Os melhores momentos de 2012
· 06 Dez 2012 · 18:30 ·
© Sofia Miranda
 
Momentos há muitos. A Jessy Ware diz que são “Wildest Moments”, o John Mellencamp fala em “Weakest Moments”, os Misfits alertam para os “Hybrid Moments” e Perry Como assobiava com “Magic Moments”. Todos têm momentos e nós temos os nossos. São essencialmente musicais mas podem até ser pouco ou nada. Porque basicamente são nossos e fazemos com eles aquilo que bem nos apetece. Pode parecer fútil, mas os nossos momentos do ano são sobretudo uma altura para medir o pulso ao que se vai fazendo neste país – musical ou não musicalmente – e de colocar um ou outro tópico para discussão na praça pública. É uma forma de resumir o ano que agora se aproxima do fim e ainda de lançar desejos escondidos para o ano que aí vem. André Gomes


ALEXANDRA JOÃO MARTINS




  1. Décimo aniversário da Bodyspace (é quase da minha idade) e a minha estreia.
  2. Connan Mockasin, Alt-J e Shangaan Electro no Milhões de Festa, por motivos demasiado óbvios.
  3. Japandroids em Paredes de Coura, bem regado a todos os níveis.
  4. Norberto Lobo no Passos Manuel.
  5. Primavera Sound no Porto. Por si só, por Black Lips, por Kings of Convenience, por Yo La Tengo, por Sleepy Sun (a chuva ajuda sempre) e por conhecer o pessoal da internet.
  6. Redescobrir a música popular brasileira ou descobrir a nova electrónica francesa na cave de um bar em Barcelos com a melhor companhia (depois digam que não sou simpática).
  7. Tours europeias de Aspen, The Glockenwise e Black Bombaim e continuação da publicação do Rock Rola em Barcelos, mesmo quando os tempos não ajudam.
  8. Nascimento da Noir et Blanc, promotora barcelense.
  9. O meu irmão ter comprado um teclado.
  10. Vítor Pereira em CampeõesAllez. (Provavelmente, Father John Misty em Vila do Conde).

ANA PATRÍCIA SILVA




  1. A Capicua, em disco ou ao vivo. Encontrei finalmente alguém que fala a minha linguagem.
  2. Começar o ano a vender parte da colecção de discos (por falta de espaço/dinheiro) / Acabar o ano com a morte definitiva do meu disco rígido. Parte de mim também deve ter morrido algures por aí.
  3. Podia ter passado o ano todo só a ouvir musica portuguesa e não teria sido infeliz.
  4. Ter editoras tão boas e tão diferentes entre si (Príncipe, Terrain Ahead, Monster Jinx, Lovers & Lollypops, PAD, Discotexas, Enchufada, Cafetra, Meifumado, etc.) num país em que aparentemente tudo cada vez mais "é só merda", não é só um luxo, é também uma necessidade.
  5. Deixar de odiar operadoras de telemóvel menos um bocadinho, pelas coisas boas que a Optimus Discos tem feito pela música portuguesa (mas os anúncios de telemóveis continuam a ser uma merda).
  6. Se ficar a pensar em todas músicas incríveis que ouvi uma vez e depois lhes perdi o rasto pelo YouTube, Soundcloud e rádios online, sou capaz de avariar de vez.
  7. Encontrar na k-pop o que tem faltado à maioria da pop ocidental: tomates, ambição, vitalidade e conseguir fugir de tudo o que de mau David Guetta trouxe a este mundo.
  8. Não são de 2012, mas também foram o meu 2012: Boy in da Corner do Dizzee Rascal é cada vez mais um dos melhores discos de sempre; Passar o ano a devorar todas as canções e featurings da Katy B porque nunca se presta atenção suficiente à Katy B; Ouvir o que quer que seja cantado pela Billie Holiday é o melhor alento para as noites de insónias; Sempre que acabo uma maratona a ouvir as Supremes sinto que já posso morrer feliz; Ruff Sqwad Ruff Sqwad Ruff Sqwad, voltei a 2005 e ainda nem tenho a compilação nova nas minhas mãos.
  9. Não é estranho passar várias horas seguidas a ouvir uma única canção em repeat. Sobretudo se essa canção for a "Do You Mind" de Paleface (remistura dos Crazy Cousins, versão de 7 minutos), "Keep The Streets Empty" de Fever Ray, "Get Free" dos Major Lazer, "Untouchable" das Girls Aloud, "Touch Me" do Rui da Silva ou a "Heartbeat" da Annie.
  10. Coisas que a vida me ensinou em 2012: Fazer tops e dar notas a discos dói cada vez mais; O silêncio sabe cada vez melhor; Não confiar em pessoas que dizem que só gostam de uma canção de r&b (e só por causa de um sample) ou que só gostam de r&b-para-pessoas-que-não-gostam-de-r&b; Ouvir The Smiths pela primeira vez com alguém depois de anos de adolescência a ouvi-los sozinha = erro crasso, nunca mais repetir; Pessoas adultas com guilty pleasures é algo totalmente patético.

