DISCOS
3EEM
Matilda
· 29 Mai 2008 · 08:00 ·
3EEM
Matilda
2007
White Label Music
Sítios oficiais:
- 3EEM
- White Label Music
Matilda
2007
White Label Music
Sítios oficiais:
- 3EEM
- White Label Music
3EEM
Matilda
2007
White Label Music
Sítios oficiais:
- 3EEM
- White Label Music
Matilda
2007
White Label Music
Sítios oficiais:
- 3EEM
- White Label Music
Miscelânea italiana de sons nocturnos nunca chega a surtir o efeito explosivo desejado.
Às vezes o cozinheiro possui até os melhores ovos, mas fracassa na confecção de uma omoleta aceitável. Verdade seja dita: os ouvidos aqui em comunicação directa com os dedos sobre o teclado haviam já conhecido resultados mais convincentes ao trio italiano 3EEM, quando há uns anos, com Essence of 3EEM, tinham avançado com uma excitante série de soluções no que respeita à desintegração gradual da repetição como modo de fazer música. Comparativamente, Matilda não desilude por completo, mas resvala em espalhafato e fraca gestão de recursos internos demasiadas vezes.
Ainda assim, uma vénia ao humor de quem promove os 3EEM por referirem, no press-release, que Matilda é tão imprevisível quanto a Serie A, o campeonato primo-divisionário de Itália, onde realmente tudo acontece (e isto sem Mourinho ter ainda assumido o comando do Inter). Há de facto a permanente ameaça de calciocaos como força que move os ânimos partilhados entre o saxofone, electrónica de intervenção, guitarra e efeitos: todos eles corrompem-se mutuamente, hostilizam-se em crescendos de agressividade ruidosa, contribuem para a mesma deformação que vai sendo sofrida pela forma e suas propriedades elásticas.
Tivessem os Morphine e os Menomena, subestimada banda de Portland, um dia (imaginário) considerado alinhar juntos num projecto mais experimental e Matilda podia ser a filha bastarda de uma semana de sessões mantidas bem longe do alcance do sol – sim, porque a característica transversal a este segundo álbum, assim como ao restante activo do trio italiano, é tudo nele transparecer ambientes nocturnos tornados mais densos pelo vício dos loops.
Contudo, a Matilda falta aquele pedaço decisivo de perícia que separa as panquecas que gozam de uma boa aterragem das outras que embatem contra o rebordo da frigideira. Como as segundas, Matilda fica com um pé dentro e outro fora da zona fervente que se quer como poiso para um disco que faz do derrame de rasgos de improviso e electrónica virulenta as suas bandeiras.
Miguel ArsénioAinda assim, uma vénia ao humor de quem promove os 3EEM por referirem, no press-release, que Matilda é tão imprevisível quanto a Serie A, o campeonato primo-divisionário de Itália, onde realmente tudo acontece (e isto sem Mourinho ter ainda assumido o comando do Inter). Há de facto a permanente ameaça de calciocaos como força que move os ânimos partilhados entre o saxofone, electrónica de intervenção, guitarra e efeitos: todos eles corrompem-se mutuamente, hostilizam-se em crescendos de agressividade ruidosa, contribuem para a mesma deformação que vai sendo sofrida pela forma e suas propriedades elásticas.
Tivessem os Morphine e os Menomena, subestimada banda de Portland, um dia (imaginário) considerado alinhar juntos num projecto mais experimental e Matilda podia ser a filha bastarda de uma semana de sessões mantidas bem longe do alcance do sol – sim, porque a característica transversal a este segundo álbum, assim como ao restante activo do trio italiano, é tudo nele transparecer ambientes nocturnos tornados mais densos pelo vício dos loops.
Contudo, a Matilda falta aquele pedaço decisivo de perícia que separa as panquecas que gozam de uma boa aterragem das outras que embatem contra o rebordo da frigideira. Como as segundas, Matilda fica com um pé dentro e outro fora da zona fervente que se quer como poiso para um disco que faz do derrame de rasgos de improviso e electrónica virulenta as suas bandeiras.
migarsenio@yahoo.com
RELACIONADO / 3EEM