, I´m no respecter of rules”), mas a palavra mais certeira será a que vi utilizada numa outra crítica ao álbum: distopia. É um mundo transtornado o de El-P e de Killer Mike. É um mundo virado do avesso que não é o meu ou o teu.
O especial de Run the Jewels é isso mesmo. A experiência é importante não só por abrir a janela para um universo que parece ser distante. É importante porque é uma distopia ao estilo Planeta dos Macacos. Tudo é distante, quando afinal não podia ser mais próximo. É tudo uma questão de perspectiva.
tdiasferreira@gmail.com
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