DISCOS
No Age
Nouns
· 30 Out 2008 · 12:22 ·

No Age
Nouns
2008
Sub Pop / Popstock
Sítios oficiais:
- No Age
- Sub Pop
- Popstock
Nouns
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Los Angeles exorciza descomplexadamente o seu passado plástico pela mão de um duo com uma vitalidade e espontaneidade que não nos deixam indiferentes.
O apresentador Conan O’ Brien, no seu popular talk-show da NBC, chegou a explorar uma rubrica votada a alguns minutos preenchidos apenas por conteúdo visual pronto a agradar determinada celebridade ou um qualquer tipo de americano. Faltam os exemplos específicos, mas é bem provável que ao comparsa de então, o anafadinho Andy Richter, tenham sido servidas imagens de pastelaria e de fast-food. Mesmo que tenham partido a loiça na loja ao lado, ao actuarem recentemente no show de Craig Ferguson na CBS, os No Age satisfizeram certamente uma fatia demográfica da América com a bem esgalhada (e revoltosa) rendição de “Eraser”(que atiça em crescendo e cumpre depois a electricidade prometida).
À boa maneira de quem caga sobre a porcelana, todavia “em grande estilo”, os No Age demonstram a versatilidade certa para agradar a Gregos e Troianos, graúdos pacientes e putos impetuosos (os que deliram com Os Goonies, os retratados no cinema de Larry Clark e Harmony Korine). Depois da compilação Weirdo Rippers, Nouns (o primeiro álbum pensado como tal) define concisamente uma bifurcação estilística, apregoando aos No Age manha e talento em abundância, tanto na montagem quase passiva de mosaicos preenchidos por feedback lamacento, quanto no impacto danoso de pequenos grandes temas inflamados por variantes rasgadas do rock e punk em convívio cego.
Não surpreende, assim, que a flexibilidade incalculável de Dean Spunt e Randy Randall estabeleça cenários tão opostos como o verificado em “Impossible Bouquet”, sanduíche de estratos permanentemente disposta a ser cortada por um grito como o de “People” de Animal Collective, e um pouco adiante na fabulosa bombinha-chinesa “Brain Burner”, uma pinocada acéfala entre riff, bateria e voz, que se baldaram colectivamente à aula do rock sério e alinhadinho. Fica a ideia de que nem todos dormiram durante o reinado Sebadoh (como tão bem recordou o colega Nuno Proença aqui).
Com tudo isto, percebe-se que os No Age de Nouns dividem-se em duas tácticas: a da contenção expectante, mais disposta a moldar o som como matéria subjectiva, e a do ataque urgente de quem não quer regressar a casa com balas no tambor. Todos ganham quando essa transição e contraste não se revelam minimamente forçados, parecendo, em vez disso, movimentos inevitáveis de um carrossel alimentado por energia-prima, sangue na guelra e (aparente) autenticidade. Enfim, tudo aquilo que faz dos No Age um nome a que é impossível resistir nestes dias tão escassos em relação a esses valores.
Miguel ArsénioÀ boa maneira de quem caga sobre a porcelana, todavia “em grande estilo”, os No Age demonstram a versatilidade certa para agradar a Gregos e Troianos, graúdos pacientes e putos impetuosos (os que deliram com Os Goonies, os retratados no cinema de Larry Clark e Harmony Korine). Depois da compilação Weirdo Rippers, Nouns (o primeiro álbum pensado como tal) define concisamente uma bifurcação estilística, apregoando aos No Age manha e talento em abundância, tanto na montagem quase passiva de mosaicos preenchidos por feedback lamacento, quanto no impacto danoso de pequenos grandes temas inflamados por variantes rasgadas do rock e punk em convívio cego.
Não surpreende, assim, que a flexibilidade incalculável de Dean Spunt e Randy Randall estabeleça cenários tão opostos como o verificado em “Impossible Bouquet”, sanduíche de estratos permanentemente disposta a ser cortada por um grito como o de “People” de Animal Collective, e um pouco adiante na fabulosa bombinha-chinesa “Brain Burner”, uma pinocada acéfala entre riff, bateria e voz, que se baldaram colectivamente à aula do rock sério e alinhadinho. Fica a ideia de que nem todos dormiram durante o reinado Sebadoh (como tão bem recordou o colega Nuno Proença aqui).
Com tudo isto, percebe-se que os No Age de Nouns dividem-se em duas tácticas: a da contenção expectante, mais disposta a moldar o som como matéria subjectiva, e a do ataque urgente de quem não quer regressar a casa com balas no tambor. Todos ganham quando essa transição e contraste não se revelam minimamente forçados, parecendo, em vez disso, movimentos inevitáveis de um carrossel alimentado por energia-prima, sangue na guelra e (aparente) autenticidade. Enfim, tudo aquilo que faz dos No Age um nome a que é impossível resistir nestes dias tão escassos em relação a esses valores.
migarsenio@yahoo.com
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