DISCOS
Barn Owl
Ancestral Star
· 18 Nov 2010 · 00:22 ·
Barn Owl
Ancestral Star
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Barn Owl
- Thrill Jockey
- Mbari
Ancestral Star
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Barn Owl
- Thrill Jockey
- Mbari
Barn Owl
Ancestral Star
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Barn Owl
- Thrill Jockey
- Mbari
Ancestral Star
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Barn Owl
- Thrill Jockey
- Mbari
Formas diferentes de girar o machado no ar antes de cair para cortar (ou um dos pontos altos no ano das guitarras na Thrill Jockey).
2010 tem vindo a ser o ano em que as guitarras eléctricas voltaram a invadir os discos da Thrill Jockey, o catálogo de Chicago, que, apesar de alguns desvios, nunca perdeu realmente o gosto (e o respeito) pelo instrumento. A verdade é que já este ano escutámos os White Hills num álbum de guitarras ao alto e houve ainda tempo para as muitas dezenas de temas que Oval gravou como forma de documentar a sua relação compulsiva com o instrumento. A viragem no método de Oval adquire, além disso, uma importância maior se nos recordarmos de como, na década de 90, o alemão contribuiu para colocar a Thrill Jockey no mapa, com o glitch feito no computador. A tendência inverteu-se e o futuro prometido pelo digital parece ser cada vez mais passado para a Thrill Jockey e para os seus músicos.
A prova desse revivalismo reside também nos Barn Owl, que tentam reescrever o evangelho eléctrico incidindo principalmente nas guitarras (mesmo que não excluam os outros recursos). Ancestral Star, o primeiro na Thrill Jockey e o mais elaborado até aqui, serve também para marcar o passo entre o mais contido The Conjurer, na Root Strata, e The Headlands, o LP prestes a sair na Important. O respeito merecido pelas três casas mencionadas (TJ, RS e Important) resvala um pouco para os Barn Owl e, em pouco tempo, percebemos que não serão assim tantas as bandas capazes deste triatlo em pouco mais de um ano.
Oriundo de São Francisco, o duo formado por Evan Caminiti e Jon Porras (belo nome) refere que a inspiração para Ancestral Star partiu de grandes paisagens e horizontes intermináveis. Será que existe outra explicação para este tipo de som? Parece que não, do mesmo modo que será difícil descrever o reverb acentuado destas guitarras sem referir a marca do shoegaze neste disco. Se preferirmos, os Barn Owl podem também ser tomados como um par de pós-rockers encapuçados pela motivação druida de algumas bandas actuais. É esse último disfarce aquele que ecoa nos cânticos quase gregorianos do final do disco.
Antes disso, Ancestral Star alinha nos habituais diálogos cósmicos para esquecer a dor de quem carrega uma leviatã às costas. Enquanto a guitarra marca a adaptação a um ambiente estranho, um pouco como acontece nos discos de Bohren und der Club of Gore, Ancestral Star ameaça muitas vezes, mas nunca chega a cumprir a verdadeira tempestade de ruído branco, que nos fazia borrar a todos diante dos incomparáveis Godspeed You Black Emperor!.
Na verdade, Ancestral Star parece um pouco impotente na hora de oferecer uma consumação a tanta acumulação. Apesar de um fio narrativo bem montado e de um par de momentos de eficácia vertiginosa (“Awakening”), falta-lhe alguma extravagância, o que em nada impede os Barn Owl de se transformarem num caso sério assim que aprenderem a dominar o buraco negro e não o contrário.
Miguel ArsénioA prova desse revivalismo reside também nos Barn Owl, que tentam reescrever o evangelho eléctrico incidindo principalmente nas guitarras (mesmo que não excluam os outros recursos). Ancestral Star, o primeiro na Thrill Jockey e o mais elaborado até aqui, serve também para marcar o passo entre o mais contido The Conjurer, na Root Strata, e The Headlands, o LP prestes a sair na Important. O respeito merecido pelas três casas mencionadas (TJ, RS e Important) resvala um pouco para os Barn Owl e, em pouco tempo, percebemos que não serão assim tantas as bandas capazes deste triatlo em pouco mais de um ano.
Oriundo de São Francisco, o duo formado por Evan Caminiti e Jon Porras (belo nome) refere que a inspiração para Ancestral Star partiu de grandes paisagens e horizontes intermináveis. Será que existe outra explicação para este tipo de som? Parece que não, do mesmo modo que será difícil descrever o reverb acentuado destas guitarras sem referir a marca do shoegaze neste disco. Se preferirmos, os Barn Owl podem também ser tomados como um par de pós-rockers encapuçados pela motivação druida de algumas bandas actuais. É esse último disfarce aquele que ecoa nos cânticos quase gregorianos do final do disco.
Antes disso, Ancestral Star alinha nos habituais diálogos cósmicos para esquecer a dor de quem carrega uma leviatã às costas. Enquanto a guitarra marca a adaptação a um ambiente estranho, um pouco como acontece nos discos de Bohren und der Club of Gore, Ancestral Star ameaça muitas vezes, mas nunca chega a cumprir a verdadeira tempestade de ruído branco, que nos fazia borrar a todos diante dos incomparáveis Godspeed You Black Emperor!.
Na verdade, Ancestral Star parece um pouco impotente na hora de oferecer uma consumação a tanta acumulação. Apesar de um fio narrativo bem montado e de um par de momentos de eficácia vertiginosa (“Awakening”), falta-lhe alguma extravagância, o que em nada impede os Barn Owl de se transformarem num caso sério assim que aprenderem a dominar o buraco negro e não o contrário.
migarsenio@yahoo.com
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