DISCOS
Theo Parrish
Sound Sculptures Vol. 1
· 02 Jan 2008 · 08:00 ·

Theo Parrish
Sound Sculptures Vol. 1
2007
Sound Signature
Sound Sculptures Vol. 1
2007
Sound Signature

Theo Parrish
Sound Sculptures Vol. 1
2007
Sound Signature
Sound Sculptures Vol. 1
2007
Sound Signature
Theo Parrish, um dos poucos escultores sonoros do house actual capaz de devolver clarividência no processo de perversão da matriz tradicional da música afro-americana. Génio?
O tempo nunca empobreceu a qualidade. Nem desvirtuou o génio comprovado de quem se mantém à sombra do previsível mercado sôfrego. Por isso mesmo, e por mais tarde que se descubra a obra, os valores conservados em vinagreta desde o primeiro dia destapam-se e revelam-se inspiradores para a eternidade.
Apesar dos balanços de 2007 estarem encerrados para sempre, haverá sempre espaço na década para abraçar uma discreta obra maior que viu a luz do dia – no meio do ano 2007 – num formato pouco acessível às grandes massas: o vinil. Falo, pois, de Sound Sculptures do reservado produtor de Detroit Theo Parrish. Reservado, talvez algo misterioso, Theo tem se revelado, tal como Omar-S ou Moodymann, uma coluna vertebral do mais ecléctico house e techno esculpido nesta década
O som minimal algo rústico que carrega a responsabilidade dos princípios elementares das velhas escolas house e soul de Chicago, a inovação impulsiva do techno da sua terra natal e a aura de sabedoria – cultural – jazz capaz transformar a matéria numa espessa massa sonora dançável, revela técnicas de produção inteligentemente competentes para permitir a perversão da matriz e identidade afro-americana sem que para isso se se comprometa a sua essência fundamental.
E será uma vez mais isso que detectamos no inconfundível som de Theo Parrish, uma perversa capacidade de entender a tradição das linguagens da cultura negra norte-americana num universo sonoro em constante expansão. Só assim se entenderá como a alma de DJ Pierre em 87 resida na estrutura elementar e minimal do pós-acid-house de “Synethic Flemm” e simultaneamente se evoque no mesmo disco as divas da mais tradicional soul-jazz de Chicago numa rude aproximação ao clássico garage-house de 80 ("Second Chances") ou ainda a experiência obliqua, repetitiva e filtrada da disco-soul intemporal que escutamos em "The Rink".
Tal como 3Chairs 3, Natural Aspirations ou Black Mahogani, Sound Sculptures Vol. 1 de Theo Parrish inscreve a sua marca de autor na galeria de discos essenciais do house desta década. Mesmo quando é autor ou co-autor (exceptuando Black Mahogani de Moodymann) de metade desse mesmos discos. Um génio sem limites é o que no mínimo se pode entender.
Rafael SantosApesar dos balanços de 2007 estarem encerrados para sempre, haverá sempre espaço na década para abraçar uma discreta obra maior que viu a luz do dia – no meio do ano 2007 – num formato pouco acessível às grandes massas: o vinil. Falo, pois, de Sound Sculptures do reservado produtor de Detroit Theo Parrish. Reservado, talvez algo misterioso, Theo tem se revelado, tal como Omar-S ou Moodymann, uma coluna vertebral do mais ecléctico house e techno esculpido nesta década
O som minimal algo rústico que carrega a responsabilidade dos princípios elementares das velhas escolas house e soul de Chicago, a inovação impulsiva do techno da sua terra natal e a aura de sabedoria – cultural – jazz capaz transformar a matéria numa espessa massa sonora dançável, revela técnicas de produção inteligentemente competentes para permitir a perversão da matriz e identidade afro-americana sem que para isso se se comprometa a sua essência fundamental.
E será uma vez mais isso que detectamos no inconfundível som de Theo Parrish, uma perversa capacidade de entender a tradição das linguagens da cultura negra norte-americana num universo sonoro em constante expansão. Só assim se entenderá como a alma de DJ Pierre em 87 resida na estrutura elementar e minimal do pós-acid-house de “Synethic Flemm” e simultaneamente se evoque no mesmo disco as divas da mais tradicional soul-jazz de Chicago numa rude aproximação ao clássico garage-house de 80 ("Second Chances") ou ainda a experiência obliqua, repetitiva e filtrada da disco-soul intemporal que escutamos em "The Rink".
Tal como 3Chairs 3, Natural Aspirations ou Black Mahogani, Sound Sculptures Vol. 1 de Theo Parrish inscreve a sua marca de autor na galeria de discos essenciais do house desta década. Mesmo quando é autor ou co-autor (exceptuando Black Mahogani de Moodymann) de metade desse mesmos discos. Um génio sem limites é o que no mínimo se pode entender.
r_b_santos_world@hotmail.com
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