DISCOS
YACHT
Shangri-La
· 12 Jul 2011 · 11:43 ·
YACHT
Shangri-La
2011
DFA Records
Sítios oficiais:
- YACHT
- DFA Records
Shangri-La
2011
DFA Records
Sítios oficiais:
- YACHT
- DFA Records
YACHT
Shangri-La
2011
DFA Records
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Shangri-La
2011
DFA Records
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Jovens americanos desafiando a alta tecnologia via indie-pop electrónica de gosto duvidoso.
YACHT é a sigla de Young Americans Challenging High Technology. Começou por ser apenas um jovem americano, Jona Bechtolt, oriundo de Portland, Oregon. Projecto unipessoal confinado ao universo fechado (simultaneamente aberto através da multiplicidade de linhas de comunicação virtual) do quarto de um adolescente tardio, onde produziu alguns discos caseiros. Mormente o estimulante “I Believe In You. Your Magic Is Real” (Marriage, 2007), espécie de Dan Deacon desacelerado, fantasia indie-pop electrónica, repleto de pérolas como “We’re Always Waiting”.
Excelentes críticas, aclamação de um nicho de mercado, convidado para assegurar as primeiras partes dos concertos de uma digressão dos LCD Soundsystem de James Murphy (acabados de editar “Sound of Silver”, DFA, 2007). A experiência em palco correu tão bem que Murphy fez questão de o recrutar para a nova-iorquina DFA. É então que se dá a metamorfose: uma outra jovem americana desafiando a tecnologia de ponta, Claire L. Evans, junta os trapos e os laptops com Bechtolt na produção do EP “Summer Song” (DFA, 2008). Seguiu-se o LP “See Mystery Lights” (DFA, 2009). A mesma inventividade mas uma sonoridade mais física e dançável.
Porquê uma transformação tão repentina? Talvez tenha sido o caderno de encargos de Murphy, no sentido de uma linguagem mais consentânea com o catálogo da DFA (aquelas linhas de baixo vigorosas à ESG, as batidas sincopadas entre o krautrock e a new wave, a liquefacção da crueza rock na sofisticação electrónica), ou a influência de Evans (não sem alguma tensão sexual pelo meio). Mas Bechtolt não se fez rogado, pelo contrário, trilhando um caminho que lhe parecia naturalmente destinado. Ainda que diferentes, no estilo e na linguagem, os discos anteriores e posteriores à contratação pela DFA são igualmente interessantes e merecedores de atenção.
“Shangri-La” (DFA, 2011) não foge à regra. Coloquemos de parte a mensagem panteísta de harmonizações cósmicas e paraísos terrestres da coisa e foquemo-nos no essencial: a fruição da música, tão divertida quanto dançável. Por vezes algo cacofónica e no limiar do bom gosto, desde logo a introdutória “Utopia” (que nos prepara para o pior), distante da elegância formal dos álbuns anteriores (este é o quinto, segundo na forma de duo), mas com alguns apontamentos originais e uma ambiência juvenil e veraneante para a qual teremos que dar algum desconto. Não obstante, Bechtolt e Evans deveriam ir buscar mais e melhor inspiração, por exemplo, aos tUnE-yArDs de Merril Garbus. Assim são batidos aos pontos.
Gustavo SampaioExcelentes críticas, aclamação de um nicho de mercado, convidado para assegurar as primeiras partes dos concertos de uma digressão dos LCD Soundsystem de James Murphy (acabados de editar “Sound of Silver”, DFA, 2007). A experiência em palco correu tão bem que Murphy fez questão de o recrutar para a nova-iorquina DFA. É então que se dá a metamorfose: uma outra jovem americana desafiando a tecnologia de ponta, Claire L. Evans, junta os trapos e os laptops com Bechtolt na produção do EP “Summer Song” (DFA, 2008). Seguiu-se o LP “See Mystery Lights” (DFA, 2009). A mesma inventividade mas uma sonoridade mais física e dançável.
Porquê uma transformação tão repentina? Talvez tenha sido o caderno de encargos de Murphy, no sentido de uma linguagem mais consentânea com o catálogo da DFA (aquelas linhas de baixo vigorosas à ESG, as batidas sincopadas entre o krautrock e a new wave, a liquefacção da crueza rock na sofisticação electrónica), ou a influência de Evans (não sem alguma tensão sexual pelo meio). Mas Bechtolt não se fez rogado, pelo contrário, trilhando um caminho que lhe parecia naturalmente destinado. Ainda que diferentes, no estilo e na linguagem, os discos anteriores e posteriores à contratação pela DFA são igualmente interessantes e merecedores de atenção.
“Shangri-La” (DFA, 2011) não foge à regra. Coloquemos de parte a mensagem panteísta de harmonizações cósmicas e paraísos terrestres da coisa e foquemo-nos no essencial: a fruição da música, tão divertida quanto dançável. Por vezes algo cacofónica e no limiar do bom gosto, desde logo a introdutória “Utopia” (que nos prepara para o pior), distante da elegância formal dos álbuns anteriores (este é o quinto, segundo na forma de duo), mas com alguns apontamentos originais e uma ambiência juvenil e veraneante para a qual teremos que dar algum desconto. Não obstante, Bechtolt e Evans deveriam ir buscar mais e melhor inspiração, por exemplo, aos tUnE-yArDs de Merril Garbus. Assim são batidos aos pontos.
gsampaio@hotmail.com
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