ANDRÉ GOMES



  1. Ver esta casa chegar ao seu 10º aniversário contra todas as probabilidades - e mais alguma. Celebrá-lo com a mesma independência do primeiro dia.
  2. Fechar este ano de celebração com o momento altíssimo que foi ver a compilação "10 anos Bodyspace" chegar às lojas com o selo da Optimus Discos e o carimbo de Henrique Amaro. Não foi fácil transformar o sonho em realidade mas o resultado final é motivo de orgulho.
  3. Os concertos com marca Bodyspace: mais um ano de BODYSPACE AU LAIT, o regresso ao Serralves em Festa, a Trem Azul, o Lounge, o Maus Hábitos, o Passos Manuel, Cerveira, a Capital Europeia da Cultura, a D'Bandada Optimus.
  4. O novo site do Bodyspace: mais bonito, mais user friendly, com uma montra recheada e em constante redecoração.
  5. Os mais de 50 episódios da Videoteca Bodyspace publicados durante este ano.
  6. Entrar num buraco malcheiroso de Londres, dar com Orchestra of Spheres e levar com uma chapada australiana em toda a sua glória. Kraut, rock psicadélico, áfrica e muita bizarria. Há muito tempo que um concerto não deixava tamanho rasto de surpresa.
  7. O Primavera Sound no Porto e o testemunhar de mais um momento decisivo na viragem cultural e cosmopolita de uma cidade que esteve demasiado tempo adormecida. Concertos brilhantes de Dirty Three e Thee Oh Sees.
  8. A chegada à cidade do Porto de um novo festival, o Vodafone Mexefest, e a confirmação pessoal de um outro, o Amplifest, cada vez mais amplo nas suas opções.
  9. A título pessoal, uma certa aproximação a uma certa música de dança, reflectida aliás no consumo anual de música e na lista de melhores discos do ano, o que conduziu também ao derrube de algumas barreiras estilísticas.
  10. As amizades feitas na, da, com e a partir da música.

GUSTAVO SAMPAIO




  1. o advento de Willis Earl Beal, blues descarnado e visceral, para acreditarmos renovadamente no poder imaginativo da espontaneidade;
  2. a descoberta de talentos imensos no feminino, sobretudo Julia Holter e Laurel Halo, ou a confirmação em dose dupla de Maria Minerva, a solo e com os LA Vampires;
  3. o showcase da Brainfeeder no Sónar 2012, uma das editoras mais estimulantes do momento, fruto do génio de Steve Ellison; 
  4. a programação regular de espaços como o Teatro Maria Matos, Musicbox e Galeria ZDB, boas alternativas à psicose dos festivais;
  5. The Pyramids no Lux, THEESatisfaction na ZDB, Alva Noto no Maria Matos, entre outros concertos memoráveis;
  6. a profusão de reedições de discos essenciais e/ou injustamente obscurecidos, sintoma de uma "retromania" como escape à crise económica e de ideias;
  7. o melhor cinema português da última década: "Tabu" de Miguel Gomes e "É na Terra Não É na Lua" de Gonçalo Tocha;
  8. livros sobre a era da ansiedade, encimados por "O Mundo de Soma Zero" de Gideon Rachman;
  9. a série televisiva "Boardwalk Empire" da HBO;
  10. "Civilization" de Niall Ferguson: o livro, a série televisiva, a conferência TED.

