DISCOS
Kuniyuki Takahashi
Walking In The Naked City
· 26 Jul 2010 · 12:04 ·
Kuniyuki Takahashi
Walking In The Naked City
2010
Mule Musiq
Sítios oficiais:
- Kuniyuki Takahashi
- Mule Musiq
Walking In The Naked City
2010
Mule Musiq
Sítios oficiais:
- Kuniyuki Takahashi
- Mule Musiq
Kuniyuki Takahashi
Walking In The Naked City
2010
Mule Musiq
Sítios oficiais:
- Kuniyuki Takahashi
- Mule Musiq
Walking In The Naked City
2010
Mule Musiq
Sítios oficiais:
- Kuniyuki Takahashi
- Mule Musiq
Já não move montanhas como antes, mas este fidalgo das mais requintadas electrónicas ainda acredita na vida idílica nas mais calorosas latitudes.
Nem todas as grandes proezas se podem repetir. Isto porque nem sempre a alma é passível de divina inspiração. E como tudo o que lhe diz respeito, intervenções forçadas não são o garante da genuína arte. Tudo isto para dizer que a mesma mão que abençoou All These Things (2007) não foi a mesma que benzeu este novo Walking In The Naked City. Mas nem por isso o rei vai nu só porque a força divina não deu a necessária energia para que esta música, ainda possuidora de fascínio, cintilasse devidamente.
Walking In The Naked City não difere no essencial do disco anterior. Nem se esperaria tal perante um “pintor-sónico” nipónico que, desde os primeiros dias de dedicação a esta arte, nada mais desejou que o poder da escrita criativa na primeira pessoa. O que realmente destoa nesta elegante paleta é a falta de vivacidade de algumas das mais recentes cores colocadas à disposição da arte final deste quadro conceptual. Mas nada que impeça verdadeiramente a concretização da imagem.
Nada aqui vai directamente para a caixa dos inúteis, mesmo que alguma redundância ocasional force a reconsideração. Mas há sempre pormenores que merecem uma perspectiva alternativa, um ângulo novo. E o que se conclui desse novo olhar sobre a matéria? O que uns quantos produtores ou músicos têm a menos, Kuniyuki Takahashi tem a mais mesmo num dia cinzento e de menor grau de inspiração: a constante criação de novos tons para jubilo de uma humanidade exausta da correria diária e em busca de um escape para a alma.
O jazz de fino recorte é um dos elementos constantes na música do japonês e é também o que mantém vivo este quadro de cuidadas pinceladas. É um jazz comedido mas muito certeiro na conjugação das diversas tipologias provenientes de diversos pontos geográficos que alicerçam parte da especulação deste apurado joguete. E é também de uma inteligente legibilidade dos sons que é possível o avistamento da noção exacta da direcção rítmica – orgânica q.b. – como suporte para o mais requintado veio melódico.
Mesmo com a falta de vivacidade tonal de outros dias e uma verve ocasionalmente chapada, a dinâmica mantém-se pulsante o suficiente para sustentar as cadências primordiais de África enquanto não deixa escapar a sempre pertinente caixa de ritmos da América Latina, reservando-se, ainda, um cuidadoso espaço nas fileiras da sua composição para o latejar da mais eloquente e serena house. Um disco longe do essencial, mas merecedor de umas quantas escutas de olhos fechados em nome da divagação. Uma vez mais, do Japão com amor. Nós agradecemos.
Rafael SantosWalking In The Naked City não difere no essencial do disco anterior. Nem se esperaria tal perante um “pintor-sónico” nipónico que, desde os primeiros dias de dedicação a esta arte, nada mais desejou que o poder da escrita criativa na primeira pessoa. O que realmente destoa nesta elegante paleta é a falta de vivacidade de algumas das mais recentes cores colocadas à disposição da arte final deste quadro conceptual. Mas nada que impeça verdadeiramente a concretização da imagem.
Nada aqui vai directamente para a caixa dos inúteis, mesmo que alguma redundância ocasional force a reconsideração. Mas há sempre pormenores que merecem uma perspectiva alternativa, um ângulo novo. E o que se conclui desse novo olhar sobre a matéria? O que uns quantos produtores ou músicos têm a menos, Kuniyuki Takahashi tem a mais mesmo num dia cinzento e de menor grau de inspiração: a constante criação de novos tons para jubilo de uma humanidade exausta da correria diária e em busca de um escape para a alma.
O jazz de fino recorte é um dos elementos constantes na música do japonês e é também o que mantém vivo este quadro de cuidadas pinceladas. É um jazz comedido mas muito certeiro na conjugação das diversas tipologias provenientes de diversos pontos geográficos que alicerçam parte da especulação deste apurado joguete. E é também de uma inteligente legibilidade dos sons que é possível o avistamento da noção exacta da direcção rítmica – orgânica q.b. – como suporte para o mais requintado veio melódico.
Mesmo com a falta de vivacidade tonal de outros dias e uma verve ocasionalmente chapada, a dinâmica mantém-se pulsante o suficiente para sustentar as cadências primordiais de África enquanto não deixa escapar a sempre pertinente caixa de ritmos da América Latina, reservando-se, ainda, um cuidadoso espaço nas fileiras da sua composição para o latejar da mais eloquente e serena house. Um disco longe do essencial, mas merecedor de umas quantas escutas de olhos fechados em nome da divagação. Uma vez mais, do Japão com amor. Nós agradecemos.
r_b_santos_world@hotmail.com
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