Depois de ter lançado 3 álbuns enquanto ainda fazia parte do grupo Til Tusday, Aimee Mann resolveu embarcar numa carreira a solo, tendo em 1993 aparecido o seu 1º álbum “Whatever”. Em 1995 Mann regressou à cena musical com um tema que fez parte da ‘banda sonora’ da série televisiva Melrose Place. Após alguns problemas com a editora da qual fazia parte na altura, conseguiu se libertar dela e lançar o seu segundo álbum, “I’m Whit Stupid”, que teve criticas bastante positivas, mas digamos que o mesmo não se manifestou em termos de vendas. Em 2000 surge o novo trabalho da cantora “Bachelor nº2”.

Seguiu-se então o tão esperado “sucesso” com um dos temas (Save Me) que ela criou para a banda sonora do filme Magnolia.E assim chegamos, em 2002, ao mais recente álbum de Aimee Mann – Lost in Space.

Ao longo de “Lost in Space” conseguimo-nos aperceber da vocação de Mann para contar histórias, mostrando o arrependimento ou a sabedoria que se podem ir adquirindo com a experiência de vida. Com uma textura musical especial este álbum consegue criar um ambiente sensual, especialmente através do calor da voz de Aimee.

Os temas mais marcantes deste álbum de espírito outonal falam-nos de alienação e, muitas vezes, de vícios (sejam eles físicos, espirituais ou até mesmo metafóricos!). Fazem-se trocadilhos com o ser a heroína de alguém (será que se trata do ídolo ou do vício?)... Procura-se a salvação da alma... fala-se da experiência de vida...

Alguns dos temas passaram por um tratamento electrónico (talvez demasiado subtil, ao contrário do que seria necessário para criar os contrastes que dariam vida onde apenas se encontra melancolia). Se tivesse que definir o álbum apenas numa frase, provavelmente seria ‘ouvindo a beleza da depressão encontramos a melancolia do mundo’.

Muitas vezes ficamos com a sensação de já ter ouvido estes temas cantados anteriormente por Mann. Tal não é a sensação de familiaridade que surge nas melodias e letras das musicas de Lost in Space. E, se é verdade que isto tem um lado positivo que é o de termos uma certa sensação de conforto ao ouvir a música de Aimee Mann, por outro lado, falta o factor ‘novidade’, falta a frescura de novos temas, a surpresa de novas sonoridades que cativem ou impressionem.

Depois do sucesso que o tema “Save Me” obteve, bem como outros trabalhos de Aimee Mann, esperava-se um pouco mais deste seu novo trabalho. No entanto, não se pode dizer que este seja uma desilusão porque basta a beleza da voz de Aimee para nos sentirmos aconchegados a ouvir o álbum.