BRUNO SILVA



  1. Noites Príncipe no Music Box. Alguma da música mais vital e urgente a acontecer aqui e agora. Saltando barreiras periféricas até um lugar privilegiado no coração de Lisboa em festas de energia anímica e física totalizante.
  2. O estado geral de alguma electrónica feita em Portugal com os pés em movimento livre, o coração no batimento certo e a mente a vaguear por todo o lado.
  3. Constatar a persistência da vontade de gente – músicos, editoras, promotores ou entusiastas – em fazer acontecer algo, em contracorrente com o desalento geral do país. Manobras essenciais a terem lugar nos mais variados espaços e com o fervor necessário que todas estas andanças pedem. Imunes a compassos de espera analíticos de efeito retardador e alimentadas pela visão e humildade de quem simplesmente não está para ficar sentado no sofá a aguardar por melhores dias. Um microcosmos emancipador de entrega e pureza, em todas as frentes.
  4. A premência absoluta de algumas reedições : Ram do Paul e da Linda McCartney, Flux do Robert Turman, as Basement Cuts da Clone, as escavações da Tompkins Square, One Plus One dos Harry Pussy e White Label Classics dos Ruff Sqwad, apesar de ainda não o ter nas minhas mãos.
  5. O passado a assombrar 2012 por via de Harry Tausig, Steely Dan, 20 Jazz Funk Greats dos Throbbing Gristle, I Hear a New World do Joe Meek, “Papua New Guinea” de FSOL, os Radio Documentaries do Glenn Gould, Carlton, Jane Siberry, o Grime pré-2007 - abençoado regresso do Grime Tapes -, as bandas sonoras do Blue Sunshine e do Last House on Dead End Street, a chegada tardia a alguma da melhor música brasileira que sempre me tinha passado ao lado, os Byrds e o Prince, sempre.
  6. Sem muita cabeça, tempo e disposição para ouvir sets e mixes como – provavelmente – deveria, foram mesmo algumas Essential Mixes clássicas para a BBC que rodaram com mais frequência : Carl Craig, Smith & Mighty, Photek e Basement Jaxx à cabeça.
  7. Sem muita cabeça, tempo e disposição para ouvir música nova como em outros anos. Como tal, o Dancehall passou-me quase totalmente ao lado apesar de óptimos riddims como “Hot Water”, “Riva Stone” ou “Tun Up Tun Up”. A mesma ignorância generalizada perante a UKG e músicas tangentes made in UK.
  8. Concertos para a memória : The Fish e Kevin Drumm no OUT.FEST, Filipe Felizardo na Trem Azul, Charlemagne Palestine na inauguração d'O Novo Ofício no Museu Berardo, James Ferraro no Kolovrat, Nate Young na ZDB, Gabriel Ferrandini na Flausina.
  9. Conversar sobre música no seio daqueles que gostamos e respeitamos a ser cada vez mais a única maneira de o fazer sem estar sujeito ao lixo virtual de expressões como “tudo merda”, “NQS” e demais parafernália de memes estupidificantes.
  10. Obsessões cinematográficas como há muito não tinha : Southland Tales como o mais magnânimo desastre deste século. Precisaria de demasiado espaço para conseguir convergir o porquê de o achar brilhante - a ambição, o cruzamento de referências, o elenco, os falhanços, a desumanização, etc - mas digamos que o espectro é quase Pynchoniano. As inúmeras leituras possíveis e impossíveis ao The Shining, em parte motivadas pelo esforços continuados do John Fell Ryan em decifrar este enigma irresoluto. The Conversation alguns anos depois a fazer ainda mais sentido.

HUGO ROCHA PEREIRA



  1. B - Rancid no Razzmatazz. A rapidinha até Barcelona resultou numas férias lol cost e num dos mais suados concertos da minha vida, recheado de hinos como “Time Bomb” ou “Ruby Soho”;
  2. O - Black Bombaim na Zé dos Bois. Ao início ouve-se "Tira o capuz da cabeça, ó idiota!!" - imagem de marca, primeira fila -, depois os barcelenses rebentam com tudo, taking no hostages: para o comprovar, quando as luzes se acendem uma punk jaz junto ao palco, ainda pintado de fresco com vomitado;
  3. D - The Men na Zé dos Bois. Os homens (e uma mulher-baixista, na verdade) misturaram as guitarras e fuzz com punk para fazer cabeças e corpos rolarem no aquário;
  4. 1 - Antestreia do filme Calor e Moscas. As rocambolescas desventuras dum injustiçado talento musical lusitano incluem participações especiais de Victor Gomes (dos Gatos Negros), Jorge Cruz ou Fernando Cunha aka o Steven Seagal português;
  5. 0 - Refused no Alive. Apesar de alguma histeria hipster em redor do regresso dos autores de The Shape of Punk to Come, os suecos lembraram como o hardcore (seja ou não misturado com techno e spoken word) pode incendiar massas;
  6. S - Tricky no Alive. Negrume narcótico e celebração, especialmente em momentos como "Ace of Spades", em que o palco foi partilhado com dezenas de fãs;
  7. P - Entrar no universo dos Clockwork Boys (há um bom tempo que não via uma banda punk tuga com tamanho carisma), primeiro por via dos vídeos à prova de censura no YouTube, depois pela curta A Vida Ruim de Marion Cobretti, na Feira Laica (inclui golden shower), e finalmente pela audição dos discos;
  8. A - Halloween no Misty Fest. Se até pouco antes de as luzes se apagarem parecia que o São Jorge ia estar meio-vazio, a sala compôs-se para uma noite em que a Bruxa enfeitiçou os presentes com um arsenal pesado de rimas e batidas;
  9. C - B Fachada no Misty Fest. Após o semi-falhanço do karaoke criôlo no Alive, uma noite cheia de magia em Sintra, com momentos de tirar o fôlego e merecidas ovações;
  10. E - Cancelamento da participação portuguesa no Festival da Eurovisão. A austeridade afinal tem alguns aspectos positivos / assim não nos arriscamos a levar com uma representação do João Só ou dos Amor Electro.

