“Cadilac Desert”, a porta de entrada deste Impossible Truth, o segundo disco de William Tyler, um músico com arraiais assentados em Nashville, prometia um mundo interminável de beleza, divagações melódicas à volta da guitarra e a afirmação do músico como uma das forças mais interessantes do género. Falamos do fingerpicking, mas aqui até falamos de mais do que isso.

Ao contrário do que acontece muitas vezes no cinema, Impossible Truth é um disco que cumpre tudo aquilo que o seu trailer prometia. É um disco de fingerpicking mas não termina aí; os arranjos dos oito temas que fazem parte dele (com média de duração na casa dos seis minutos) levam a música de Impossible Truth para um nível diferente. Sem desvirtuar a sua essência.

Para um disco sem voz, Impossible Truth é mais um disco de canções do que muitos dos discos de canções propriamente ditos. Entre o deserto e a planície, entre Ennio Morricone e John Fahey, o segundo disco de William Tyler é um disco de encantos tremendos: é tão difícil resistir-lhe como é captar toda a sua beleza numa única audição. Este é um daqueles discos para manter por perto pela vida fora.