DISCOS
Wildbirds & Peacedrums
Rivers
· 15 Fev 2011 · 20:42 ·

Wildbirds & Peacedrums
Rivers
2010
The Leaf Label / Flur
Sítios oficiais:
- Wildbirds & Peacedrums
- The Leaf Label
- Flur
Rivers
2010
The Leaf Label / Flur
Sítios oficiais:
- Wildbirds & Peacedrums
- The Leaf Label
- Flur

Wildbirds & Peacedrums
Rivers
2010
The Leaf Label / Flur
Sítios oficiais:
- Wildbirds & Peacedrums
- The Leaf Label
- Flur
Rivers
2010
The Leaf Label / Flur
Sítios oficiais:
- Wildbirds & Peacedrums
- The Leaf Label
- Flur
Dois discos pelo preço de um.
Se é verdade que a capa promocional de Rivers nos leva de imediato a pensar que qualquer semelhança entre Mariam Wallentin e uma Amy Winehouse ébria (existe outra?) é pura coincidência, não menos verdade que a música que a sueca compõe com o seu marido no duo Wildbirds & Peacedrums está bastante longe em termos de género daquela que a sua congénere britânica apresenta. O disco é um longa-duração, mas já foi (ou, argumentar-se-à, ainda é) em tempos dois EPs: Retina e Iris, respectivamente as cinco primeiras faixas e as cinco últimas de Rivers. Uma espécie de compilação, então, do duo escandinavo, no seu primeiro registo longo desde The Snake, de 2008.
Isto não é dizer que Rivers sofre das maleitas por vezes associadas a compilações - muita parra e pouca uva. As faixas transitam suavemente entre si, dando inclusive a impressão de se estar a assistir a um concerto ao vivo, tal o nível de produção. Existe diferença, claro, entre a atmosfera medieval de Retina, que conta com a presença do coro Schola Cantorum Reykjavík, que já havia dado uma perninha em Medúlla, da mais que aclamada Björk, e a pop pseudo-caribe de Iris, onde a voz de Mariam se transforma completamente e a música adquire uma tonalidade calorosa, o que, por esta altura, já não nos deverá surpreender tanto, vinda da superpotência pop que é a Suécia.
Quase que fazendo juz ao nome, os temas colocam bastante ênfase na percussão; é a bateria de Andreas Werliin que faz mexer o disco, por entre os arranjos corais da primeira metade e electrónicos da segunda, e a voz da esposa, sempre em contacto com o estilo que canta (sofredora antes, jovial depois). O "quase" utiliza-se por não haver qualquer espécie de paz no ritmo, que apresenta, em Retina, um lado militar capaz de atemorizar quem porventura pensasse estar na presença de um "simples" disco pop, e em Iris o complemento rítmico que as canções desse lado do mundo necessitavam.
Mas a dicotomia é interessante, e existem muitos bons momentos em Rivers. Da primeira metade destaca-se "Fight For Me", tema que poderia muito bem ter sido composto por outra dupla sueca com nome de talher, e da segunda há que salientar "The Drop", canção de falsa alegria - pois que trata da solidão - e "The Well", que dá por findo o disco com uma toada acelerada. Acima de tudo, Rivers funciona como testemunho da versatilidade da jovem banda, não obstante as críticas bastante positivas que tem colhido desde há cinco anos. A aura supostamente bipolar não é de todo um entrave a que se possa apreciar o disco na sua totalidade.
Paulo CecílioIsto não é dizer que Rivers sofre das maleitas por vezes associadas a compilações - muita parra e pouca uva. As faixas transitam suavemente entre si, dando inclusive a impressão de se estar a assistir a um concerto ao vivo, tal o nível de produção. Existe diferença, claro, entre a atmosfera medieval de Retina, que conta com a presença do coro Schola Cantorum Reykjavík, que já havia dado uma perninha em Medúlla, da mais que aclamada Björk, e a pop pseudo-caribe de Iris, onde a voz de Mariam se transforma completamente e a música adquire uma tonalidade calorosa, o que, por esta altura, já não nos deverá surpreender tanto, vinda da superpotência pop que é a Suécia.
Quase que fazendo juz ao nome, os temas colocam bastante ênfase na percussão; é a bateria de Andreas Werliin que faz mexer o disco, por entre os arranjos corais da primeira metade e electrónicos da segunda, e a voz da esposa, sempre em contacto com o estilo que canta (sofredora antes, jovial depois). O "quase" utiliza-se por não haver qualquer espécie de paz no ritmo, que apresenta, em Retina, um lado militar capaz de atemorizar quem porventura pensasse estar na presença de um "simples" disco pop, e em Iris o complemento rítmico que as canções desse lado do mundo necessitavam.
Mas a dicotomia é interessante, e existem muitos bons momentos em Rivers. Da primeira metade destaca-se "Fight For Me", tema que poderia muito bem ter sido composto por outra dupla sueca com nome de talher, e da segunda há que salientar "The Drop", canção de falsa alegria - pois que trata da solidão - e "The Well", que dá por findo o disco com uma toada acelerada. Acima de tudo, Rivers funciona como testemunho da versatilidade da jovem banda, não obstante as críticas bastante positivas que tem colhido desde há cinco anos. A aura supostamente bipolar não é de todo um entrave a que se possa apreciar o disco na sua totalidade.
pauloandrececilio@gmail.com
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