NUNO CATARINO


Evan Parker na residência artística X-Jazz 
 
  1. Passar uma semana no meio das montanhas, na companhia do gigante Evan Parker e vinte músicos e artistas (e amigos). Uma residência artística em Pedrogão Pequeno, promovida pelo X-Jazz, que se confirmou como experiência inesquecível.
  2. Primavera Sound no Porto, ou a eterna adolescência: Yo La Tengo, Wilco, Jeff Mangum, The XX, Rafael Toral, The Weeknd, Beach House, Kings of Convenience, etc, etc. 
  3. As celebrações do décimo aniversário Bodyspace, especialmente as festas na Trem Azul e a compilação Optimus Discos.
  4. O Jazz em Agosto 2012, que mais uma vez se confirmou como o mais importante festival português – destaque para o duo perfeito de Marilyn Crispell & Gerry Hemingway.
  5. Peter Brötzmann na ZDB: há um fogo que nunca se apaga.
  6. O festival 12 Points, evento que promove o jovem jazz europeu, que fez da Casa da Música a minha própria casa, durante quatro dias.
  7. Ver os frenéticos Klezmatics na belíssima Union Chapel, logo após a assistir um jogo do grande QPR na Premier League (COME ON YOU R's!).
  8. Regressar ao festival jazz de Guimarães, no ano em que se celebrou a Capital Europeia da Cultura.
  9. Péssima notícia: o final da edição física da revista jazz.pt, foi um prazer ter colaborado ao longo destes seis anos; e a esperança da nova vida na web em 2013.
  10. "I want to ride my bicycle": pedalar diariamente pela cidade, enfrentando o trânsito; pedalar mais de duzentos quilómetros, atravessando o Minho e a Galiza, no Verão; novas lojas e cafés bike-friendly espalhados pela cidade; apaixonar-me pela bicicleta mais bonita do mundo (tudo isto é música para os meus ouvidos).

NUNO LEAL




  1. Uma década de Bodyspace.net é obra por isso teve uma obra à altura, em forma de compilação.
  2. A palavra Troika repetida 22 122 344 vezes aproximadamente.
  3. A palavra Crise repetida 59 600 001 vezes infelizmente.
  4. Um bilião de views incompreensíveis no youtube para o Gangnam Style do coreano PSY.
  5. Yes you CAN. Novas músicas, escondidas há décadas, abençoadas Lost Tapes
  6. O ano da supresa italiana, nada mais nada menos que canções chillwave do tempo em que ainda nenhum hipster era nascido: há quase 40 anos atrás. Ouvir para crer a compilação dos Sensation’s Fix. E há muito mais para ouvir. Depois do krautrock, do japrock falta um pizzarocksampler caro sr. Julian Cope.
  7. O ano em que passei a respeitar o único Beatle com o qual não simpatizava, tudo graças ao soberbo Ram. de Paul e Linda McCartney.
  8. O ano da descoberta das cassetes míticas dos Cleaners from Venus.
  9. Mais um FMM em Sines. Inesquecíveis momentos ao vivo com Oumou Sangaré e Béla Fleck, Imperial Tiger Orchestra com Hamelmal Abate, e Shangaan Electro.
  10. O ano em que o mundo acaba (se está ler isto e ainda faltam uns dias para 21 de Dezembro eh pá, vejam o Melancolia do Trier para acalmar... não, não vejam, estou só a brincar. Se já passou 21/12/12 eh pá um grande YEEEEEEEEEEEEEEEEAAAAAAHHH).

PAULO CECÍLIO


Local onde se realizam alguns dos melhores recitais do mundo.
 
