Os Deerhoof são um animal selvagem. Quando sentem os olhos de alguém postos em cima deles desatam a correr a sete pés. Para bem deles (e nosso), e apesar da pressão que carregam sobre os ombros, os Deerhoof ainda não cometeram erros apesar da correria. O que quer isto dizer sem recurso a metáforas? Que os Deerhoof nunca fazem o mesmo disco. É assim tão simples.

Tal como noutros discos, Breakup Song é um inacreditável e excitante malabarismo estilístico. Há de tudo: jazz camuflado, bandas-sonoras de videojogos, electrónica rasteira, deambulações pela música latina, viagens ao oriente, danças de salão, os tropicalismos do costume e o melhor que o rock não alinhado tem para oferecer. Um desafio para o cérebro e para os sentidos.

Olhando para trás, para a vasta discografia dos Deerhoof, é impossível não sentir o desejo de os colocar como reis e senhores de um campeonato só deles. Disco após disco, os Deerhoof continuam a provar que a morte do rock ´n´roll é só uma desculpa preguiçosa para desculpar maus discos. Deve dar trabalho construir um disco como Breakup Song; mas o resultado final fala por si.