Após um disco de estreia que tinha tanto de momentaneamente interessante como de facilmente esquecível, Teen Daze volta à carga com um segundo disco em 2012. The Inner Mansions mantém a base electrónica chill, mas, ao contrário do seu antecessor, não é por ela limitada; aqui encontramos um gosto maior pela pop, um maior cuidado em criar algo que se assemelhe a cantigas cantaroláveis, e que se desvie das regras deste subgénero da electrónica; não é uma variação tão dançável quanto, por exemplo, Chaz Bundick se tornou em Underneath The Pine, estando mais próximo da pop de uns Memoryhouse - que, como se sabe, são uns Beach House menos memoráveis.

 

E no entanto funciona. Do ritmo balear de "Divided Loyalties", "Spirit" e da admirável "Discipleship" (influências dançáveis que já haviam sido exploradas no registo anterior) passamos para a beleza dreamy de "Garden 1" e "Garden 2", para o power pop em registo de baixa fidelidade (!) de "Union" - com a presença de Frankie Rose, ex-Dum Dum Girls e Vivian Girls -, passando por "The Heart Of God", enormíssimo pedaço de liturgia esparsa que se revela como o ponto mais alto (por ser o mais diferente) de um disco sem regras e direcção definida, "defeitos" que o tornam sobremaneira apetecível.

 

Posto isto, retome-se a discussão iniciada em junho. Será Teen Daze, o músico, recordado em anos vindouros? Criou ele um currículo passível de ser apreciado em 2013? Provavelmente não, mas para já algo é certo: The Inner Mansions é bastante superior ao seu predecessor, e muito mais gostoso de ouvir sem cansar. Mostra que o produtor canadiano retém uma qualidade que muito falta hoje em dia - a de ser ambicioso quanto baste para que o nome não se perca por entre os milhares de tweets e posts no Tumblr. Uma salva de palmas e um pedido de desculpas ao próprio, então; coisas assim fazem-nos desejar que tudo lhe corra bem.