  1. Ainda cá estar e colaborar em ainda mais sítios. Deve ser porque sou bonito, rico e escrevo bem sobre música. Ou talvez não.
  2. O Milhões de Festa, que melhora de ano para ano. À falta de um melhor termo: sdds. Sdds, também, da minha t-shirt dos Neu!; pede-se à alma que a levou que ma devolva encarecidamente. E ainda: arruinar uma entrevista arruinada à partida. El Perro Del Mar é hoje para mim algo de inexistente.
  3. O Amplifest, que é como quem diz, perder a virgindade no que toca a eventos da Amplificasom. Cinco dias passados no maravilhoso Porto para relembrar uma e outra vez.
  4. O Sonicblast, em Moledo do Minho, por causa do Morrissey, do Zé Pedro e do gin.
  5. Escrever press releases para os SAUR. Escrever press releases para a malta da Coronado. Escrever biografias para o RA. No final de tudo isto receber um beijinho em directo. Adoro-vos a todos sem excepção.
  6. O Rudolfo a partir uma mesa de mármore e a arruinar/tornar épica a noite Fetra n'A Barraca. "LISBOA NÃO AGUENTA COM A MINHA PIÇA"
  7. Isto: S, A, D, C.
  8. Pessoal de Hellverca que começa igualmente a fazer coisas que animem esta merda de cidade. Já não era sem tempo. O jazz é melhor ao início da noite com donos de cães a oferecerem-se para ir buscar um piano a casa e tocar umas coisas.
  9. Fumar com o B Fachada, numa das maiores concentrações de grandes que a sala de imprensa do Optimus Alive! já viu. No mesmo festival: ficar com uma setlist dos Mazzy Star. Casa comigo, Hope.
  10. O enorme, enorme, enorme concerto dos Telescopes no Cartaxo.
  11. Ser citado no Ípsilon. Recortei, emoldurei, chorei.

PEDRO RIOS



Refused no Primavera Sound. Foto: Damià Bosch
 
  1. Refused no Primavera Sound de Barcelona a mostrar que uma reunião pode não ser um crime. Tudo perfeito, do primeiro ao último grito.
  2. OFF! no Primavera Sound de Barcelona. 1981 é agora. Se quisermos.
  3. Primavera, à beira de casa e em Barcelona. A gula recompensou.
  4. Concertos de Branches (ano cheio: duas cassetes, um álbum de reworks feitos por amigos talentosos). Transformação do sonho de quarto em sonho partilhado. Sorrisos. O Hugo ajudou – obrigado.
  5. B Fachada, em disco (estupendo Criôlo) e ao vivo, em concertos com glórias e falhas, sempre vital.
  6. Descobrir Fatima Al Qadiri e descobrir, com ela, mais música nova, única.
  7. Novos futuristas: Teengirl Fantasy, ao vivo e em disco. Al Qadiri. Laurel Halo. Ainda às turras com o Ferraro pós-lo-fi.
  8. Entradas subtis na música de dança. E por causa de portugueses: Photonz, Violet, Pal +, Sabre, Ondness.
  9. Cavaco e Úria juntos na igreja metodista do Mirante, no Porto. Mais punk rock do que uma cave suja.
  10. Momento por vir: ver pela primeira vez os Rancid, excitação juvenil sempre renovada pelo apreço pela arte de fazer cantigas punk rock como ninguém. See ya in the pit.

TIAGO DIAS




  1. Ao terceiro concerto que vi de Swans foi de vez. Aquilo pelo que sempre havia esperado. Um barulho do caralho. Um transe nebuloso. Curiosamente, parece que comecei os momentos do ano por Swans no ano passado também.
  2. A entrevista de meia-hora ao Eugene de Oxbow (obrigado, Amplificasom) e as divagações sobre o amor verdadeiro.
  3. Ver Doom ao vivo.
  4. Reconstruir a minha definição de serviço público ao meter na Lusa um texto sobre os Black Bombaim irem ao Roadburn.
  5. Dirty Three no Primavera Sound no Porto. O baterista parecido ao meu pai. O Warren Ellis é o novo Cristo.
  6. Ver Yob a tocarem, finalmente, o melhor álbum que têm na discografia, "Catharsis", e a sensação de estar a partilhar com 3.500 stoners a consagração de uma das melhores bandas do mundo.
  7. Jeff Mangum e a devastação emocional das canções do "In The Aeroplane Over The Sea" ao vivo.
  8. Urfaust e o verdadeiro black metal transcendente.
  9. O regresso dos Godspeed You! Black Emperor e o frenesim por arranjar um vinil do novo álbum. 
  10. Rancid daqui a duas semanas em Londres. Sem qualquer dúvida.

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