DISCOS
Blur
Parklife
· 31 Dez 2003 · 08:00 ·
Blur
Parklife
1994
Japanese
Sítios oficiais:
- Blur
Parklife
1994
Japanese
Sítios oficiais:
- Blur
Blur
Parklife
1994
Japanese
Sítios oficiais:
- Blur
Parklife
1994
Japanese
Sítios oficiais:
- Blur
A imprensa musical britânica andava frenética, como sempre, em busca da next big thing local e, passada a febre rave que tomara de assalto as pistas britânicas em inícios de 90 e com Happy Mondays, The Smiths e Stone Roses com grossos de carreira já deixados para trás, não se adivinhavam cenários particularmente favoráveis. Com uma música moderadamente entusiasmante em 1990, She’s So High, os Blur haviam alcançado o Top 50 de Singles, todavia sem grande aprovação da massa crítica. A caça nacional, porém, continuava. Em 1993, o disco de estreia dos Suede foi de instantâneo tomado como referência. Parecia haver finalmente alguém a preencher o lugar. Mas era preciso esperar mais um ano para se atingir o culminar de um processo que havia de começar precisamente no seu ponto mais alto. Terá sido isso, provavelmente, o que levou Damien Hist a debitar a célebre frase “Blur is the best English band since The Beatles”.
Em Março de 1994, “Girls & Boys” abraçava a luz do dia e o Top 5 de Singles. Foi o delírio. Durante o Verão, não havia como fugir: todos andavam a ouvir a mesma coisa. Com um refrão atractivo e uma batida constante e forte, era o cartão de visita perfeito para o álbum que ficou como marco na alvorada da Brit Pop. Os dois milhões de cópias vendidas comprovam-no. Ao mesmo tempo que tudo isto se passava, os Blur lançavam um olhar crítico e sarcástico à Inglaterra de 90. Aproveitando uma desavença entre estes e os Oasis, Tony Blair, poucos anos mais tarde, oportunamente convida os irmãos Gallagher para as festas de campanha, e utiliza a música como instrumento de captação de novos públicos e atenções.
Parklife é um verdadeiro e ambicioso épico multi-estilos, mesmo que parte uniforme de uma artefacto bem trabalhado enquanto conjunto. Entre a synth-pop e a batida de dança ecoavam restos do punk e do new wave. Fazia-se, igualmente, uma aproximação a uma ideia de pop britânica mais vincada, enquanto se afastavam os traços de psicadelismo que tinham caracterizado mais os registos anteriores. É, também aqui, que surgiram os primeiros hits da banda. Do single de avanço Girls & Boys à beleza inconvertível de End of a Century, do tema-título e paródia que é Parklife ao tema amoroso To the End/, os clássicos sucedem-se a uma velocidade estonteante. This Is a Low, quase o último de 16 temas, é um monumento magnificente. Prova derradeira de que os Blur fizeram um álbum que, como poucos na década de 90, é ainda hoje relembrado como aqueles que mudam verdadeiramente uma vida. Damon Albarn afigurava-se então como um génio da música feita nas ilhas Britânicas. Para o bem e para o mal, num discurso musical sólido e numa postura lírica que abordava os aspectos da vida diária de forma alucinante, Parklife ficou para a História. Essa, nunca mais foi a mesma.
Tiago GonçalvesEm Março de 1994, “Girls & Boys” abraçava a luz do dia e o Top 5 de Singles. Foi o delírio. Durante o Verão, não havia como fugir: todos andavam a ouvir a mesma coisa. Com um refrão atractivo e uma batida constante e forte, era o cartão de visita perfeito para o álbum que ficou como marco na alvorada da Brit Pop. Os dois milhões de cópias vendidas comprovam-no. Ao mesmo tempo que tudo isto se passava, os Blur lançavam um olhar crítico e sarcástico à Inglaterra de 90. Aproveitando uma desavença entre estes e os Oasis, Tony Blair, poucos anos mais tarde, oportunamente convida os irmãos Gallagher para as festas de campanha, e utiliza a música como instrumento de captação de novos públicos e atenções.
Parklife é um verdadeiro e ambicioso épico multi-estilos, mesmo que parte uniforme de uma artefacto bem trabalhado enquanto conjunto. Entre a synth-pop e a batida de dança ecoavam restos do punk e do new wave. Fazia-se, igualmente, uma aproximação a uma ideia de pop britânica mais vincada, enquanto se afastavam os traços de psicadelismo que tinham caracterizado mais os registos anteriores. É, também aqui, que surgiram os primeiros hits da banda. Do single de avanço Girls & Boys à beleza inconvertível de End of a Century, do tema-título e paródia que é Parklife ao tema amoroso To the End/, os clássicos sucedem-se a uma velocidade estonteante. This Is a Low, quase o último de 16 temas, é um monumento magnificente. Prova derradeira de que os Blur fizeram um álbum que, como poucos na década de 90, é ainda hoje relembrado como aqueles que mudam verdadeiramente uma vida. Damon Albarn afigurava-se então como um génio da música feita nas ilhas Britânicas. Para o bem e para o mal, num discurso musical sólido e numa postura lírica que abordava os aspectos da vida diária de forma alucinante, Parklife ficou para a História. Essa, nunca mais foi a mesma.
tgoncalves@bodyspace.net
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