DISCOS
Blur
Think Tank
· 23 Mai 2003 · 08:00 ·
Os blur são uma das poucas bandas que parecem não querer deixar-se afundar nos pântanos do desinteresse. Os anos passam, a música altera-se, e eles não lhe perdem o rumo, chegando mesmo, e em alguns aspectos, a ocupar os lugares da frente. Atributos como inovação e criatividade fazem parte de um vasto leque de termos que lhes assentam na perfeição. Talvez por isso mesmo possam ser considerados umas das grandes bandas da década de 90 do passado século, título que se arriscam a preservar por mais alguns anos.
E se em “Blur” se desprenderam do rótulo brit-pop, em “13” e no novo “Think Tank”, Damon Albarn e companhia parecem ter enterrado (definitivamente) o estigma dos sofisticados meninos bonitos armados ao “enfant térrible” da pop britânica. Colocaram de lado a crítica aburguesada em tons de sátira social e passaram a apelar ao amor e a uma consciência política de preservação da paz. Continuam pop, é certo, e sempre com a veia punk a tilintar. Aliás, e por muito que isto custe a aceitar a alguns, os blur sempre foram aquilo que podemos classificar de pop/punk, mas sem nunca renegarem a influências tão distintas quanto a soul e a electrónica.
Se a saída de Graham Coxon deixava algumas dúvidas quanto às capacidades dos restantes elementos, essas acabam por se dissiparem após a audição de “Think Tank”. No entanto, não se deixa de reparar que o lado rítmico ganhou novo fôlego, procurando fazer esquecer as habituais deambulações sónicas a que nos vinham habituando. Mas nada é perfeito e, no fundo, esta mudança acaba por lhes conferir uma certa dose de “novidade”.
Sobre “Think Tank” podemos dizer que é um álbum típico dos blur, ou seja, pode não ser uma obra de arte genial mas também nunca é um mau disco. E se ultimamente dedicavam-se à exploração - quase até aos limites - das capacidades dos instrumentos, agora os blur parecem ter optado por uma espécie de junção entre o lado mais experimental da música com a sua concepção mais étnica, em parte fruto das últimas incursões musicais de Damon Albarn, das supostas influências da cultura marroquina e de toda a aura misteriosa que o deserto desperta naqueles que o visitam. Enfim, alguns dos condimentos adequados para a elaboração de um produto bastante apetecível.
Desde a pop de “Out of Time”, passando pelo punk de “We`ve got a file on you”, e acabando nas mais puras divagações musicais de “Jets”, o sétimo álbum de originais dos blur reúne um conjunto de grandes canções. E pouco mais se pode dizer, porque é isso mesmo que eles sabem fazer. Esperemos que continuem assim.
Jorge BaldaiaE se em “Blur” se desprenderam do rótulo brit-pop, em “13” e no novo “Think Tank”, Damon Albarn e companhia parecem ter enterrado (definitivamente) o estigma dos sofisticados meninos bonitos armados ao “enfant térrible” da pop britânica. Colocaram de lado a crítica aburguesada em tons de sátira social e passaram a apelar ao amor e a uma consciência política de preservação da paz. Continuam pop, é certo, e sempre com a veia punk a tilintar. Aliás, e por muito que isto custe a aceitar a alguns, os blur sempre foram aquilo que podemos classificar de pop/punk, mas sem nunca renegarem a influências tão distintas quanto a soul e a electrónica.
Se a saída de Graham Coxon deixava algumas dúvidas quanto às capacidades dos restantes elementos, essas acabam por se dissiparem após a audição de “Think Tank”. No entanto, não se deixa de reparar que o lado rítmico ganhou novo fôlego, procurando fazer esquecer as habituais deambulações sónicas a que nos vinham habituando. Mas nada é perfeito e, no fundo, esta mudança acaba por lhes conferir uma certa dose de “novidade”.
Sobre “Think Tank” podemos dizer que é um álbum típico dos blur, ou seja, pode não ser uma obra de arte genial mas também nunca é um mau disco. E se ultimamente dedicavam-se à exploração - quase até aos limites - das capacidades dos instrumentos, agora os blur parecem ter optado por uma espécie de junção entre o lado mais experimental da música com a sua concepção mais étnica, em parte fruto das últimas incursões musicais de Damon Albarn, das supostas influências da cultura marroquina e de toda a aura misteriosa que o deserto desperta naqueles que o visitam. Enfim, alguns dos condimentos adequados para a elaboração de um produto bastante apetecível.
Desde a pop de “Out of Time”, passando pelo punk de “We`ve got a file on you”, e acabando nas mais puras divagações musicais de “Jets”, o sétimo álbum de originais dos blur reúne um conjunto de grandes canções. E pouco mais se pode dizer, porque é isso mesmo que eles sabem fazer. Esperemos que continuem assim.
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