DISCOS
Pulseprogramming
Tulsa for One Second
· 01 Mar 2003 · 08:00 ·

Pulseprogramming
Tulsa for One Second
2003
Aesthetics
Sítios oficiais:
- Pulseprogramming
- Aesthetics
Tulsa for One Second
2003
Aesthetics
Sítios oficiais:
- Pulseprogramming
- Aesthetics

Pulseprogramming
Tulsa for One Second
2003
Aesthetics
Sítios oficiais:
- Pulseprogramming
- Aesthetics
Tulsa for One Second
2003
Aesthetics
Sítios oficiais:
- Pulseprogramming
- Aesthetics
Pulseprogramming começou por ser uma aventura semelhante a algumas outras de Joel Kriske e Marck Hellner que já haviam sido experimentadas em bandas ‘de garagem’ nos tempos de escola. Passaram-se alguns anos desde esses projectos, ainda no formato tradicional pop/rock, e na segunda metade da década de 90 em Oregon (Portland) era então formada a banda (que depois evoluiu para uma componente multimédia) com mais projecção e reconhecimento que a dupla teve até ao momento. Aos poucos foi crescendo, e uma série de outros artistas juntaram-se ao projecto. A Joel e Marck acresceu o realizador Eric Johnson, os directores de arte Hans Seeger e John Schacter e o poeta Joel Craig: estava criado um dos projectos mais interessantes da actualidade. Em 1999 assinam pela Aesthetics e aos poucos vão-se tornando uma das faces mais visíveis daquela editora de Chicago (ao lado de L’Altra, Windsor for the Derby ou Hood). O disco homónimo desse ano era já indicador de uma emergente afinidade pelas electrónicas (ainda de ambientes) e um nome ia desde longo deixando pistas sobre a identidade dos Pulseprogramming: Brian Eno (não deixou para todos...?).
Acerca da música de “Tulsa For One Second” Philip Raffaele disse: “It is substance. It says something. It means something.” E na verdade assim é. Os Pulseprogramming criaram em 2003 um disco com uma capacidade de expressão em órbitas electrónicas extraordinária. E é essa capacidade arbitrária de por a canção ao serviço das electrónicas (como muitas outras bandas actualmente fazem, algumas com pouco sentido de arranjo, é certo) que conjugada com a poesia de Craig faz da música de Pulseprogramming algo de verdadeiramente irradiante ou desconcertante. Os extremos tocam-se. Porque não aposta na simples emulação de fórmulas, porque não se perde em ecos equitativos rumo ao ilimitado ou, ao invés, porque sabe ser interposição, porque “diz e significa alguma coisa”, porque sabe ser criativo ao mesmo tempo que inovador.
As batidas minimais decretam o desenrolar do disco, assumindo nele um papel capital. Algumas características dos álbuns anteriores ainda se mantêm, mas a toada geral aponta para ambientes mais produzidos, próximos daqueles que editoras como Morr Music (e tudo o que gira em seu torno) praticam. A energia é dominante, embora alguns temas se aproximem mais de uma forma melancólica característica de alguma da música mais orgânica da Aesthetics. As vozes apontam para algo muito comum hoje em dia: a parecença com as máquinas. Não fosse por momentos o irromper da belíssima voz de Lindsay Anderson, e dir-se-ia que eram feitas digitalmente. Mesmo assim, andam muito distantes do que as bandas ‘revival’ da pop electrónica de 80 fazem actualmente. Para melhor. As musicas instrumentais andam muito adjacentes do disco de 1999 “Pulseprogramming” e “são airosas, deixando a mente em paz num mundo caótico como o actual”. A excepção aos sons com características electrónicas encontra-se na faixa escondida, sendo esta próxima de ambientes para crianças, onde ruídos vaporosos se misturam com um som que parece o do xilofone. Muito próximo do que os múm fazem, é um dos momentos mais afectuosos de todo o disco.
O que acompanha o CD está ao nível de tudo o resto. A caixa é um interessante modelo de montagem (que pode formar uma casa) pensado e desenhado por Hans Seeger. O vídeo que acompanha o disco, da autoria de Eric Johnson, aposta nas formas e nas sombras, estabelecendo assim um decisivo contributo para a definição do som de “Don’t Swell Up Your Pocket”.
Tiago GonçalvesAcerca da música de “Tulsa For One Second” Philip Raffaele disse: “It is substance. It says something. It means something.” E na verdade assim é. Os Pulseprogramming criaram em 2003 um disco com uma capacidade de expressão em órbitas electrónicas extraordinária. E é essa capacidade arbitrária de por a canção ao serviço das electrónicas (como muitas outras bandas actualmente fazem, algumas com pouco sentido de arranjo, é certo) que conjugada com a poesia de Craig faz da música de Pulseprogramming algo de verdadeiramente irradiante ou desconcertante. Os extremos tocam-se. Porque não aposta na simples emulação de fórmulas, porque não se perde em ecos equitativos rumo ao ilimitado ou, ao invés, porque sabe ser interposição, porque “diz e significa alguma coisa”, porque sabe ser criativo ao mesmo tempo que inovador.
As batidas minimais decretam o desenrolar do disco, assumindo nele um papel capital. Algumas características dos álbuns anteriores ainda se mantêm, mas a toada geral aponta para ambientes mais produzidos, próximos daqueles que editoras como Morr Music (e tudo o que gira em seu torno) praticam. A energia é dominante, embora alguns temas se aproximem mais de uma forma melancólica característica de alguma da música mais orgânica da Aesthetics. As vozes apontam para algo muito comum hoje em dia: a parecença com as máquinas. Não fosse por momentos o irromper da belíssima voz de Lindsay Anderson, e dir-se-ia que eram feitas digitalmente. Mesmo assim, andam muito distantes do que as bandas ‘revival’ da pop electrónica de 80 fazem actualmente. Para melhor. As musicas instrumentais andam muito adjacentes do disco de 1999 “Pulseprogramming” e “são airosas, deixando a mente em paz num mundo caótico como o actual”. A excepção aos sons com características electrónicas encontra-se na faixa escondida, sendo esta próxima de ambientes para crianças, onde ruídos vaporosos se misturam com um som que parece o do xilofone. Muito próximo do que os múm fazem, é um dos momentos mais afectuosos de todo o disco.
O que acompanha o CD está ao nível de tudo o resto. A caixa é um interessante modelo de montagem (que pode formar uma casa) pensado e desenhado por Hans Seeger. O vídeo que acompanha o disco, da autoria de Eric Johnson, aposta nas formas e nas sombras, estabelecendo assim um decisivo contributo para a definição do som de “Don’t Swell Up Your Pocket”.
tgoncalves@bodyspace.net
RELACIONADO / Pulseprogramming