DISCOS
Shearwater
The Golden Archipelago
· 22 Fev 2010 · 10:02 ·
Shearwater
The Golden Archipelago
2010
Matador / Popstock
Sítios oficiais:
- Shearwater
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Até os oradores mais efusivos necessitam de recolher a casa e meditar agarrados a um copo de whisky e um piano de vez em quando.
Há muitas metáforas e imagéticas que podemos utilizar para procurar descrever a ideia que uma música nos causa. Se não queremos, ou não sabemos, explicar tudo por ritmos, compassos e harmonias, temos diversas opções. A culinária, a cinemática, a cromática, e tantas outras. Para The Golden Archipelago, a roleta da sorte aterrou na opção metereológica. Sendo assim, use-se como adjectivo para classificar o ambiente do novo disco da banda de Jonathan Meiburg e Will Sheff, o termo “Plúmbeo”. O termo que designa um céu cor de chumbo, prestes a largar hectolitros de água sobre as nossas cabeças.
Meiburg, tal como Carey “Frog Eyes” Mercer, tem jeito para político. Sabe como chegar a um pódio e declamar textos com a euforia e empenho de um potencial Capitão Ahab perante a intempérie. Mas aqui, mais do que em Rook, o excelente e épico disco anterior, utiliza em vastas partes o recolhimento, o intimismo proporcionado pelo acompanhar ao piano e/ou guitarra acústica da sua voz aguda e versátil, qual Michael Stipe de olhos cerrados e timbre alterado. Poderemos considerar estes momentos como o rescaldo ou o prólogo de um qualquer comício vital para a campanha do Partido do Arquipélago Dourado. Durante as diferentes partes do discurso/reflexão, a instrumentação serve de companhia e amplificação da expressão vocalizada, com as guitarras a carregar o ambiente, o piano a compôr o intimismo, a bateria com uso frequente do bombo por razões que, por este altura do texto, já serão óbvias, e mais xilofones, violoncelos, e outros que vão aparecendo.
Posto tudo isto, que disco temos? Um disco pop-rock repleto de boas melodias, e que pode oferecer toneladas de conforto, apesar da tal aparência pré-tempestade. Tem é um problema que o impede de ser excelente: As cordas. Simplesmente, os arranjos não estão à altura das melodias de Meiburg e Sheff, nem da restante instrumentação. Caem demasiado no óbvio e demonstram muito pouca imaginação nos cenários e melodias que compõem. Algum assessor de campanha não levou muito a sério as possibilidades do PAD, e toca de usar algum artifício para angariar votos. O melhor será manter a decoração esparsa do gabinete, e saber construír com base naquilo que forma o belo esqueleto de The Golden Archipelago.
Nuno ProençaMeiburg, tal como Carey “Frog Eyes” Mercer, tem jeito para político. Sabe como chegar a um pódio e declamar textos com a euforia e empenho de um potencial Capitão Ahab perante a intempérie. Mas aqui, mais do que em Rook, o excelente e épico disco anterior, utiliza em vastas partes o recolhimento, o intimismo proporcionado pelo acompanhar ao piano e/ou guitarra acústica da sua voz aguda e versátil, qual Michael Stipe de olhos cerrados e timbre alterado. Poderemos considerar estes momentos como o rescaldo ou o prólogo de um qualquer comício vital para a campanha do Partido do Arquipélago Dourado. Durante as diferentes partes do discurso/reflexão, a instrumentação serve de companhia e amplificação da expressão vocalizada, com as guitarras a carregar o ambiente, o piano a compôr o intimismo, a bateria com uso frequente do bombo por razões que, por este altura do texto, já serão óbvias, e mais xilofones, violoncelos, e outros que vão aparecendo.
Posto tudo isto, que disco temos? Um disco pop-rock repleto de boas melodias, e que pode oferecer toneladas de conforto, apesar da tal aparência pré-tempestade. Tem é um problema que o impede de ser excelente: As cordas. Simplesmente, os arranjos não estão à altura das melodias de Meiburg e Sheff, nem da restante instrumentação. Caem demasiado no óbvio e demonstram muito pouca imaginação nos cenários e melodias que compõem. Algum assessor de campanha não levou muito a sério as possibilidades do PAD, e toca de usar algum artifício para angariar votos. O melhor será manter a decoração esparsa do gabinete, e saber construír com base naquilo que forma o belo esqueleto de The Golden Archipelago.
nunoproenca@gmail.com
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