DISCOS
To Rococo Rot
ABC123
· 23 Abr 2008 · 08:00 ·
To Rococo Rot
ABC123
2007
Domino / Edel
Sítios oficiais:
- To Rococo Rot
- Domino
ABC123
2007
Domino / Edel
Sítios oficiais:
- To Rococo Rot
- Domino
To Rococo Rot
ABC123
2007
Domino / Edel
Sítios oficiais:
- To Rococo Rot
- Domino
ABC123
2007
Domino / Edel
Sítios oficiais:
- To Rococo Rot
- Domino
Num mini-álbum certeiro, os To Rococo Rot brincam com os números, as letras e a Helvetica. O Avô Cantigas não faria melhor.
Para um disco que celebra os 50 anos da Helvetica, os To Rococo Rot quiseram por de parte algumas opções do passado recente. Quer isto dizer que deixaram para trás a bateria e o baixo e basearam-se sobretudo no trabalho ao computador (e num Yamaha vss30). Hotel Morgen, editado em 2004, tornou-se desde logo distante – obrigatoriamente distante. Mas as opções decisivas não ficaram por aqui. Quis o trio germânico ainda fazer deste abc123 (imaginar por favor em Helvetica) um disco compacto, de tamanho reduzido. O novo disco dos To Rococo Rot, que é na verdade um mini-álbum, fica-se nos 19 minutos e 51 segundos. Com o desenrolar deste abc123 a opção acaba por se provar vencedora – ao ponto de se ficar à espera de uma sequela.
abc123 é um disco de profunda coesão estética. Os sons que aqui se concentram são maioritariamente da mesma família. Mesmo quando se ousa sair da árvore genealógica, os “convidados” são caras conhecidas, familiares. Estes To Rococo Rot apostaram neste processo e sentiram que seria tudo o necessário para que este álbum valesse por si em menos de 20 minutos – e estavam certos. E o processo envolveu mais do que a simples criação; Stefan Schneider serviu-se do computador para gerar um sistema de interacção entre homem e máquina que envolve letras do abecedário e alguma aleatoriedade. Talvez seja por isso que abc123 exibe sempre uma certa imprevisibilidade ao longo dos seus oito episódios.
“Frietag”, a abrir, é claro exemplo do sucesso de abc123, no cruzamento e confluência de coordenadas. O movimento vai-se gerando de uma forma pouco óbvia e denunciada; quase sem que se dê por isso. De forma subtil, como acontece aliás em todo o disco, os To Rococo Rot são complexos mesmo quando são minimalistas, calorosos mesmo quando optam por tons frios, melodiosos mesmo quando mostram faces ásperas, sexys mesmo quando soam maquinais. O novo disco, já anunciado para breve, deverá continuar a explorar estes maravilhosos imprevistos musicais.
André Gomesabc123 é um disco de profunda coesão estética. Os sons que aqui se concentram são maioritariamente da mesma família. Mesmo quando se ousa sair da árvore genealógica, os “convidados” são caras conhecidas, familiares. Estes To Rococo Rot apostaram neste processo e sentiram que seria tudo o necessário para que este álbum valesse por si em menos de 20 minutos – e estavam certos. E o processo envolveu mais do que a simples criação; Stefan Schneider serviu-se do computador para gerar um sistema de interacção entre homem e máquina que envolve letras do abecedário e alguma aleatoriedade. Talvez seja por isso que abc123 exibe sempre uma certa imprevisibilidade ao longo dos seus oito episódios.
“Frietag”, a abrir, é claro exemplo do sucesso de abc123, no cruzamento e confluência de coordenadas. O movimento vai-se gerando de uma forma pouco óbvia e denunciada; quase sem que se dê por isso. De forma subtil, como acontece aliás em todo o disco, os To Rococo Rot são complexos mesmo quando são minimalistas, calorosos mesmo quando optam por tons frios, melodiosos mesmo quando mostram faces ásperas, sexys mesmo quando soam maquinais. O novo disco, já anunciado para breve, deverá continuar a explorar estes maravilhosos imprevistos musicais.
andregomes@bodyspace.net
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