Disco de estreia do produtor canadiano após ter lançado dois EPs em 2010 e 2011, All Of Us, Together pode ter chegado tarde para ocupar um qualquer lugar de destaque por via do declínio do hype do género, mas não é isto que faz com que as suas composições mereçam ser ignoradas. All Of Us... contém nove faixas que estão num meio termo entre a pop ambiental e a música de dança com influências das Baleares, formando uma unidade que não prima pela coesão - mas bons discos desta nova vaga electrónica ou enraizados na mesma contam-se pelos dedos.

É precisamente essa vertente balearic que proporciona algum interesse em All Of Us..., nomeadamente a auto-explicativa "The New Balearic" e a solarenga "Brooklyn Sunburn", pequenas peças de dança que incitam ao abanar da anca, braço no ar e sonho de uma Ibiza à qual nunca se foi. Fora isso não aquece nem arrefece, e a não ser que algo de muito estranho aconteça Teen Daze será esquecido como muito provavelmente o serão os inúmeros artistas a quem chamam chillwave. Sim, até Toro Y Moi e Neon Indian.

Demasiado mordaz? Pronto, ceda-se: "Erbstück", construída em cima de batida four-on-the-floor, também prende a atenção q.b. e completa o triunvirato de boas canções (leia-se: acima da média) que encontraremos neste disco. O resto não soa, naturalmente, mal; mas com tanta música vastamente superior a ser feita neste momento e com tanta música vastamente superior feita no passado - quer electrónica ambiental ou não - será preciso muito mais por parte do canadiano para que nos apeguemos. Talvez seja uma questão de nacionalidade: as praias do Canadá não são exactamente conhecidas pelo calor.