Victor Herrero continua a ser referido muitas vezes como o colaborador regular de Josephine Foster. E não há mal nenhum nisso. Sobretudo porque não é mentira alguma. Mas a verdade é que o músico espanhol tem uma voz própria. E com Estampida, o seu segundo disco, sucessor de Anacoreta está muito mais perto de afirmar toda a sua individualidade. E mais: uma sensibilidade musical rara.

Três canções ajudam a explicar particularmente melhor estas afirmações anteriores: “Avellaneda”, “Columbina” e “El Caballo”. Não é muito mais do que um homem sozinho - na verdade é “apenas” Victor Herrero e os seus fantasmas. Mas este homem basta-se. Na sua guitarra espanhola transparecem as suas raízes andaluzas (sem que isso seja demasiado impositivo); na sua voa, uma enorme poesia.

Mas Estampida está muito longe de se ficar por apenas três canções. Este é um disco para ser experienciado como um todo. Cada uma das suas nove partes é essencial para entender que música é esta que Victor Herrero quer mostrar ao mundo. Estampida é um sucesso retumbante, um lugar de inesgotável beleza; é um disco que não pode passar ao lado de 2013.