DISCOS
Tom Waits
Alice
· 29 Mai 2002 · 08:00 ·
Tom Waits
Alice
2002
Anti
Sítios oficiais:
- Tom Waits
- Anti
Alice
2002
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- Tom Waits
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Alice
2002
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Tom Waits. O nome à partida é facilmente reconhecível, não tivesse Tom Waits uma das mais impressionantes obras da história da música popular. Apesar disso, desde a sua estreia em 1973, até aos dias de hoje, a sua música contornou sempre o grande público, muito injustamente. Não é fácil perceber à primeira vista a beleza da música, sem uma audição cuidada. Afinal de contas, onde é que pode existir beleza numa música que é meio falada, com uma voz extremamente rouca, em ambientes quase Jazz? Contudo, essa beleza existe e este "Alice" é na realidade um belíssimo exemplo disso mesmo. Para os não fãs de Tom Waits não passará de mais um disco, certamente, mas é meu dever fazê-lo chegar aos ouvidos dos mais distraídos.
Tom Waits tem um certo mistério à volta da sua vida, e o próprio confessa que responde a qualquer pergunta que lhe façam, não garante é que a resposta seja verídica. As voltas à volta da sua vida são muitas, e como dizia numa entrevista dada a propósito deste álbum: "Há muita gente a acreditar que eu durmo numa mesa de bilhar, levanto-me às três da tarde, deito whisky nos cornflakes, já não tenho dentes nem cabelo", uma imagem que é, no entanto, em grande parte criada por ele.
"Alice" resulta de um espectáculo estreado em 1992, com a colaboração de Bob Wilson (que também colabora em "Blood Money", álbum lançado ao mesmo tempo que Alice). As canções nunca tinham sido, até então, gravados em estúdio, e, muito provavelmente, se não tivesse sido Kathleen Brennan, mulher de Tom Waits e compositora das músicas em conjunto com Waits, a insistir na gravação deste disco, teria ficado um magnífico álbum na gaveta. O álbum é baseado em Alice Liddell, uma rapariga que tinha a obsessão pelos livros de Lewis Carroll.
Poético, belo, reconfortante, estranho e único! Estas são algumas das possíveis adjectivações a que "Alice" está sujeito. O álbum é construído por alguns ambientes jazzísticos, composições em registo leve, melodias admiráveis. Contudo, se podemos classificar as composições como leves, o mesmo já não se passa com a voz de Waits. Uma voz meio cantada, meio falada, rouca, que por vezes chega mesmo a parecer estar a refilar com algo. Com particular peso no álbum, as letras acabam por demonstrar o contrário, sendo também de grande qualidade. Com alma quanto baste, "Alice" consegue provocar no ouvinte uma sensação de busca e procura de algo, e apesar de ser uma busca em que é difícil perceber qual o elemento procurado, existe. O que é fenomenal num disco.
Este é um disco que, apesar de não ser uma obra-prima, é indispensável na discoteca de cada um. Um disco que dignifica a música, e que desperta algo mais do que, simplesmente, abanar a cabeça.
Tiago GonçalvesTom Waits tem um certo mistério à volta da sua vida, e o próprio confessa que responde a qualquer pergunta que lhe façam, não garante é que a resposta seja verídica. As voltas à volta da sua vida são muitas, e como dizia numa entrevista dada a propósito deste álbum: "Há muita gente a acreditar que eu durmo numa mesa de bilhar, levanto-me às três da tarde, deito whisky nos cornflakes, já não tenho dentes nem cabelo", uma imagem que é, no entanto, em grande parte criada por ele.
"Alice" resulta de um espectáculo estreado em 1992, com a colaboração de Bob Wilson (que também colabora em "Blood Money", álbum lançado ao mesmo tempo que Alice). As canções nunca tinham sido, até então, gravados em estúdio, e, muito provavelmente, se não tivesse sido Kathleen Brennan, mulher de Tom Waits e compositora das músicas em conjunto com Waits, a insistir na gravação deste disco, teria ficado um magnífico álbum na gaveta. O álbum é baseado em Alice Liddell, uma rapariga que tinha a obsessão pelos livros de Lewis Carroll.
Poético, belo, reconfortante, estranho e único! Estas são algumas das possíveis adjectivações a que "Alice" está sujeito. O álbum é construído por alguns ambientes jazzísticos, composições em registo leve, melodias admiráveis. Contudo, se podemos classificar as composições como leves, o mesmo já não se passa com a voz de Waits. Uma voz meio cantada, meio falada, rouca, que por vezes chega mesmo a parecer estar a refilar com algo. Com particular peso no álbum, as letras acabam por demonstrar o contrário, sendo também de grande qualidade. Com alma quanto baste, "Alice" consegue provocar no ouvinte uma sensação de busca e procura de algo, e apesar de ser uma busca em que é difícil perceber qual o elemento procurado, existe. O que é fenomenal num disco.
Este é um disco que, apesar de não ser uma obra-prima, é indispensável na discoteca de cada um. Um disco que dignifica a música, e que desperta algo mais do que, simplesmente, abanar a cabeça.
tgoncalves@bodyspace.net
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