DISCOS
The Cave Singers
Welcome Joy
· 30 Jul 2010 · 13:57 ·
The Cave Singers
Welcome Joy
2009
Matador / Popstock!
Sítios oficiais:
- The Cave Singers
- Matador
- Popstock!
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2009
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Uma barba por si só não é suficiente.
Ao segundo disco, os Cave Singers mostram o seu intento de figurar entre a elite da nova folk, de homens barbudos com camisas de lenhador e intenções pós-adolescência punk, homens que escrevem canções enquanto os meses frios se arrastam pela porta e o cheiro molhado da erva invade o ar como se a América rural tivesse estado sempre ali presente. Os nomes óbvios: Fleet Foxes (fazem-no bem), Bon Iver (supera-o) e Iron & Wine (transcende-o).
Não existiria nenhuma razão para que os Cave Singers não o fizessem também. Saídos da cabeça de Derek Fudesco depois do fim dos Pretty Girls Make Graves (eis a referência punk anterior), mostraram no primeiro disco um som folk coeso com pequenas oscilações electrónicas, canções onde despontavam um forte sentido rítmico, que juntando aos riffs repetitivos e à voz anasalada de Pete Quirk atribuía a Invitation Songs uma certa nonchalance típica de gente que canta não por necessidade mas por fugacidade: «bem, já que estamos aqui e temos uma guitarra, 'bora lá cantar umas coisas».
Esperar-se-ia que os Cave Singers crescessem e amadurecessem. Mesmo que o que é neles interessante em termos de som lá permaneça, parece faltar a Welcome Joy a fórmula para não soar insípido - seja a nível das palavras (o que é sempre importante se tencionamos fazer um álbum de canções e não de barulho), seja a nível de uma maior experimentação no domínio da composição. Temas como "Leap" espalham essa ambiguidade; o ritmo forte impele ao abanar dos corpos mas a infantilidade espelha-se no grito de It doesn't take a man, man at all, to shine this light. É sarcasmo adolescente, sim - mas isso resulta com adolescentes, e não com adultos barbudos.
Concentremo-nos então em "At The Cut" ou "Beach House" (deve ser do nome), canções que escapam à mediania e proporcionam bons momentos auditivos. De resto, Welcome Joy arrancará não mais que um simples "meh" aos ouvintes irrequietos. Porém, há certamente ainda espaço para se revelarem - como se, em vez de tentarem ser Lionel Messi, apontassem antes a Diego Milito. Não há que ter medo de envelhecer.
Paulo CecílioNão existiria nenhuma razão para que os Cave Singers não o fizessem também. Saídos da cabeça de Derek Fudesco depois do fim dos Pretty Girls Make Graves (eis a referência punk anterior), mostraram no primeiro disco um som folk coeso com pequenas oscilações electrónicas, canções onde despontavam um forte sentido rítmico, que juntando aos riffs repetitivos e à voz anasalada de Pete Quirk atribuía a Invitation Songs uma certa nonchalance típica de gente que canta não por necessidade mas por fugacidade: «bem, já que estamos aqui e temos uma guitarra, 'bora lá cantar umas coisas».
Esperar-se-ia que os Cave Singers crescessem e amadurecessem. Mesmo que o que é neles interessante em termos de som lá permaneça, parece faltar a Welcome Joy a fórmula para não soar insípido - seja a nível das palavras (o que é sempre importante se tencionamos fazer um álbum de canções e não de barulho), seja a nível de uma maior experimentação no domínio da composição. Temas como "Leap" espalham essa ambiguidade; o ritmo forte impele ao abanar dos corpos mas a infantilidade espelha-se no grito de It doesn't take a man, man at all, to shine this light. É sarcasmo adolescente, sim - mas isso resulta com adolescentes, e não com adultos barbudos.
Concentremo-nos então em "At The Cut" ou "Beach House" (deve ser do nome), canções que escapam à mediania e proporcionam bons momentos auditivos. De resto, Welcome Joy arrancará não mais que um simples "meh" aos ouvintes irrequietos. Porém, há certamente ainda espaço para se revelarem - como se, em vez de tentarem ser Lionel Messi, apontassem antes a Diego Milito. Não há que ter medo de envelhecer.
pauloandrececilio@gmail.com
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